segunda-feira, 28 de julho de 2014

MATERIAL DE ESTUDO 2º ANO EM - AS POPULAÇÕES E O ESPAÇO GEOGRÁFICO


As populações e o espaço geográfico



Quando nos referimos às coletividades humanas, usamos diversas palavras. Ao mencionar a palavra população (humana), o sentido imediato é quantitativo: população quer dizer volume de pessoas; em julho de 2009, população mundial significava 6,8 bilhões de pessoas.

O estudo quantitativo das populações é uma das atribuições da demografia, mas ao relacionar as populações ao espaço onde elas se distribuem, na verdade onde elas se concentram, entramos no horizonte da Geografia das Populações. Os grupos humanos não são apenas volumes estatísticos. É bom não esquecer a complexidade que cerca a vida humana no planeta e não há resposta fácil às perguntas quantitativas. Por exemplo: Quantos habitantes você acredita que há no mundo hoje? Você considera esta quantidade grande ou pequena? Por quê? Em sua opinião, qual deveria ser a população ideal do mundo? Nenhuma dessas respostas pode prescindir (recusar) de análises de situações que envolvam diversas variáveis; em especial, é preciso uma resposta que articule população e espaço geográfico.

Nas grandes cidades, os congestionamentos de automóveis, as filas nas quais pessoas aguardam um serviço, o número elevado de desempregados e a multiplicação do número de moradias precárias são problemas sociais dos quais já tomamos conhecimento e assim, percebemos a presença comum de um elemento quantitativo:

- congestionamento – volume elevado de automóveis;
- fila – uma espécie de congestionamento de pessoas;
- número elevado;
- multiplicação.
E aqui é provável que surja um poderoso senso comum: esses problemas teriam como razão fundamental o fato de que há “muita gente no mundo” ou algumas alternativas parecidas como “muita gente na cidade”, “os pobres têm muitos filhos” etc. Levamos muito a sério o senso comum que os problemas se devem à existência de “muita gente no mundo”. E é compreensível que assim o seja, em especial no mundo contemporâneo. Afinal, as sociedades modernas se caracterizam pela existência de grandes grupos populacionais vivendo juntos, nas mais simples práticas cotidianas. É só observar os índices de freqüência nas praças esportivas de futebol, por exemplo: números como 80 mil pessoas ou mais são freqüentes.

Problematizando: há muita gente no mundo?


- Referências para medir, para quantificar: Qual a referência para afirmar que há muita gente, ou que havia pouca gente no mundo? Gente demais é uma medida que deve se relacionar a algo, o que não parece acontecer quando se enuncia esse senso comum. Logo, a afirmação “há gente demais no mundo” só terá força de fato se houver relações a se estabelecer.

- O combate à mortalidade: o Rei Henrique VIII, da Inglaterra, que viveu entre 1491 e 1547, teve seis filhos com Catarina de Aragão. Apenas uma menina sobreviveu à primeira infância. Isso com um rei todo-poderoso. O grande problema eram as doenças infectocontagiosas, que hoje se sabe combater. Logo, o controle das doenças é um fator de crescimento populacional. Resolvemos um problema que ameaçava a humanidade e essa resolução gerou outros problemas agora relacionados ao excesso de gente. Faz sentido?

- Desigualdade na distribuição populacional: a distribuição da população é desigual no interior dos blocos continentais. Há grandes vazios populacionais. Então, há um número elevado de pessoas nos locais de concentração, por exemplo, nas grandes cidades. Um bom exemplo é a cidade de Tóquio, a maior delas: nenhuma outra metrópole do mundo consegue tanta eficiência na circulação de sua população e nela há o maior volume de gente concentrada.

- População e desenvolvimento social: no Paquistão, o adensamento populacional (número de habitantes por km2) é de 227 hab./km2. Já na Holanda essa densidade é de 409 hab./km2. Logo, tendo em vista esse resultado a Holanda é mais povoada. Tem mais gente proporcionalmente ao tamanho do seu território. No entanto, qualquer que seja a comparação entre índices que medem qualidade de vida, a Holanda leva vantagem. Assim, o número menor de habitantes por km2 não parece aqui, ser a questão decisiva.

A esses exemplos de problematização podem ser acrescentados outros. O que será necessário para que afirmações sobre a população mundial façam sentido? Afinal, podemos medir a população sob múltiplos aspectos, mas que conclusões podem ser tiradas dessas medidas?

A população mundial está concentrada em alguns pontos, e não dispersa pelo planeta. E isso pode ser detectado já no início da era cristã e muitos desses principais centros de povoamento são os mesmos de antigamente. Se há gente demais no mundo e isso causaria problemas, não parece haver uma contradição enorme e de fundo com um dado da Geografia das populações: o modo de o ser humano viver é se concentrando, aglomerando-se?

