terça-feira, 5 de novembro de 2013

Brasil Antes de Cabral


Até pouco tempo, era comum associar a ideia do nascimento histórico do Brasil à chegada de Cabral, em 1500, e esquecer que a Pré-História não é exclusiva da trajetória europeia. Mas o “homem das cavernas" também existiu no território nacional. Estudos arqueológicos têm encontrado vestígios de grupos humanos que habitaram a região há pelo menos 15 mil anos.

Pouco se sabe sobre a história desses grupos. Alguns estudos indicam que os indígenas brasileiros podem ter herdado os olhos levemente puxados de ancestrais asiáticos, que teriam vindo ao longo de milhares de anos.

Na década de 1970, uma descoberta trouxe novos elementos a essa discussão: num sítio arqueológico perto de Belo Horizonte foi achado o crânio de uma mulher, chamada pelos estudiosos de Luzia, que teria vivido há cerca de 11 mil anos. Uma simulação feita sobre esse fóssil mostrou uma mulher com traços diferentes da população indígena tipicamente brasileira, o que pode indicar antepassados de origem africana ou australiana, além da asiática.

Sítios arqueológicos brasileiros

Os primeiros habitantes das terras que viriam a se chamar Brasil não desenvolveram nenhuma forma de
escrita, mas deixaram numerosos vestígios, como pinturas rupestres, fósseis de animais pré-históricos e utensílios variados, descobertos em locais considerados importantes sítios arqueológicos. Os principais, até o momento, são:

• Sambaquis (em tupi, “amontoado de conchas”). Essas construções revelam antigos cemitérios comunais, pois já foram encontrados sepultamentos de milhares de pessoas nesses locais.

A quantidade de sepultamentos ajuda a comprovar, por exemplo, se as populações de determinado local eram sedentárias. Muitos sambaquis ainda contêm restos de fogueiras, além de uma rica fauna pré-histórica.

Esses “depósitos” localizam-se principalmente em regiões lagunares, como o sambaqui brasileiro de Garopaba do Sul, em Jaguaruna (SC), considerado o maior do mundo.

• Sítios cerâmicos, líticos e arte rupestre. A cultura marajoara é o exemplo mais conhecido de povos ceramistas que viviam na Ilha de Marajó, na foz do rio Amazonas. Objetos feitos de pedra também foram encontrados na região paulista do Vale do Ribeira, constituindo um importante sítio lítico.

A pintura rupestre pode ser vista em todo o país, sendo famosas as do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, e as da Toca da Esperança, na Bahia.

Cotidiano das populações brasileiras antes da chegada de Cabral:



Vida em aldeia (1); indo caçar (2); mulheres cuidando das crianças e da alimentação (3) e mata sendo derrubada para o plantio (4), no sistema conhecido como “agricultura de coivara”.


Por: Paulo Magno da Costa Torres

Pré-História da América


Pode-se afirmar que o conjunto do continente americano estava em plena pré-história (com diferentes graus de evolução cultural) quando se iniciou a conquista européia, uma vez que, afora os maias e os astecas, nenhum outro povo ameríndio tinha então elaborado uma história escrita. Mas os especialistas fazem distinção entre as fases pré-históricas propriamente ditas (paleolítico e começo do neolítico) e o desenvolvimento de culturas com formas políticas e artísticas avançadas.

Em muitos aspectos paralela à de outras partes do planeta (o que confirma a hipótese da homogeneidade intelectual dos vários ramos da espécie humana), a pré-história americana apresenta algumas importantes peculiaridades, em geral derivadas das condições naturais e climáticas.

Povoamento do continente
Embora não haja unanimidade a respeito da questão, pesquisas arqueológicas, geológicas, paleontológicas e lingüísticas parecem indicar que o continente americano começou a ser povoado entre 40000 e 20000 a.C., por grupos humanos de raça mongolóide ou pré-mongolóide, procedentes da Ásia oriental.
Esses imigrantes, caçadores e coletores, entraram na América pela zona do estreito de Bering, emersa em conseqüência da diminuição do nível marinho produzida pela última glaciação (Wisconsin ou Würm). Devem ter chegado, em ondas sucessivas, até 10000 a.C., ao lado das possíveis migrações esporádicas pelo Pacífico ou pelo Atlântico (elementos australóides e melanóides), o que explicaria a significativa diversidade etnográfica entre os povos ameríndios.

O paleolítico ou paleoindígena

Na periodização da pré-história americana, cabe identificar inicialmente um paleolítico inferior, localizado em partes distintas do continente e configurado pelo emprego de instrumentos de pedra (principalmente obsidiana) muito toscos e utensílios de osso associados à fauna pleistocênica desaparecida (mastodontes, mamutes, camelídeos, cavalos, bisões).

Embora não estejam datados com precisão satisfatória, os artefatos líticos desse período apresentam certa analogia com os primitivos artefatos de seixos (pebble cultures) do sudeste asiático, o que confirmaria a emigração de povos asiáticos para a América. Esses artefatos -- pedras talhadas com uma só face (choppers) ou duas (bifaces) ou ainda uma espécie de raspadeira -- se caracterizam por serem peças toscas.

Entre 15000 e 14000 a.C., uma nova onda de imigrantes asiáticos viria contribuir para o desenvolvimento cultural dos povos ameríndios. A caça continuou a ser a atividade econômica fundamental, mas os instrumentos de pedra começaram a ser fabricados em tamanho menor e com técnica mais aperfeiçoada de lascamento por pressão. Esse período, correspondente ao paleolítico superior, caracteriza-se pelo aparecimento de pontas de flecha bifaciais e facas de pedra, cujas peculiaridades permitiram estabelecer uma evolução tipológica claramente diferenciada.

Em primeiro lugar encontram-se as pontas Sandía, estudadas principalmente no Novo México, que aparecem associadas a restos de mamute e apresentam um talho num dos lados. Essas pontas, cuja técnica é semelhante à dos utensílios do solutrense europeu, foram substituídas entre 10000 e 9000 a.C. -- coincidindo com o fim da última glaciação e o conseqüente desaparecimento do mamute -- pelo tipo Clóvis, de forma lanceolada e com uma estria central em uma ou nas duas faces, tipo que chegou a difundir-se por todo o continente.

O tipo Folsom, também localizado em toda a América e principalmente nos vales fluviais do sudeste dos Estados Unidos, é de tamanho menor. Caracteriza-se pela forma foliácea, com base côncava e estria central dos dois lados. Assim como as anteriores, essas pontas aparecem associadas na América do Norte com a caça do bisão e, no resto do continente, com a perseguição de outros animais, como cavalos e camelos, posteriormente extintos.

Entre 8000 e 6000 a.C., o tipo Folsom evoluiu, em todo o continente, para formas triangulares sem pedúnculo e, por último, para pontas com pedúnculo que se mantiveram em muitos lugares até a chegada dos europeus.

Deve-se lembrar que, em diversas zonas do continente, por isolamento ou por adaptação ao meio, vários povos se mantiveram num estágio cultural muito primitivo. É o caso dos índios do planalto brasileiro ou das selvas amazônicas, cujas armas eram fabricadas com bambu, espinhos ou madeira. Outros povos desenvolveram formas de vida baseadas na pesca e na caça (fueguinos, esquimós) ou na coleta de moluscos, como atestam os depósitos de conchas (sambaquis) encontrados em diversas zonas litorâneas.

Por último, cabe destacar o desenvolvimento de uma cultura original no oeste dos Estados Unidos e no México, a tradição do deserto, da qual deriva a cultura cochise; esta última, desenvolvida a partir de 6000 a.C., e fundamentada na caça menor e na coleta, apresenta vestígios do paleolítico inferior (artefatos líticos muito toscos).

Revolução neolítica

Em algumas zonas do México, da América Central e dos Andes centrais e setentrionais, começou, entre 5000 e 4000 a.C., um processo de neolitização semelhante ao do Velho Mundo, embora cronologicamente posterior. Caracterizou-se pelo aparecimento seqüencial de várias fases: formas sistemáticas de coleta de vegetais; sedentarização e urbanismo incipiente; cerâmica, cestaria, tecidos e, finalmente, artefatos de pedra do tipo microlítico e adaptados à economia agrícola (almofarizes, mãos de pilão).

A revolução neolítica americana, consolidada entre 3000 a 1500 a.C., caracteriza-se basicamente pelo aproveitamento das espécies vegetais autóctones (milho, batata, abóbora, cacau, mandioca, girassol etc.), para o que se empregavam diversas técnicas agrícolas (irrigação, cultivo em terraços escalonados, fertilização), e pelo pequeno desenvolvimento da criação de gado, já que só era possível a domesticação de alguns animais pouco produtivos, como o cão, a lhama ou a alpaca.

A zona meso-americana (México e América Central) parece ter sido o primeiro núcleo de desenvolvimento da agricultura, segundo mostram as escavações realizadas em Tamaulipas e no vale de Tehuacán (México), onde foi possível estabelecer uma sucessão cronológica a partir do conjunto de utensílios e da evolução e seleção das plantas cultivadas (fases de Coxcatlán, Abejas, Purrón, Coatepec).

Na zona andina (do Equador ao centro do Chile, incluindo parte do Peru e da Bolívia), a evolução foi mais lenta por causa do isolamento entre os vales e entre o litoral e a cordilheira; mas, assim como na área mesoamericana, o desenvolvimento da agricultura e da sociedade urbana constituiu o ponto de partida para o florescimento das grandes culturas e civilizações que se sucederam do segundo milênio antes da era cristã até a conquista espanhola.

Em comparação com o neolítico do Velho Mundo, deve-se assinalar como fato diferenciador o desconhecimento, por parte do homem americano, de algumas importantes invenções e conquistas intelectuais; a roda, o arco e a abóbada (na arquitetura), a metalurgia desenvolvida ou a escrita alfabética foram algumas das mais gritantes carências culturais das grandes civilizações americanas. Mesmo em suas fases de maior progresso, essas civilizações não chegaram a superar a categorização de neolítico avançado, embora, pela complexidade social e pelo nível de conhecimentos em campos como a arquitetura ou a astronomia, se situem fora da pré-história, numa fase cultural conhecida como proto-história.

Além das importantes regiões culturais da Mesoamérica e dos Andes, outras zonas do continente também conheceram certo desenvolvimento de tipo neolítico, em parte como conseqüência da influência das primeiras. Desta forma, a partir de 3000 a.C., desenvolveram-se no sudoeste norte-americano, como continuação da tradição do deserto e da cultura cochise, as culturas hohokan, mogollon e anasazi (pueblo), que substituíram progressivamente a atividade caçadora e coletora por uma economia de tipo agrícola, com cerâmica e construções arquitetônicas. A partir dessa zona, a agricultura se estendeu para o leste, onde se destacam as culturas old copper (nos Grandes Lagos) e Adena (Ohio), conhecedoras de uma metalurgia rústica do cobre, e mais tarde a Hopewell (Illinois), com grandes povoados.

A neolitização se estendeu também pelo continente sul-americano, embora com maior atraso e sempre em associação com a antiga economia caçadora e coletora. Entre outros, destacam-se os povos caraíbas, tupis e guaranis, dos planaltos e planícies do Amazonas e do Orinoco (com grandes ocas comunitárias), além dos araucanos do Chile (norte e centro) e dos pampas norte-ocidentais da Argentina, cuja cultura se beneficiou do contato com a área andina.

Autoria: Celso Eduardo Wassmansdorf

Chegada do Homem na América

A provável maneira de como o homem chegou ao Novo Mundo foi vindo da Sibéria pouco antes de 20.000 a. C., quando o nível do mar baixou e oEstreito de Bering era terra firme. Após milhares de anos caçando e colhendo plantas silvestres como seminômades, índios em terras andinas na América Central experimentaram a agricultura (7000 a. C.).

Este estágio de desenvolvimento foi o ponto de partida para que comunidades fossem desfragmentadas, dando origens a novas tribos nos mais diversos locais da América.

Alguns povos que se concentravam principalmente nos atuais países do México e Peru, alcançaram o civilização com o surgimento de Estados, populações de dezenas de milhares, hierarquia de classes sociais, organização pública de serviços, clero profissional e especialistas de todos os trabalhos, desde manufatura até comércio, administração e governo.

Quanto as tribos que se encontravam em áreas desérticas, frias e regiões que não estimulavam o extrativismo e, posteriormente, a agricultura, praticavam a caça e tímida coleta dos escassos recursos naturais como maneira de sobrevivência.

No ambiente de agricultura limitada da Floresta Amazônica, nasceu uma frágil civilização em povoamentos densamente habitados nas margens de rios, alimentando-se de peixes, tartarugas e do cultivo da mandioca brava. Essas tribos habitavam, em sua maioria, o território atualmente nacional.

As tribos brasileiras



Existem estimativas de que a população indígena no Brasil até a chegada dos portugueses era de mais de um milhão de nativos, distribuídos em diversos grupos, como veremos a seguir.

Um dos mais importantes grupos indígenas era o dos tupinambás, de tronco de língua tupi, habitavam olitoral, da Bahia ao Rio de Janeiro, e que mais tarde migraram para o norte. A guerra era a atividade mais importante dos tupinambás, que a exerciam constantemente contra outros grupos indígenas e, posteriormente, contra os portugueses. Praticavam o canibalismo como um ritual, pois acreditavam que se comessem a carne de uma valente guerreiro adquiririam suas qualidades.

Outro importante grupo era o dos tupiniquins, também pertencente ao ramo dos indígenas de fala tupi. Também habitavam o litoral da Bahia e parte do Espírito Santo.

Os tamoios, também do grupo tupi, eram inimigos dos tupiniquins.

Existiam vários outros pequenos grupos, como carajás, caetés etc. Atualmente calcula-se que todas essas tribos estão reduzidas a cerca de 100 ou 200 mil nativos no máximo.