O ser humano busca viver em meio a muita gente. Tanto é assim, que se constroem centros de grande concentração – eliminando a distância geográfica – que nada mais são do que as cidades, as grandes cidades especialmente. Agora se encontrou um parâmetro, uma referência, para avançar na discussão sobre a população ideal do mundo?

Seguramente encontrou-se uma lógica na forma de produção e organização dos espaços humanos: os seres humanos vivem juntos, concentram-se preferencialmente. Espalhar-se, criar distâncias entre seus membros, não foi e não é a lógica dominante de vida entre as populações humanas. Pelo menos, desde o período Neolítico da história humana. Nós formamos centros de densidade demográfica que são parâmetros para discutir medidas de população: a densidade demográfica relaciona volume populacional e extensão territorial. Agora estamos em um dos caminhos para dar sentido aos números populacionais. Esse caminho relaciona população e espaço geográfico. Há muito que discutir a respeito dessa relação, em especial sobre a escolha do ser humano em viver aglomerado. Porém, essa não é a única referência para discutir a dimensão de um país e outros números populacionais.


As referências geográficas e econômicas da demografia

A demografia não vale por si só. Saber quais são os volumes populacionais e suas dinâmicas (o ritmo de seu crescimento, índices de natalidade e mortalidade, estrutura de idades – envelhecimento e rejuvenescimento) são informações sem dúvida muito importantes. Mas, sozinhas, elas pouco significam.

Para lhes dar mais sentido é preciso saber as condições geográficas dos territórios onde se encontram os volumes populacionais. Por exemplo: se a população estiver em sua maioria nas cidades ou se estiver no campo, as diferenças na vida e nas condições sociais serão enormes. É preciso também conhecer as condições econômicas: é comum se encontrar casos de grandes populações mais bem protegidas, pois têm acesso à moradia, à alimentação, assim como é igualmente comum encontrar populações pequenas sofrendo enormes carências.

Nesse tema, a prioridade será trabalhar as referências concretas que dão sentido aos números populacionais: as condições dos espaços geográficos e da economia. Vale ressaltar que outras dimensões da vida humana (cultura, regime social, política) também contribuem para dar sentido aos números populacionais. E é sempre oportuno lembrar-se disso.


As relações complexas da população com o espaço geográfico

Por si só, a evolução do crescimento da população mundial tem vários aspectos que chamam muito atenção. Observe o gráfico “População mundial” da página 14 no caderno do aluno; ele mostra que há 2.400 anos a população mundial era de 250 milhões de habitantes e que após 1.900 anos (início do século XVI) essa população havia apenas dobrado (500 milhões), e que em apenas 505 anos a população mundial multiplicou-se 13 vezes, chegando ao número atual de 6.500 bilhões de habitantes. Está visível, a curva do gráfico não engana: quanto mais nos afastamos do passado mais a velocidade de crescimento populacional se acelera.

Algumas informações complementares que dão a dimensão do que tem sido o crescimento populacional no mundo:

- Somente no período entre 1980 e 1990 o número de pessoas no planeta aumentou aproximadamente 923 milhões. Esse número é bem próximo da população total do mundo inteiro na época de Thomas Robert Malthus (1766-1834), um economista sempre lembrado quando se discutem números da população. Na época, ele não via como a humanidade conseguiria se sustentar caso a população continuasse a crescer no ritmo de sua época, que era bem mais lento do que hoje;

- Nota-se facilmente que em nossa era os seres humanos se comunicam mais. Isso se deve, sem dúvida, ao desenvolvimento dos meios de comunicação. Mas além desse fato, os homens estão mais próximos uns dos outros pela singela razão de que há mais homens na superfície terrestre. Se imaginarmos os homens igualmente distribuídos sobre as “terras emersas habitáveis”, a distância entre duas pessoas há dois milênios era de 1 km. Hoje em dia, a distância seria menos de 150 metros. Uma distância ao alcance da voz (GRATALOUP, 2007);

Que relações os números da população e seu ritmo de crescimento têm com o espaço geográfico? Até aqui foram observados e discutidos dois aspectos dessa relação:

- O ser humano produz de forma dominante espaços concentrados (muita gente, muitos objetos e equipamentos, muitas edificações) e a relação população e espaço deve levar isso em conta;
- Uma maneira razoável de se captar isso é a relação entre o volume de população e a extensão territorial. E essa relação é denominada densidade demográfica.
Mas há outras relações estabelecidas entre população e espaço geográfico que devem ser consideradas para se pensar de maneira qualificada na questão das quantidades adequadas de população. Duas dessas relações básicas e imediatas, dentre muitas possibilidades, são:
- o quanto a natureza suporta: vêm do meio físico (que denominamos natureza), em especial do modo como ela se manifesta na superfície terrestre, as condições para o ser humano construir seus espaços e prover sua vida. Os recursos naturais, tal como diversos grupos sociais os usam, são inesgotáveis? Qual a “carga” de seres humanos e de seus engenhos (e modos de vida), que a natureza pode suportar, sem que surjam problemas? E mesmo que a natureza ainda possa suportar muito de nossa ação sobre ela, até que ponto se deve fazer isso, até onde é ético modificá-la? Sobre esse aspecto, muitas outras interrogações podem e devem ser adicionadas;
- quais os espaços que são habitáveis: um geógrafo do começo do século XX, Max Sorre, atualizou uma noção dos gregos antigos sobre quais são os espaços que podem ser habitados. Esses constituem, na designação dos gregos, o ecúmeno. Anecúmeno seria exatamente o contrário: áreas que não podem ser habitadas. Diante da tendência humana de se concentrar e também da extensão das terras emersas, há ainda, nesse sentido, espaço a ser habitado. Mas, existem anecúmenos? Podemos habitar os desertos quentes, como o núcleo do Saara? Ou a Antártida?
Agora dois casos específicos de relação população e espaço, como exemplo, para concluirmos. Leia os casos na página 18 do caderno do aluno. Comparando os dois casos é certo que há um distanciamento crescente a favor da Ásia tropical na produtividade agrícola. E aí um dado notável: é a Ásia, o continente mais densamente povoado, que alimenta melhor sua população enquanto a África, com frágeis densidades, experimenta dificuldades crescentes para alimentar sua população (BRUNET & DOLLFUS, 1990). Podemos afirmar que na Ásia tropical não há gente demais, embora a densidade demográfica da região seja alta, mas a população vive em melhores condições de vida em termos de alimentação. Nas chamadas sociedades desenvolvidas há mais gente nas cidades, mas ao mesmo tempo essas sociedades possuem grande produção agrícola porque no campo de alguns países desenvolvidos estão em vigência elementos do que se convencionou chamar de revolução verde (referência ao impressionante aumento da produção agrícola na segunda metade do século XX, marcado pelo uso intensivo de tecnologias – irrigação, máquinas e implementos agrícolas, fertilizantes e agrotóxicos etc. – e pela monocultura, produção intensiva de um único tipo de lavoura, redução do custo de manejo e que obtém maior produtividade com menos mão de obra).



Populações: perfil interno, desigualdades, migrações internacionais


Lembramos anteriormente que a palavra população nos remete para o quantitativo: volume de pessoas. A dinâmica do crescimento populacional e o modo como ela se distribui podem ser captados pelas técnicas estatísticas. Elas funcionam como ponto de partida para entender a vida humana no planeta, e não como ponto de chegada. Para além das medidas, há muita complexidade a ser compreendida. Para se ter dimensão do quanto há para ser compreendido, a própria estatística pode ampliar seu olhar e mergulhar em aspectos internos dos perfis da população. Outras medidas da população vinculadas à organização geográfica aprofundam nosso entendimento da Geografia das populações. Em especial, porque por esse meio podem ser identificados padrões populacionais que vão contribuir para se entender uma série de questões relevantes e difíceis na vida das sociedades contemporâneas.

Nesse tema vamos sugerir e indicar alguns caminhos possíveis para confrontar o perfil interno das populações e identificar certos padrões que estruturam as desigualdades existentes entre as populações dos países, das regiões e entre a população interna de um único país. Para abordar o tema das populações no mundo atual, um bom recurso é expor ditos muito repetidos, tratados como verdadeiros. Um exemplo comum é a afirmação de que há gente demais no mundo, o que já se discutiu levando-se em conta as variáveis presentes na relação da população com o espaço e a economia (e outras dimensões do social). Aproveitando a oportunidade desse comentário, temos mais um senso comum: o Brasil é um país jovem, por isso um país do futuro. A primeira afirmação se refere à nossa curta história após a chegada dos portugueses (500 anos). Essa nossa juventude justificaria as dificuldades socioeconômicas do Brasil. Mas, isso é bastante duvidoso visto que nos EUA, que possuem a mesma curta história, há uma realidade socioeconômica bastante distinta da brasileira. Quanto a segunda afirmação, que é a que serve para explorar a questão demográfica, o senso comum se refere ao Brasil como país jovem utilizando como referência o fato de a nossa população ter um número elevado de crianças e jovens. E isso seria algo que nos dá uma vantagem, que nos indica um futuro melhor. Pensar nesta questão, coloca-nos no centro das discussões mais importantes sobre a dinâmica das populações e sobre as questões do desenvolvimento.