Por: José Ferreira



A América Pré Colombiana


Os Olmecas

A cultura olmeca, que se originou na costa sul do Golfo do México (La Venta,
San Lorenzo, Tenochtitlán, Três Zapotes), é considerada a primeira cultura elaborada da Mesoamérica, e matriz de todas as culturas posteriores dessa área.
Quem foram os olmecas? A sua antigüidade remonta á époci em que na Europa, depois de invadirem Creta, os aqueus se preparavam para conquistar Tróia.
Portanto, por volta do século XIII a.C., surgiu na América a primeira civilização,
Que durou até cerca do ano 100 a.C.. As características marcantes do Império Olmeca, que se estendeu desde o México Ocidental até, talvez, a Costa Rica - foram a escultura monumental (colossais cabeças de pedra) e a presença de centros cívicos religiosos a que se subordinavam áreas periféricas (satélites).
Tem razão o historiador mexicano Ignacio Bernal em declarar que "para nós,
americanos, ainda é melhor conhecida a vida de Roma que a de Tenochtitlán ou de Cuzco". Embora já se conheça razoavelmente bem a vida econômica e sócio-política dos astecas e incas, a mesmo não acontece com relação aos olmecas. Recentes pesquisas arqueológicas, realizadas em San Lorenzo, um dos principais centros Olmecas e, provavelmente, o primeiro centro civilizada da Mesoamérica, nos dão conta da existência de colinas artificiais, com desaguamentos subterrâneos que funcionariam como sistemas para controle da água. A costa meridional do Golfo do México é uma área pantanosa, irrigada por numerosos rios. Nesse ambiente tropical, os olmecas cultivaram milho, feijão e abóbora, complementando a subsistência com os produtos obtidos através da caça e da pesca.





Além de talhar monumentos gigantescos, feitos de pedra, os olmecas também
destacaram-se no artesanato de jade. Nem pedra, nem jade existiam no litoral da
Golfo. Os olmecas iam buscar essas matérias-primas em regiões distantes. Como
não conheciam a roda, nem possuíam animais de carga, a pedra era transportada
em balsas, por via fluvial. A procura do jade deve ter servido como estimulo ao
comércio, que se fazia através de numerosas rotas. Acredita-se que a notável influência olmeca na Mesoamérica seja devida á extensão desse comércio.
A organização social dos olmecas era bastante desenvolvida. A população,
espalhada pelo Império, dividia-se entre urna minoria (sacerdotes, artífices de elite), que habitava os centros cerimoniais, e a maioria do povo - camponeses - que vivia nas aldeias.
Nos centros cerimoniais, como o de La Venta, havia altos cômoros, em for.
ma de pirâmide truncada, construídos sobre grandes plataformas de terra, organizadas ao redor de plazas, segundo um plano sistemático. Esses montículos de argila eram rodeados de enormes fossas, onde foram encontradas máscaras religiosas profundamente enterradas. Ao que parece, os cômoros tinham funções primordialmente funerárias

É de se supor a existência de Chefias ou Estados incipientes (como em Três
Zapotes), devido á necessidade de supervisão e planejamento, além de recruta-
mento de numerosa mão-de-obra, para a construção das pirâmides, plataformas
e aterros.





O valor dominante do religioso caracterizou a Arte olmeca. A escultura era
bastante desenvolvida: monumentais cabeças de pedra, com rosto redondo, lábios
grossos e nariz achatado; estatuetas com formas humanas; e outras apresentando
uma mistura de traças humanos e felinos (aguar). Todas caracterizavam-se pela
boca retorcida - típica da Arte olmeca. São freqüentes as representações do jaguar, a principal divindade, sendo que o homem-jaguar representaria, provável.
mente, o deus da chuva. Quanto a pintura, dela encontraram-se poucas exemplares, em locais distantes.
Sabe-se que tinham conhecimentos de Astronomia - basta observar-se o traçado das suas cidades, obedecendo aos pontos cardeais (como La Venta) - e um
calendário, pois foram encontrados, em alguns monumentos, registros de datas
muito antigas. Também conheciam a escrita e possuíam sistemas matemáticos.
Muitos traços e tradições dos olmecas sobreviveram entre as diversas culturas
que os sucederam, como é o caso das culturas dos maias e astecas.

Os Maias

Os maias - que ocuparam as planícies da Península do Iucatâ, quase toda
a Guatemala, a parte ocidental de Honduras e algumas regiões limítrofes - constituíam povos que falavam línguas aparentadas, e elaboraram uma das mais complexas e influentes culturas da América. Alguns historiadores, para quem a Europa é o centro do mundo, chegaram a comparar os maias aos gregos, em termos de importância cultural.
Estes Gregos do Novo Mundo possuíam uma economia agrícola baseada na
produção do milho, considerado alimento sagrado, pois dele se teria originado o
homem, segundo a mitologia maia. A terra era cultivada coletivamente. obrigando-
se os camponeses ao pagamento do imposto coletivo. A caça e a pesca eram atividades complementares, sendo desconhecida a pecuária.




A organização social dos maias ainda é, em grande parte, desconhecida. Entretanto, através do estudo da Arte maia, sobretudo de sua Pintura, pode-se caracterizar essa civilização como uma sociedade de classes. Uma elite (militares e sacerdotes) constituía a classe dominante, de caráter hereditário, que habitam as numerosas centros cerimoniais, circundados pelas aldeias onde vivia a numerosa mão-de-obra composta por camponeses submetidos ao regime da servidão coletiva. Os centros maias não eram apenas o lugar da administração e do culto, mas também exerciam funções comercias: trocas de produtos cultivados e de artigos do artesanato, objetos de ouro e cobre, tecidos de algodão, cerâmica), sendo muito importante o ofício de mercador. Havia ainda os escravos, cujas figuras apareciam em numerosos monumentos do Antigo Império Maia. "Estas figuras de cativos certamente são uma representação dos prisioneiros de guerra reduzidos á escravidão, ainda que possam representar também as pessoas de todo um povoado ou aldeia, coletivamente, melhor do que a um indivíduo em especial, as vezes, os rostos dos prisioneiros são diferentes dos das principais figuras, diferença que possivelmente indica que os senhores pertenciam a uma classe hereditária especial."




Politicamente, acredita-se que o governo maia fosse uma teocracia, exercida
peio Halach Uinic, de caráter hereditário, incumbido da política interna e externa,
e do recolhimento do imposto coletivo das aldeias. Uma espécie de Conselho assessorava esse governante. As chefias das aldeias eram exercidas pelos Batab, com jurisdição local e submetido ao supremo governante, como, aliás, todos os habitantes das aldeias e os funcionários reais. Estas chefias locais poderiam ser constituídas pelas antigas aristocracias tribais, cooptadas pelo Estado para melhor afirmar sua autoridade sobre as aldeias. Havia ainda os Nacom, chefes militares eleitos por um período de três anos, que intervinham nos assuntos da guerra, organizando o exército; e funcionários menos categorizados, os Tupiles, que zelavam pela ordem pública.
Os maias na verdade, nunca chegaram a constituir um Império: cada cidade.
com suas respectivas aldeias, formava um Estado independente: Palenque, Copán, Tical e outras.
Do ponto de vista religioso, os maias acreditavam que o destino do homem era
controlado pelos deuses, e, assim, toda sua produção cultural foi nitidamente influenciada pela religião. A arquitetura era sobretudo religiosa. Utilizando principalmente pedra e terra como materiais, e trabalho forçado da numerosa mão-de-obra camponesa, construíram-se templos, de forma retangular, sobre pirâmides truncadas, com escadarias, e estendendo-se ao redor de praças. Também se edificaram palácios, provavelmente para residência dos sacerdotes, em que os interiores , geralmente longos e estreitos, eram cobertos por uma falsa abóbada, característica desse tipo de edificação. Todas as dependências revestiam-se de elaborada decoração - esculturas, pinturas murais, geralmente representando cenas guerreiras ou cerimoniais (altos dignitários sendo homenageados ou servidos por súditos). A escultura em terracota foi outro exemplo notável da Arte maia, enquanto a Pintura, utilizando cores vivas e intensas, atingiu alto grau de perfeição.