As desigualdades entre as populações do mundo


Será que o perfil interno das populações dos países mais ricos se assemelha ao perfil das populações dos países mais pobres? Será que há padrões, quer dizer: países desenvolvidos teriam uma estrutura populacional própria e os menos desenvolvidos também teriam seu padrão? Observem os mapas ”Mundo: população com menos de 15 anos “ e “População com mais de 60 anos” na página 23 do caderno do aluno: eles apresentam o mesmo fenômeno, a idade das populações (estrutura etária). A diferença é que um representa a população infantil (até 15 anos) e o outro a população idosa (acima dos 60 anos). Em ambos os mapas os dados formam classes, e são números relativos (em percentual), não absolutos. O mapa é a de distribuição da população infantil no mundo e mostra visualmente as áreas de maior população contrastando com as de menor, numa seqüência ordenada. Para representar visualmente essa ordem – que vai dos que têm mais aos que têm menos – foi utilizada a seqüência de cores quentes (vermelho, laranja) para cores frias (verde). Visualmente, essa ordem não faz sentido, pois a única maneira de entender o que o mapa representa é consultando a legenda. No mapa de população idosa foram utilizadas as tonalidades de uma única cor. Onde a tonalidade é mais escura (maios intensidade de pigmentos), maior é o percentual de idosos e onde a tonalidade é mais clara, o contrário. Sem dúvida o mapa de população idosa consegue uma comunicação mais eficiente. A ordem dos dados é representada por uma ordem visual das tonalidades de uma única cor, enquanto a ordem de cores apresentada no primeiro mapa (população infantil) não é uma ordem visual natural, e sim uma escolha arbitrária, baseada na lógica das cores frias e quentes. Por exemplo: para qualquer observador, o vermelho, o laranja, o amarelo e o verde representam visualmente cores diferentes, sem dar sensação de mais ou menos intensas. Logo, não criam, juntas, uma ordem. No caso do mapa de idosos, para perceber a lógica geográfica do fenômeno representado, nem é preciso a consulta da legenda, pois o observador perceberá onde o fenômeno é mais intenso e onde o fenômeno é menos intenso. Um bom critério para resolver sobre a eficiência dos dois mapas é perguntar “qual mapa consegue responder visualmente, de forma mais rápida onde se concentram os maiores índices da população na faixa de idade representada?”

Analisando esses mapas, vocês terminam tendo uma visão correlacionada entre a distribuição da população de idosos e a população infantil e vai notar uma coincidência invertida que pode ser expressa nos enunciados: países com maior população idosa têmmenor população infantil e; países com menor população idosa têm maior população infantil. Se listarmos os países e as áreas extremas das duas situações: mais idosos e mais população infantil. O que acontece nas situações intermediárias, por exemplo, no caso do Brasil? Se o Brasil está numa posição intermediária em relação ao volume de população infantil, isso significa que ele também está numa posição intermediária à população idosa? Existem, de grosso modo, três grandes padrões no perfil populacional, em termos de idade (veja tabela na página 24 do caderno do aluno). Por exemplo, existe um padrão na Europa ocidental que está presente em vários países vizinhos e que o mesmo se dá, em alguma medida, na América do Sul. Mas os países não estão condenados a permanecer com esses padrões populacionais: os países do padrão 3 já tiveram uma situação semelhante aos de padrão 1. Aliás, na altura do século XVIII todas as populações estavam próximas ao padrão 1 (muita população infantil e baixa população idosa). O regime demográfico era marcado por fortes natalidade e mortalidade. Atualmente os países do padrão 3 são aqueles onde nascem poucas pessoas e a vida se estende bastante. Pode-se dizer que o padrão 1ao padrão 3 houve uma transição demográfica, que de certa maneira vem atingindo as populações em geral. O Brasil recentemente encontrava-se no padrão 1, mas se pode dizer que ele se encontra atualmente no padrão 2. Essa transição demográfica está em constante andamento, mas não mudam naturalmente, tanto que a situação do padrão 1 se manteve por grande parte da história humana. Mudanças na organização social têm relação direta com a transição demográfica: o progresso econômico e as ações sanitárias fizeram baixar a mortalidade e propiciaram o enorme crescimento da população mundial. Outras mudanças nas estruturas sociais (o que inclui o espaço geográfico) e no comportamento dos indivíduos serão responsáveis pela queda da natalidade que num futuro não tão distante irá estabilizar o crescimento populacional.

Dessa identificação dos padrões populacionais e de sua dinâmica (transição demográfica) é importante destacar a seguinte afirmação: os padrões populacionais não são independentes das condições sociais (econômicas, geográficas, culturais, políticas etc.). Essa constatação é um portal para se ingressar na complexidade da vida humana no planeta. Demonstrações muito conhecidas e objetivas confirmam a relação padrão populacional e condições sociais. Vamos confrontar os padrões populacionais (1, 2 e 3) com as condições apresentadas nos mapas “Esperança de vida” e “Desigualdade de renda” da página 26 do caderno do aluno que tratam da expectativa de vida no mundo e índice de desigualdade econômica respectivamente. Os países de padrão 1 estão bem em termos de expectativa de vida e de distribuição da riqueza? E o contrário, é verdadeiro? Falta pensar nas conseqüências sociais dos padrões populacionais. Até aqui se investiu em mostrar que as condições sociais interferem nos padrões populacionais. E como os padrões populacionais interferem nas condições sociais? Tendo bem sedimentado o que é o padrão 1 (uma grande parcela de população infantil em relação ao total), precisamos pensar a respeito das tarefas sociais que devem ser executadas para se conseguir boas condições sociais num “país jovem”). O mundo do padrão 1 é também aquele de pior expectativa de vida, de muitas desigualdades sociais, países e regiões pobres. Certas situações semelhantes são encontradas nos países de Padrão 2, como no caso do Brasil. Vamos ler um texto na página 27 do caderno do aluno. O envelhecimento da população também é, obviamente, uma conquista social, pois está associado ao aumento da expectativa de vida. Mas coloca uma questão importante num país como o Brasil: não sabemos conviver com esse novo fenômeno e é preciso aprender. São vários os aspectos que devem ser notados:
- o Estado brasileiro está pouco preparado, e a discussão a respeito não tem sido feita de forma realista e criativa para arcar com as obrigações financeiras das aposentadorias;
- novas estruturas precisam ser providenciadas no campo da saúde e da assistência ao idoso sem família. Elas não são baratas, mas são indispensáveis;
- as cidades devem contemplar em suas políticas urbanas uma série de serviços e meios para dar condições dignas de vida aos idosos. O espaço geográfico das cidades deve ser preparado para a plena locomoção do idoso e todos os cidadãos ganharão com isso. Eles não podem ficar confinados em suas casas e abrigos. Não podem ficar apartados da vida social e, na medida do possível, devem ter vida privada e individual;
- é preciso combater os preconceitos sociais que vitimam os idosos, que tratam a velhice como doença, como um estado de alienação e incapacidade.
Mas nosso aprendizado já começou. Em 1º. de outubro de 2003, entrou em vigor a Lei no. 10.741, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso. Somente a lei não basta, mas ajuda muito. Vamos ler o trecho inicial dessa lei na página 28 do caderno do aluno.



O impasse das migrações internacionais

Entender o povoamento de uma região implica conhecer algo muito importante na dinâmica atual: os movimentos migratórios. O ser humano não nasce, vive e morre no mesmo lugar, necessariamente. Se isso não era verdade para quase todo mundo no passado, hoje a situação se inverteu. O ser humano vem se construindo como um ser móvel (tem aumentado sua mobilidade) e, em função dessa nova condição e outras mudanças sociais, sua vida se desenvolve com outras possibilidades geográficas: ele pode nascer num lugar e viver em vários lugares diferentes: o ser humano pode migrar. Os movimentos migratórios estão na origem e formação, por exemplo, dos países das Américas. O século XX foi um período dos maiores movimentos migratórios, com esses movimentos atingindo escala mundial, o que a imigração japonesa para o Brasil exemplifica.

Atualmente, a mobilidade humana atingiu potenciais inimagináveis: pode-se ir de um extremo a outro da Terra com extrema velocidade, o que abrevia o tempo necessário para percorrer as distâncias (24 horas de vôo). E de fato, mercadorias e informações circulam em grande quantidade e cada vez mais livremente no planeta. Mas será que o mesmo pode ser dito dos seres humanos, das migrações? Vamos ler duas afirmações sobre na página 30 do caderno do aluno. A contradição fica maior se levarmos em conta que atualmente, pelo menos tecnicamente, é mais fácil imigrar, a mobilidade humana é maior, as distâncias não são mais intransponíveis etc.
Vamos analisar alguns sistemas migratórios contemporâneos na página 30 do caderno do aluno:
- o primeiro item do quadro diz respeito a uma referência geral, diz respeito à escala mundial;
- é fácil perceber e concluir que as migrações mencionadas têm uma direção social: dos países pobres para os países ricos;
- no caso dos outros grupos, o fluxo é regional (de escala regional);
- no fluxo América do Sul e Central para os EUA, há sérios problemas, pois boa parte dessa imigração é ilegal, os imigrantes correm grandes riscos para atravessar as fronteiras dos EUA e, se bem-sucedidos, continuam correndo riscos na sua futura vida.


Populações e cultura: mundo árabe e mundo islâmico


Os volumes populacionais contêm internamente uma complexidade que as estatísticas nem sempre apreendem. As características sociais dos grupos populacionais, assim como as condições econômicas, as formas de organizar e operar a partir do espaço geográfico e as práticas culturais, interferem na lógica de funcionamento das populações, inclusive no seu crescimento e distribuição geográfica. Nesta etapa vamos destacar um dos aspectos relevantes no funcionamento das populações: suas práticas culturais. O caso que servirá de ilustração refere-se ao mundo árabe e islâmico. As práticas culturais constituem-se como elementos que produzem diversidade entre as populações e diversidade nos comportamentos.