A preocupação religiosa também estava presente nas realizações das maias
no campo do registro do tempo. "Uma das grandes realizações devidas aos sacerdotes foi o calendário da América Central. Todas as religiões se interessam pela determinação do tempo. Elas ligam o ciclo vital da indivíduo aos atos rituais que revivem periodicamente na sociedade e sincronizam este tempo social com a marcha do tempo.
O calendário cíclico, que abrangia um período de 52 anos, era um sistema complexo de contagem do tempo, agrupando três ciclos, com número diferente de dias e com múltiplas combinações. Esse calendário orientava as atividades humanas e pressagiavam as vontades dos deuses. Os maias fizeram notáveis progressos na Astronomia. (eclipses solares, movimento dos planetas). Também adquiriram avançadas noções de Matemático, como um símbolo para o zero e o principio do valor relativo.
Embora não esteja ainda de todo decifrada, já se sabe que a escrita maia, considerada sagrada, não se baseava em um alfabeto: havia sinais pictográficos e símbolos apresentando sílabas, ou combinações de sons.
No que restou da produção literária, sobressai o Popol Vuh, livro sagrado dos
maias, que contém numerosas lendas e é considerado um dos mais valiosos exemplos de Literatura indígena.
Por volta do ano 900, o Antigo Império Maia sofreu um declínio de população,
e teria iniciado um processo erroneamente confundido com decadência. Alguns
estudiosos atribuem o abandono dos centros maias à guerra, insurreição, revolta
social, invasões bárbaras etc. De fato, os grandes centros foram abandonados, porém não de súbito. As hipóteses mais prováveis apontam para uma exploração intensiva de meios de subsistência inadequados, provocando a exaustão do solo e a deficiência alimentar.
A cultura maia posterior, fundindo-se com a dos Toltecas, prolongou-se no
Novo Império Maia até a conquista definitiva pelos espanhóis.


Texto retirado de HISTÓRIA DAS SOCIEDADES AMERICANAS
Aquino, Jesus e Oscar
Editora Ao Livro Técnico

Esse mapa prova que chineses descobriram a América antes de Colombo?


O controverso historiador Gavin Menzies está afirmando que este mapa de 1418 mostra que o Novo Mundo foi descoberto pelo Almirante chinês Zheng He, cerca de 70 anos antes de Colombo. Será?



Menzies acaba de publicar um livro intitulado Who Discovered America (Quem descobriu a América, traduzindo do inglês) em que ele estabelece essas e outras reivindicações notáveis ​​- incluindo a sugestão de que marinheiros chineses foram os primeiros a cruzar o Oceano Pacífico mais de 40 mil anos atrás. É o mais recente de uma série de livros em que ele sugere a teoria bastante estranha de que os chineses descobriram a América.

Em seu novo livro, Menzies faz sua reivindicação por um mapa encontrado em uma livraria de segunda mão pelo advogado Liu Gang, em Pequim.

O documento, segundo ele, é uma cópia do mapa de 1417 do almirante Zheng He. O Sr. Menzies argumenta que ele mostra claramente os rios e as costas da América do Norte, bem como o continente da América do Sul.

Afirmação do Sr. Menzie sobre a viagem de Zheng He ao Novo Mundo não é nova – ele escreveu pela primeira vez sobre o assunto em 2002 -, mas o mapa é.

Liu tinha o mapa autenticado por um avaliador de leilões Christie, que disse que o documento era “muito velho” e não uma farsa recém-fabricada. Segundo ele, o documento foi originalmente escrito na dinastia Ming – um período que durou entre 1368 e 1644.

Ele também afirma ter um mapa que mostra os nomes das cidades peruanas específicas.
No entanto, segundo o historiador Geoff Wade, o mapa só foi produzido séculos mais tarde, na Europa.
É um mapa de dois hemisférios, uma tradição cartográfica exclusivamente europeia. A Califórnia é representada como uma ilha, copiada diretamente de mapas europeus do século 17, e a China é colocada no centro do mapa.

A quantidade de detalhes não-costeiros (incluindo sistemas fluviais que se estendem a milhares de quilômetros da costa) indicam que estes mapas não poderiam ter sido produzidos por navegantes marítimos. A informação contida nos mapas foi, obviamente, acumulada ao longo do tempo por culturas que tinham viajado muito. Ele se encaixa perfeitamente dentro da história da cartografia européia, mas é uma completa anomalia para a cartografia chinesa.

Os Himalaias estão marcados como as montanhas mais altas do mundo. Este fato só foi descoberto no século 19.

É importante notar, entretanto, que povos nativos de ilhas do Pacífico podem ter chegado à América do Sul antes de Colombo – uma análise genética recente de uma tribo indígena brasileira chamada Botocudo revelou traços de DNA polinésio.

7 cidades em ruínas que ainda são um mistério



O mundo está cheio de cidades em ruínas, mas algumas são muito misteriosas e assombram nossa imaginação. Mesmo que saibamos quem as construiu, certos aspectos da cidade podem simplesmente desafiar a nossa compreensão na idade moderna. Aqui estão sete cidades antigas que nunca poderemos entender plenamente.

Çatalhöyük, Turquia



Em 7500 aC, esta cidade na região da Mesopotâmia (atual Turquia), abrigava milhares de pessoas e é considerada por muitos como um dos primeiros assentamentos urbanos do mundo. Mas a cultura das pessoas aqui era diferente de tudo que conhecemos hoje. Primeiramente, eles construíram a cidade como um favo de mel, com casas compartilhando paredes. Casas e prédios eram acessados ​​por portas cortadas em telhados. As pessoas caminhavam nas ruas através destes telhados, e desciam as escadas para chegar a seus aposentos. Entradas eram muitas vezes marcadas com chifres de touros, e os membros da família mortos eram enterrados no chão de cada casa. Não está claro o que aconteceu com a cultura do povo que viveu nesta cidade. Seu estilo arquitetônico parece ser único.

Palenque, México



Como uma das maiores e mais bem preservadas cidades-estado maia, Palenque é o centro do mistério de toda a civilização maia – que se ergueu, dominou partes do México, Guatemala, Belize e Honduras, e em seguida, desapareceu sem muitas explicações. Embora descendentes dos maias ainda estejam prosperando no México e na América Central, ninguém tem certeza por que as grandes cidades maias ficaram em ruínas e foram abandonadas por volta de 1400. Palenque estava em seu auge durante o período clássico da civilização maia, dentre os anos de 700-1100. Como muitas cidades maias, Palenque tinha templos, palácios e mercados. Mas a cidade, localizada perto do que hoje é conhecido como a região de Chiapas, tem algumas das esculturas mais detalhadas e inscrições da civilização maia, oferecendo importantes informações históricas sobre reis, batalhas e a vida cotidiana da civilização. Teorias para explicar por que essa e outras cidades maias foram abandonadas incluem a guerra, a fome e a mudança climática.