Por outro lado, olhar a dinâmica das práticas culturais, suas influências, o modo como se expandem, nos auxilia também a compreender a própria dinâmica de povoamento das várias regiões do planeta e a dinâmica das relações contemporâneas entre os povos.

Há uma série de referências geográfico-culturais para a divisão regional do globo: Mundo ocidental, Oriente Médio, Extremo Oriente, Mundo cristão, Mundo árabe e Mundo islâmico (o Islã). A intenção é delimitar mundos à parte, mundos próprios, mundos diferentes. Em geral, sobre os “outros mundos” criam-se muitas fantasias. O que vocês entendem da definição “outros mundos”? Por exemplo: Qual o tamanho do mundo cristão e como ele se construiu? Essa prática religiosa – elemento central de nossa cultura – surge no Oriente Médio e sua configuração geográfica atual é muito mais larga e expandida. Refletir sobre nossa própria realidade é um bom estímulo para refletir sobre a realidade do outro, até para perceber que o outro não é tão outro assim.

A lógica expansionista do islamismo

Observe alguns dados relativos às práticas religiosas da população mundial, comuns quando se discutem questões populacionais e alguns aspectos da lógica geográfica: há no mundo atual cerca de 2 bilhões de adeptos do cristianismo, o segmento religioso com o maior número de seguidores. Em segundo lugar, vamos encontrar o islamismo (muçulmanos ou maometanos), com 1,3 bilhões de adeptos. Depois aparecem: o hinduísmo (900 milhões), a religião tradicional chinesa (394 milhões) e o Budismo (394 milhões). Essas são as principais, mas existem muitas outras.

Que populações praticam essas principais religiões? De que países elas são? As duas maiores religiões são multinacionais (cristianismo e islamismo). São praticadas em vários países; as outras religiões são mais circunscritas a um único país (hinduísmo na Índia; tradicional chinesa na China).

É costume referir-ser ao mundo cristão e ao mundo islâmico (o Islã). Mundo é mais que país. Quer dizer: nessa realidade e nessa forma de se expressar, está embutida a idéia que o cristianismo e o islamismo são religiões expansionistas. Afinal de contas, China e Índia possuem as maiores populações e seria de se esperar que as religiões que essas populações praticam fossem as maiores do mundo. Mas não são. Perdem para aquelas religiões que são praticadas em vários países ao mesmo tempo. Seria interessante agora ver qual a distribuição geográfica do islamismo. Será que ele está bem distribuído no planeta? Os países com maiores populações islâmicas são Indonésia, Índia, Paquistão, Bangladesh, Egito, Turquia, Irã e Nigéria. Uma pequena lista dos países que possuem as maiores populações muçulmanas (página 34 do caderno do aluno), com dados divulgados pela CIA (norte-americana), pode começar a responder esta questão. Observe esta lista tendo como apoio de um atlas, para situar geograficamente os países citados.
Numa comparação com o número total de islâmicos no mundo (1,3 bilhões) nota-se que nesses oito países encontram-se aproximadamente 68% dos muçulmanos do mundo. Islâmicos e muçulmanos são designações a respeito de uma prática religiosa associada aos árabes porque a origem do islamismo ocorreu entre os povos árabes. Seu profeta foi o árabe Maomé. E foram os povos árabes que difundiram e expandiram as áreas onde se pratica o islamismo. O território habitado pelos povos árabes é o que se chama de península arábica. Esses povos, em função de sua história ao longo do tempo, construíram vários países (Arábia Saudita, Omã, Emirados Árabes Unidos, Kwait, Egito, Síria, Territórios Palestinos etc.). Houve também uma expansão dos próprios árabes para o norte da África, abrangendo o Iêmen do Sul e do Norte, Líbia, Marrocos, Tunísia. Enfim, todos são árabes, não apenas os da Arábia Saudita. Na lista dos oito países que têm mais população islâmica, apenas o Egito é um país árabe mais populoso. Os países árabes terminam não sendo muito populosos, entre outras razões, pela condição de seus territórios dominados por um grande deserto. Os árabes, na verdade, representam apenas 1/5 dos muçulmanos do mundo. Mas, o islamismo, que é criação árabe (e que em si já possui muitos elementos da cultura árabe propriamente dita), é o principal fenômeno de identidade cultural de uma vasta região que inclui o Paquistão, o Afeganistão, Bangladesh, Irã, que constituem uma espécie de Oriente Médio expandido. Isso, mais imediatamente, mas como os dados mostram, essa influência chegou ao oeste da África e ao leste asiático (Filipinas e Indonésia).
Nos territórios árabes não se encontra a maioria da população islâmica, apenas 1/5. Será então que a civilização árabe ficou menos importante no mundo islâmico? A resposta é não, muito pelo contrário. Nem tudo que é ligado aos grupos populacionais humanos depende da quantidade. O centro do Islã é ainda a civilização árabe. O território árabe e a cidade de Meca (página 36 do caderno do aluno) são as conexões geográficas para onde ainda todos vão e de onde tudo partiu. Leia o texto “Como se expandiu o islamismo” na página 38 do caderno do aluno.No mundo católico cristão também não é assim? O Brasil é o país católico mais populoso, mas não é aqui o centro principal dessa prática religiosa. O centro principal está na Itália (Vaticano).

Textos adaptados  Profa. Celina – Geografia – 8ª série

segunda-feira, 21 de julho de 2014

MATERIAL DE ESTUDO EMEN 2014 -- GEOGRAFIA, GEOPOLÍTICA E ATUALIDADES

Minha intenção é publicar matérias , reportagens, links  e também material próprio, toda matéria publicada neste blog terá fontes de referencia e bibliografia, para que você, estudante que irá realizar o Emen 2014 tenha um veículo virtual para auxilia-los nos estudos,. Então vamos aos estudos.
Confira o link abaixo antes de iniciar- matéria da Revista Veja. Copie e cole
http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/raio-x-do-enem-confira-os-conteudos-mais-cobrados

Conflito no Iraque: Ataques de grupo radical islâmico reacende o perigo da guerra civil



Quando os Estados Unidos deixaram de ocupar militarmente o Iraque, em 2011, a perspectiva era a de um futuro estável para o país: havia um governo democrático recém-eleito, uma nova constituição e um exército treinado pelos militares norte-americanos.

Mas a ofensiva armada de um grupo extremista sunita que pretende derrubar o atual governo do primeiro-ministro, Nouri Al-Maliki, ameaça deixar o país em colapso. Desde janeiro deste ano, o grupo radical sunita do Estado Islâmico (que antes era chamado de Estado Islâmico no Iraque e Levante- EIIL) tem travado combates com o exército iraquiano, que não está conseguindo conter o avanço dos extremistas.
Os insurgentes já ocupam áreas no oeste e no norte do Iraque, como as importantes cidades de Mosul e Tikrit, cuja população é de maioria sunita. Mais de 500 mil pessoas foram forçadas a fugir dessas cidades e procurar refúgio. As forças rebeldes também avançaram rapidamente nas regiões que fazem fronteira com a Síria, Jordânia e Arábia Saudita e assumiram o controle de usinas de eletricidade e campos de petróleo.

Os rebeldes divulgaram imagens na internet que mostram centenas de homens deitados de bruços em trincheiras e sob a mira de fuzis. Relatos indicam que os insurgentes capturam a população com a intenção de soltar os sunitas, enquanto os xiitas são separados para a execução.

A organização não-governamental Human Rights Watch afirma que há indícios de que centenas de homens foram executados e pede que autoridades investiguem esses crimes de guerra. Para a ONG, além do massacre, os ataques podem provocar uma onda de refugiados e são uma ameaça para a segurança de milhares de mulheres.

A população iraquiana é dividida entre sunitas, xiitas e curdos. Os dois primeiros seguem linhas religiosas diferentes do Islã e o último é uma etnia que vive em uma área autônoma. Atualmente, o governo é de maioria xiita.

Em julho, os insurgentes declararam a criação de um “califado sunita” no território dominado no Iraque e no leste da vizinha Síria, país que está em guerra civil. O califado é um antigo sistema político que foi abolido em 1924, após a destituição do Império Otomano.

Segundo o porta-voz do Estado Islâmico, Abu Mohammed al-Adnani, o califado se estenderá da região de Aleppo, no norte da Síria, até Diyala, no leste do Iraque, e terá como califa (líder político e espiritual) o chefe do EEIL, Abu al-Bagdadi.

O grupo também pretende invadir a capital Bagdá para derrubar o atual governo e milícias xiitas da cidade já se preparam para um possível ataque. Além de fundar um Estado islâmico transnacional, a luta armada do EEIL teria o objetivo de governar sob as seculares leis religiosas da sharia (Lei Islâmica baseada no Alcorão, livro sagrado do Islamismo).

Adeptos do jihadismo (guerra santa islâmica), os militantes do EEIL são considerados uma dissidência da rede terrorista Al-Qaeada, responsável pelos atentados do 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos. O grupo iraquiano é responsável por uma série de ataques terroristas no país que alvejaram as forças de segurança, funcionários do governo e civis xiitas. O EEIL também atua na guerra civil da Síria, apoiando jihadistas que se infiltraram na revolta síria e lutam contra as tropas do governo de Bashar Assad.

Com esse novo cenário de instabilidade, o Iraque pode caminhar para a guerra civil e ter o risco de ser dividido entre territórios sunitas, xiitas e curdos. Além disso, grupos fundamentalistas podem ter controle dos importantes campos de petróleo do país e o processo democrático conquistado pode ser eliminado.