Cahokia, EUA



Localizada lado do rio Mississippi no que é hoje St. Louis, Cahokia foi por centenas de anos a maior cidade da América do Norte. Os seus habitantes construíram enormes montes de terra – alguns dos quais você ainda pode visitar hoje – e grandes praças que serviram de mercados e locais de encontro. Há fortes evidências de que os habitantes tinham práticas agrícolas muito sofisticadas, e que eles desviaram afluentes do Mississippi várias vezes para regar seus campos. Tal como os maias, o povo de Cahokia estava no seu auge civilizacional entre 600-1400. Ninguém sabe ao certo porque a cidade foi abandonada, nem como a região era capaz de sustentar uma civilização urbana de alta densidade (até 40 mil pessoas) por centenas de anos.

Derinkuyu, Turquia



Derinkuyu é uma enorme e antiga cidade subterrânea que remonta ao Império Bizantino. Não se sabe quando a cidade foi construída – algumas fontes dizem que no 7º século aC -, mas não teria atingido seu maior tamanho até o período entre 500-1000 dC, quando ela tinha cinco andares de profundidade, com espaço para 20 mil pessoas, além de pecuária, cozinhas, uma igreja, e uma instalação de vinificação. Os moradores cavaram túneis e salas sob suas casas, sob a areia vulcânica da região central turca da Capadócia. Uma civilização subterrânea inteira foi prosperando aqui durante a Idade Média.

Durante séculos, as pessoas fugiram para a área para encontrar um refúgio seguro contra os anti-cristãos, bandidos e, mais tarde, muçulmanos. Eventualmente, eixos longos foram escavados para conectar Derinkuyu com outras cidades subterrâneas na área. A cidade foi selada em algum momento após o século 10, e só foi reaberta ao público em 1969.

Pompeia, Itália



Há amplos registros históricos que documentam a cidade romana de Pompeia, que foi enterrada em cinzas após a erupção catastrófica do Monte Vesúvio, em 79 dC. Sabemos que a cidade foi parcialmente destruída por um terremoto anos antes de o vulcão entrar em erupção, e que muitas de suas maiores casas já foram abandonadas antes da explosão final, que apagou a cidade para sempre. Nós até sabemos, a partir de registros históricos, que o Vesúvio começou a soltar cinzas e causar tremores nos dias que antecederam a erupção fatal. Então, qual é o mistério?

Como Pompeia foi perfeitamente preservada na configuração exata que tinha em 79 dC, existem centenas de detalhes históricos que são totalmente estranhos para os olhos contemporâneos – incluindo estranhas estátuas decorativas, grafite, artes inexplicáveis, e condições de vida que são diferentes de qualquer coisa que você vê em uma cidade moderna. Uma coisa é ler relatos históricos da Roma Antiga, e outra coisa é andar pelas ruas de uma cidade romana inalterada desde o auge do Império. Os mistérios da vida cotidiana são muitas vezes maiores do que os mistérios de como a civilização entrou em colapso.

Thonis, Egito



No oitavo século aC, a cidade lendária foi a porta de entrada para o Egito, uma cidade portuária que estava cheia de monumentos incríveis, comerciantes ricos, e grandes edifícios. Agora ela está totalmente submersa no Mar Mediterrâneo. Thonis começou o seu lento declínio após a ascensão de Alexandria. Mas, eventualmente, a cidade foi engolida pelo mar, que já foi a fonte de sua riqueza. Ninguém sabe ao certo como isso aconteceu, mas pelo oitavo século dC, a cidade desapareceu. Ela pode ter sido vítima da liquefação após um terremoto.

Machu Picchu, Peru




Muitas coisas permanecem misteriosas sobre o Império Inca, que dominou partes das regiões hoje conhecidas como Peru, Chile, Equador, Bolívia e Argentina por centenas de anos antes de os espanhóis invadirem, destruírem as suas cidades, e queimarem suas bibliotecas de registros quipu (a linguagem Inca).

Embora saibamos muito sobre a tecnologia Inca, arquitetura e agricultura avançada – que estão em evidência na grande cidade inca Machu Picchu – nós ainda não podemos ler o que sobrou das tapeçarias que contêm seus registros escritos. E nós não entendemos como eles ergueram um vasto império sem nunca ter construído um único mercado. É isso mesmo – Machu Picchu e outras cidades incas não tinham comércio. Esta é uma diferença gritante da maioria das outras cidades antigas, que muitas vezes são construídas em torno de praças centrais e mercados. Como é que uma civilização tão bem sucedida existiu sem uma economia reconhecível?

Arqueólogos encontram ruínas de lendária cidade em Honduras


Novas imagens de uma possível cidade perdida escondida por florestas tropicais hondurenhas mostram como poderiam ser as fundações dos edifícios e montes de Ciudad Blanca, uma lendária metrópole nunca confirmada.



Arqueólogos e os cineastas Steven Elkins e Bill Benenson anunciaram no ano passado que haviam descoberto possíveis ruínas na região de Mosquitia, em Honduras, com aviões que voam baixo enviando pulsos de laser para o chão conforme sobrevoam a floresta tropical, através de uma técnica conhecia como LIDAR (light detection and ranging).
O que os arqueólogos encontraram – e o que as novas imagens revelam – são características do que podem ser ruínas antigas, incluindo canais, estradas, fundações e terras agrícolas com terraço.

Ciudad Blanca, ou “A Cidade Branca”, tem sido uma lenda desde os tempos dos conquistadores, que acreditavam que as florestas tropicais em Mosquitia escondiam uma metrópole cheia de ouro. Ao longo do século passado, os arqueólogos documentaram montes e outros sinais de uma antiga civilização na região de Mosquitias, mas a cidade lendária não havia sido descoberta.
Não se sabe se as novas imagens são da mesma cidade que os conquistadores tanto procuraram séculos atrás. Os arqueólogos pretendem investigar as características misteriosas vistos nas novas imagens em solo. [LiveScience]

As 4 maiores civilizações antigas da América


As civilizações olmecas, maias, incas e astecas foram algumas das maiores civilizações antigas da história, e ainda sabemos muito pouco sobre elas. Em suma, os maias surgiram primeiro, e se estabeleceram no México atual. Em seguida vieram os olmecas, que também se estabeleceram no México. Eles não construíram nenhuma das grandes cidades, mas prosperaram bastante. Eles foram seguidos pelos incas, no atual Peru e, finalmente, pelos astecas, também no México.

Maias
            
            


Os maias foram a primeira civilização mesoamericana, surgindo por volta de 2.600 aC. Foram os povos antigos que perduraram por mais tempo, e são muitas vezes vistos como a maior civilização mesoamericana. Eles construíram a maioria de suas grandes cidades entre 250 dC e 900 dC. Os maias deixaram para trás um grande e próspero legado em partes do México, Guatemala, El Salvador, Belize e Honduras. Eles eram governados por reis e sacerdotes e não foram exterminados como algumas das outras culturas, mas aos poucos foram se dissipando. Acredita-se que tiveram uma influência cultural dos olmecas, mas essa relação permanece obscura.

Olmecas




Assim, os olmecas representaram a primeira grande cultura mesoamericana, apesar de serem mais jovens do que os maias. Os olmecas estabeleceram-se por volta de 1.400 aC e perduraram por cerca de 1.000 anos, ocupando uma quantidade razoavelmente grande de terra. Eles eram bons agricultores, artistas, matemáticos e astrônomos. Eles escreviam em hieróglifos, assim como a maioria das culturas que os seguiram. Eles nunca construíram quaisquer grandes cidades que conhecemos, mas ergueram alguns famosos monumentos como a Grande Pirâmide, cabeças gigantes e praças.

Incas



Eles viviam nas montanhas do Peru, longe dos olmecas, maias e astecas. No auge de seu poder, a civilização se estendeu por 4.000 quilômetros, incluindo 16 milhões de pessoas. Eles eram extremamente avançados e tinham um exército, leis, estradas, pontes, túneis, e um complexo sistema de irrigação muito à frente de seu tempo. No entanto, eles nunca inventaram um sistema de escrita, tampouco uma economia. Machu Picchu era a principal cidade, e até hoje atrai milhares de turistas por ano. Uma guerra civil tornou o Império Inca uma isca fácil para os espanhóis, que invadiram o Império e derrotaram os incas em 1533. [O maior mistério do Império Inca era sua estranha economia]

Astecas


Os astecas fundaram sua maior cidade, Tenochtitlán, no ano 1325, ou seja, eles eram muito mais jovens do que as outras civilizações. Tenochtitlan foi construída em uma ilha em um lago mexicano chamado Texcoco. Eles gradualmente conquistaram o restante da área, até que caíram em 1521 nas mãos dos invasores espanhóis. Embora não fossem tão avançados quanto os Incas, eles tinham um calendário de 365 dias e usavam hieróglifos. [KnowledgeNuts]

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Material de apoio - 8º Ano - Conheça invenções e ideias geniais dos povos antigos da América





Pimenta + cacau: chocolate

Usando sementes de cacau, pimenta e água, os astecas criaram uma bebida chamadatchocolatl. Os espanhóis chegaram à região, provaram a mistura e a levaram para a Europa. Com o tempo, a receita foi mudando e virou o chocolate.



Calendários modernos
Os maias tinham calendários muito precisos, porque eram feras em astronomia. Além disso, avançaram muito na matemática e fizeram contas usando o número zero, que os europeus só passaram a entender 700 anos depois.


Para-raios
O povo anasazi, que morava numa região onde hoje ficam os Estados Unidos, espetava lanças no chão de lugares altos. Nas tempestades, elas atraíam raios e as pessoas ficavam livres desse perigo. A idéia foi aperfeiçoada no século 18 por Benjamin Franklin, que criou o páraraios.


Pipoca
Povos da América Central costumavam pôr espigas de milho no fogo até os grãos estourarem. Além de servir como alimento, a pipoca era usada como enfeite. Com o tempo, passaram a prepará-la numa panela de barro e agora a gente pode fazê-la até no microondas.



Borracha
No século 18, o francês Charles de la Condamine viajou pela Amazônia e viu índios brincando com bolas de látex. Ele levou amostras do material e logo descobriu que servia para apagar o que estava escrito a lápis.


Tomate e batata
Você sabia que os europeus conheceram o tomate e a batata só depois da descoberta da América, no século 16? O tomate surgiu na região da Cordilheira dos Andes e a batata era cultivada pelos incas, na América do Sul.


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

1ª ano - HISTORIA - Império Árabe - Islamismo e as Cruzadas


Introdução

O Império Árabe teve sua formação a partir da origem do islamismo, religião fundada pelo profeta Maomé. Antes disso, a Arábia era composta por povos semitas que, até o século VII, viviam em diferentes tribos. Apesar de falarem a mesma língua, estes povos possuíam diferentes estilos de vida e de crenças.

Arabia pré-islâmica
Os beduínos eram nômades e levavam uma vida difícil no deserto, utilizando como meio de sobrevivência o camelo, animal do qual retiravam seu alimento (leite e carne) e vestimentas (feitas com o pêlo). Com suas caravanas, praticavam o comércio de vários produtos pelas cidades da região. Já as tribos coraixitas, habitavam a região litorânea e viviam do comércio fixo.

Expansão do islamismo e a formação do império
Foi após a morte do profeta, em 632, que a Arábia foi unificada. A partir desta união, impulsionada pela doutrina religiosa islamita, foi iniciada a expansão do império árabe. Os árabes foram liderados por um califa, espécie de chefe político, militar e religioso.
Os seguidores do alcorão, livro sagrado, acreditavam que deveriam converter todos ao islamismo através da Guerra Santa. Firmes nesta crença, eles expandiram sua religião ao Iêmen, Pérsia, Síria, Omã, Egito e Palestina. Em 711, dominaram grande parte da península ibérica, espalhando sua cultura pela região da Espanha e Portugal. Em 732, foram vencidos pelos francos, que barraram a expansão deste povo pelo norte da Europa. Aos poucos, novas dinastias foram surgindo e o império foi perdendo grande parte de seu poder e força.

Expansão da cultura árabe
Durante o período de conquistas, ampliaram seu conhecimento através da absorção das culturas de outros povos, levando-as adiante a cada nova conquista. Foram eles que espalharam pela Europa grandes nomes como o de Aristóteles e também outros nomes da antiguidade grega. Eles fizeram ainda importantes avanços e descobertas médicas e cientificas que contribuíram com o desenvolvimento do mundo ocidental.
No campo cultural, artístico e literário deixaram grandes contribuições. A cultura árabe caracterizou-se pela construção de maravilhosos palácios e mesquitas. Destacam-se, nestas construções, os arabescos para ilustração e decoração. A literatura também teve um grande valor, com obras até hoje conhecidas no Ocidente, tais como: As mil e uma noites, As minas do rei Salomão e Ali Babá e os quarenta ladrões.

ATIVIDADES ISLÃ

1) Leia as afirmações abaixo sobre o Alcorão;

I. O Alcorão foi escrito por Alá e contém as bases da religião islâmica.
II. Pode se dizer que o Alcorão é um documento histórico, pois traz informações sobre a formação do islamismo.
III. Há nas páginas do Alcorão um claro incentivo aos ataques de homens-bomba.

Estão corretas:

a) Somente a I está correta.
b) Somente a II está correta.
c) Somente a III está correta.
d) Somente a I e II estão corretas.
e) Todas estão corretas.

2) Sobre a relação entre Oriente e Ocidente no presente, marque a CORRETA:
a) Hoje o Oriente vem recebendo grande atenção por parte da TV, o que pôs fim ao preconceito contra aquela região.
b) As diferenças entre orientais e ocidentais apareceram somente nos últimos anos graças ao aumento das informações.
c) Apesar de termos mais informações sobre o Oriente ainda há muitas dificuldades para entendermos a realidade daqueles povos.
d) As diferenças religiosas são pequenas, mas as culturas de Oriente e Ocidente ainda são bem diferentes.

3) Sobre o território onde surgiu o islamismo, marque a alternativa CERTA:
a) O islamismo surgiu na Arábia, região marcada pelas várias inundações do rio Nilo.
b) O islamismo teve origem em Portugal, após a expansão do povo do Oriente.
c) O islamismo surgiu na Arábia e lá permaneceu isolado até pouco tempo atrás.
d) O islamismo surgiu na Pérsia, sendo seus seguidores perseguidos pelos romanos.
e) O islamismo surgiu na Arábia, uma região com clima seco e grandes desertos.