Como retaliação, os EUA enviaram aviões para sobrevoos de reconhecimento sobre Bagdá e afirmou que a intenção é proteger cidadãos e militares americanos na capital. Por enquanto, os norte-americanos estão estimulando uma mudança no atual governo iraquiano, para que ele seja mais inclusivo e abra espaço aos opositores na administração do país. O presidente Barack Obama ainda não autorizou bombardeios em locais tomados pelos rebeldes.
A fragilidade do governo iraquiano e a divisão entre sunitas e xiitas

A disputa por território no Iraque reflete um problema antigo do país: o conflito entre diferentes etnias e identidades religiosas e seus territórios físicos e políticos.

Os xiitas são maioria no Iraque e representam entre 60% e 65% da população. Já os sunitas representam entre 32% e 37% da população iraquiana, embora sejam maioria no mundo árabe (correspondem a mais de 85% dos muçulmanos de todo o mundo).

O governo do xiita Al-Maliki é acusado de colocar as minorias sunita e curda em uma posição de inferioridade e sem poder de participação nas decisões. Por meses, integrantes da minoria sunita têm protestado contra Maliki, o acusando de discriminação e corrupção.

Em 2013, o Iraque viveu um ano marcado por conflitos. Por um lado, militantes sunitas atacaram vizinhanças xiitas. Por outro, milícias xiitas iniciaram represálias violentas contra sunitas. Mais de 7.000 civis foram mortos em ataques violentos.

Inicialmente, as ações do EEIL ganharam o apoio de muitos sunitas do noroeste do país, que estavam insatisfeitos e desejavam retomar seu espaço político, enfraquecido desde a queda do sunita Saddam Hussein. O EEIL também se uniu a outras milícias que fazem oposição ao regime de Maliki.

Já os curdos, que vivem na província semiautônoma do Curdistão, possuem seu próprio exército e sonham com a independência. Nas últimas semanas, lideranças curdas afirmaram que farão de tudo para proteger os vilarejos do norte de ataques. Para alguns analistas, as forças de segurança curdas num contexto de guerra civil poderiam retomar a bandeira pela independência do Curdistão.

A atual fronteira do Iraque é uma consequência do Tratado Sykes-Picot, de 1916, quando o Reino Unido e a França fizeram um acordo para dividir o Oriente Médio a partir dos interesses dos dois impérios. Os limites traçados não levaram em conta o complexo sistema tribal e as identidades étnicas de curdos e árabes e as diferenças religiosas entre os xiitas e sunitas.

Antiga parte do Império Otomano e ex-colônia do Reino Unido, o Iraque se tornou independente em 1932, tendo sofrido sucessivos golpes de Estado até a chegada do partido de Saddam Husseim, o Baath, ao poder, em 1968. A política era dominada pelos sunitas desde então. Nos anos 1970 e 1980, o país viveu sob a ditadura de Husseim, que na época, era aliado dos EUA. Quando o ditador invadiu a Arábia Saudita, deu início à Guerra do Golfo.

Em 2003, o presidente norte-americano George W. Bush invadiu o Iraque novamente, sob o pretexto de que ele teria armas de destruição em massa. A invasão mudou o balanço de forças e os xiitas ascenderam ao poder, polarizando ainda mais a disputa política com os sunitas.
A influência da crise iraquiana no Oriente Médio

Para muitos analistas, o avanço do Estado Islâmico e sua influência vai impactar o Oriente Médio mais do que a Primavera Árabe. Os EUA teme que o conflito se espalhe para países vizinhos e estimule ataques terroristas de jihadistas ao Ocidente.

Milicianos ligados ao EEIL já controlam os postos da fronteira do Iraque com a Jordânia, país que tem um exército institucionalizado. Analistas avaliam que os milicianos poderiam tentar desestabilizar o país por meio de ataques terroristas.

O Irã, tradicional apoiador dos xiitas no Iraque, reforçou seu apoio ao governo de Al-Maliki e disponibilizou ajuda militar. Para analistas do Ocidente, o apoio do Irã poderia ser fundamental para equilibrar o conflito.

Vizinha do Iraque, a Arábia Saudita posicionou 30 mil soldados na divisa com a fronteira iraquiana. O rei saudita Abdullah disse à imprensa local que tomará todas as medidas necessárias para proteger seu país contra potenciais ameaças terroristas. Maior exportador de petróleo do mundo, a Arábia Saudita é uma tradicional aliada dos EUA e do Ocidente.

Na Síria, o presidente Bashar Assad atacou alguns alvos do EEIL em Raqqa e na fronteira iraquiana. O grupo Hezbollah (que é a favor de Assad) declarou que está preparado para lutar contra o EEIL.

Carolina Cunha
Da Novelo Comunicação

18/07/2014




Carolina Cunha é jornalista
Bibliografia
A Queda de Bagdá, de Jon Lee Anderson (Ed. Objetiva)
O Blog de Bagdá, de Salam Pax (Ed. Companhia das Letras)
Iraque: Plano de Guerra, de Milan Rai (Bertrand Brasil)