4) Sobre as tribos existentes antes da origem do islamismo, marque a única alternativa ERRADA:
a) As tribos do litoral e do deserto sempre se uniam para enfrentar os estrangeiros.
b) Algumas das tribos se dedicavam ao comércio para sobreviver.
c) Os assaltos às caravanas de comerciantes eram comuns entre as tribos.
d) Havia uma constante rivalidade entre as tribos do deserto e as do litoral.

5) Leia as afirmações abaixo:
I. Antes da origem do islamismo, faltava uma unidade política para as tribos do Oriente;
II. A guerra santa foi fundamental para o islamismo se espalhar tanto pelo mundo.
III. O islamismo serviu para desunir ainda mais as tribos rivais, gerando novas guerras.

Estão corretas:
a) Somente a I está correta.
b) Somente I e III estão corretas.
c) Somente II e III estão corretas.
d) Somente I e II estão corretas.
e) Todas estão corretas.


Islamismo
Introdução

A religião muçulmana tem crescido nos últimos anos (atualmente é a segunda maior do mundo) e está presente em todos os continentes. Porém, a maior parte de seguidores do islamismo encontra-se nos países árabes do Oriente Médio e do norte da África. Assim como as religiões cristãs, a religião muçulmana é monoteísta, ou seja, crê na existência de apenas um deus, Alá ou Allah (palavra para designar Deus em árabe).
Criada pelo profeta Maomé, a doutrina muçulmana encontra-se no livro sagrado, o Alcorão ou Corão. Foi fundada na região da atual Arábia Saudita.

Vida do profeta Maomé
Muhammad (Maomé) era da tribo de coraich e nasceu na cidade de Meca no ano de 570. Filho de uma família de comerciantes, passou parte da juventude viajando com os pais e conhecendo diferentes culturas e religiões. Aos 40 anos de idade, de acordo com a tradição, recebeu a visita do anjo Gabriel que lhe transmitiu a existência de um único Deus. A partir deste momento, começa sua fase de pregação da doutrina monoteísta, porém encontra grande resistência e oposição. As tribos árabes seguiam até então uma religião politeísta, com a existência de vários deuses tribais.
Maomé começou a ser perseguido e teve que emigrar para a cidade de Medina no ano de 622. Este acontecimento é conhecido como Hégira e marca o início do calendário muçulmano.
Em Medina, Maomé é bem acolhido e reconhecido como líder religioso. Consegue unificar e estabelecer a paz entre as tribos árabes e implanta a religião monoteísta. Ao retornar para Meca, consegue implantar a religião muçulmana que passa a ser aceita e começa a se expandir pela península Arábica.
Reconhecido como líder religioso e profeta, faleceu no ano de 632. Porém, a religião continuou crescendo após sua morte.

Livros Sagrados e doutrinas religiosas
O Alcorão ou Corão é um livro sagrado que reúne as revelações que o profeta Maomé recebeu do anjo Gabriel. Este livro é dividido em 114 capítulos (suras). Entre tantos ensinamentos contidos, destacam-se: onipotência de Deus (Alá), importância de praticar a bondade, generosidade e justiça no relacionamento social. O Alcorão também registra tradições religiosas, passagens do Antigo Testamento judaico e cristão.
Os muçulmanos acreditam na vida após a morte e no Juízo Final, com a ressurreição de todos os mortos.
A outra fonte religiosa dos muçulmanos é a Suna que reúne os dizeres e feitos do profeta Maomé.

Preceitos religiosos
A Sharia define as práticas de vida dos muçulmanos, com relação ao comportamento, atitudes e alimentação. De acordo com a Sharia, todo muçulmano deve seguir cinco princípios:

- Aceitar Deus como único e Muhammad (Maomé) como seu profeta;
- Dar esmola (Zakat) de no mínimo 2,5% de seus rendimentos para os necessitados;
- Fazer a peregrinação à cidade de Meca pelo menos uma vez na vida, desde que para isso possua recursos;
- Realização diária das orações;
- Jejuar no mês de Ramadã com objetivo de desenvolver a paciência e a reflexão.

Locais sagrados

Para os muçulmanos, existem três locais sagrados: A cidade de Meca, onde fica a pedra negra, também conhecida como Caaba. A cidade de Medina, local onde Maomé construiu a primeira Mesquita (templo religioso dos muçulmanos). A cidade de Jerusalém, cidade onde o profeta subiu ao céu e foi ao paraíso para encontrar com Moises e Jesus.

Divisões do Islamismo
Os seguidores da religião muçulmana se dividem em dois grupos principais : sunitas e xiitas. Aproximadamente 85% dos muçulmanos do mundo fazem parte do grupo sunita. De acordo com os sunitas, a autoridade espiritual pertence a toda comunidade. Os xiitas também possuem sua própria interpretação da Sharia.


Atividades sobre Expansão Árabe e Islamismo

1 - “O islamismo é a religião fundada pelo profeta Mohammad no início do século VII, na região da Arábia. O Islã é o conjunto dos povos de civilização islâmica, que professam o islamismo; em resumo, é o mundo dos seguidores dessa religião. O muçulmano é o seguidor da fé islâmica, também chamado por alguns de islamita. O termo maometano às vezes é usado para se referir ao muçulmano, mas muitos rejeitam essa expressão - afinal, a religião seria de devoção a Deus, e não ao profeta Mohammad.” Gilberto Cotrim

Com base no texto assinale a verdadeira:
a) Os muçulmanos não são obrigatoriamente árabes.
b) As raízes do islamismo são contrastantes com as origens do cristianismo e judaísmo.
c) Os muçulmanos acreditam num Deus diferente dos cristãos e judeus.
d) Os muçulmanos praticam uma religião violenta e muitas vezes extremista.


2 – “Em árabe, Islã significa "rendição" ou "submissão" e se refere à obrigação do muçulmano de seguir a vontade de Deus. O termo está ligado a outra palavra árabe, salam, que significa "paz" - o que reforça o caráter pacífico e tolerante da fé islâmica. O termo surgiu por obra do fundador do islamismo, o profeta Maomé, que dedicou a vida à tentativa de promover a paz em sua Arábia natal.” Claudio Recco
Leia com atenção:
I. Assim como as duas outras grandes religiões monoteístas – o Judaísmo e o Cristianismo, as raízes do Islamismo vêm do profeta Abraão. O profeta Mohammod, fundador do islamismo, seria descendente do primeiro filho de Abraão, Ismael. Moisés e Jesus seriam descendentes do filho mais novo de Abraão, Isaac. Abraão, o patriarca do judaísmo, estabeleceu as bases do que hoje é a cidade de Meca e construiu a Caaba - todos os muçulmanos se voltam a ela quando realizam suas orações.
II . Alá é simplesmente a palavra árabe para "Deus". A aceitação de um Deus único é idêntica à de judeus e cristãos. Deus tem o mesmo nome no judaísmo, no cristianismo e no islamismo, e Alá é o mesmo Deus adorado pelos judeus, cristãos e muçulmanos.
III . Uma pessoa se torna muçulmana quando proferir, em árabe e diante de uma testemunha, que "não há divindade além de Deus, e Mohammad é o Mensageiro de Deus". O processo de conversão extremamente simples é apontado como um dos motivos para a rápida expansão do islamismo pelo mundo. .
IV . Uma minoria entre os cerca de 1,3 bilhão de praticantes da religião é adepta de interpretações radicais dos ensinamentos de Maomé. Entre eles, a violência contra outros povos e religiões é considerada uma forma de garantir a sobrevivência do Islã em seu estado puro. Para a maioria dos seguidores do islamismo, contudo, a religião muçulmana é de paz e tolerância.

Estão corretas:
a) I, II e III
b) II, III e IV
c) I, III e IV
d) I, II, III e IV
e) II e IV


3 - “Os hábitos estão integrados às culturas, não necessariamente à religião.”
A partir da afirmação acima pode-se aferir, EXCETO:
a) A base da religião muçulmana não determina qualquer tipo de discriminação grave contra a mulher.
b) As interpretações radicais das escrituras deram origem a casos brutais de opressão contra a mulher .
c) Nos países que seguem com rigor a Sharia, e têm tradições contrárias à libertação da mulher é comum a opressão às mulheres.
d) O problema da opressão à mulher muçulmana é causado pela crença islâmica em si que impõe várias restrições às mulheres.


4 - O islamismo, religião fundada por Mohammad e de grande importância para unidade árabe, tem como fundamento:

a) o monoteísmo, influência do cristianismo e do judaísmo, observado por Mohammad entre os povos que seguiram essas religiões;
b) o culto aos santos e profetas através de imagens e ídolos.
c) o politeísmo, isto é, a crença em muitos deuses dos quais o principal é Mohammmad.
d) o princípio da aceitação dos desígnios de Alá em vida e a negação de uma vida pós-morte.
e) a concepção do islamismo vinculado exclusivamente aos árabes, não podendo ser professado pelos povos inferiores.

5 - Os movimentos fundamentalistas, que tudo querem subordinar à lei islâmica (Sharia), são hoje muito ativos em vários países da África, do Oriente Médio e da Ásia. Eles tiveram sua origem histórica:

a) no desenvolvimento do islamismo, durante a Antiguidade na Península Arábica, quando Mao Tsé Tung iniciou o movimento através dos escritos do livro sagrado: “Alcorão”.
b) na expansão da civilização árabe durante a Idade Média, quando o islamismo, unificou os povos árabes e foi a justificativa religiosa para a ampliação dos territórios e a formação de vários reinos árabes-islâmicos no oriente e no ocidente.
c) durante a transição do feudalismo para o capitalismo, depois que o papa Urbano II iniciou o movimento cruzadista a fim de conter o avanço islâmico para o ocidente.
d) no estabelecimento do império Turco-Otomano, com base em Istambul, durante a Idade Moderna.
e) na ocupação do mundo árabe pelos europeus, entre a segunda metade do século XIX e a primeira do século XX.

O que foram as Cruzadas.



Elas foram expedições militares organizadas entre 1095 e 1291 pelas potências cristãs européias, com o objetivo declarado de combater o domínio islâmico na chamada Terra Santa, reconquistando Jerusalém e outros lugares por onde Jesus teria passado em vida. A empreitada constituía uma mistura de guerra, peregrinação e penitência: os guerreiros cruzados, conhecidos também como "peregrinos penitentes", acreditavam que seus pecados seriam perdoados caso completassem a jornada e cumprissem a missão divina de libertar locais sagrados, como a Igreja do Santo Sepulcro. Esses cavaleiros e soldados tinham como símbolo a cruz, bordada no manto que usavam - daí o nome com que ficaram conhecidos. Seus motivos não eram, porém, exclusivamente religiosos. Mercadores emergentes viram nas Cruzadas uma oportunidade de ampliar seus negócios, abrindo novos mercados e obtendo lucro ao abastecer os exércitos que atravessavam a Europa a caminho do Oriente.

Outro objetivo era unificar as forças da cristandade ocidental, divididas por guerras internas, e concentrar suas energias contra um inimigo comum, os chamados "infiéis muçulmanos". Nesse período de quase dois séculos, oito Cruzadas foram lançadas, embora duas delas jamais tenham chegado a Jerusalém. A Quarta desviou-se do seu objetivo original para atacar os cristãos ortodoxos de Constantinopla - que não reconheciam a autoridade do papa -, saqueando a cidade no ano de 1203. Já a Quinta conseguiu conquistar partes do Egito, mas bateu em retirada sob a pressão do inimigo antes de atingir a Palestina.

PRIMEIRA CRUZADA (1096-1099)

O movimento foi instigado pelo papa Urbano II, que, no Concílio de Clermont (1095), pediu a ação de líderes cristãos para afastar o perigo muçulmano. Sem esperar uma segunda ordem, camponeses, religiosos e aventureiros partiram da França numa expedição improvisada que terminou em fracasso. Enquanto isso, a Cruzada "oficial", formada por quatro grupos seguindo rotas diferentes, chegou a Constantinopla, de onde marchou para Jerusalém, conquistada em julho de 1099.

SEGUNDA CRUZADA (1147-1149)

Conflitos constantes entre as várias colônias cristãs instaladas no Oriente levaram o papa Eugênio III a lançar uma nova Cruzada para restaurar a ordem na região. Mas mudanças políticas no mundo islâmico permitem ao príncipe Saladino, um de seus maiores líderes, unificar a Síria e o Egito sob domínio turco, reforçando sua posição militar. Em 1187, os muçulmanos retomaram Jerusalém e cerca de 16 000 cristãos foram vendidos como escravos.

TERCEIRA CRUZADA (1189-1192)

Com a Europa frustrada pela perda de Jerusalém, o papa Clemente III organiza a campanha para reconquistar a cidade. Vários ataques são lançados, sem sucesso. Em 1191, os reis cristãos que lideravam a expedição negociam um acordo com o inimigo: Jerusalém permanece sob domínio turco, mas os cristãos têm acesso ao Santo Sepulcro.

QUARTA CRUZADA (1202-1204)

Desde que se tornou papa, em 1198, Inocêncio III pregava uma nova Cruzada para recuperar Jerusalém. Mas a expedição que partiu de Veneza em 1202 tinha como objetivo principal atacar Constantinopla, que - depois de aderir à Igreja Ortodoxa - já não reconhecia a autoridade papal. Constantinopla foi ocupada e saqueada pelos cruzados em 1203. Mas eles foram expulsos da cidade no ano seguinte.

QUINTA CRUZADA (1218-1221)

Atacar o Egito era cogitado desde a Terceira Cruzada, para conquistar posições que pudessem ser barganhadas com os muçulmanos em troca da devolução de Jerusalém. Assim, a Quinta Cruzada concentrou-se em tomar o porto egípcio de Damietta, em 1219. Mas a falta de reforços obriga os cruzados a desocupar a cidade. E a missão fracassa.

SEXTA CRUZADA (1228-1229)

Em 1228, Frederico II, imperador da Alemanha, chegou à Terra Santa e, por casamento, tornou-se rei de Jerusalém, negociando a recuperação do controle sobre a cidade. Mas novos conflitos internos enfraqueceram os cruzados, que, em 1243, foram expulsos da região. No ano seguinte, os turcos voltaram a tomar Jerusalém.

GUERREIRO CRUZADO

Sua proteção era a cota de malha, vestimenta feita com pequenas argolas de metal encadeadas, que demorava cinco anos para ser confeccionada e pesava mais de 10 quilos, cobrindo o peito, as costas e os braços. O capacete tinha uma viseira removível. O escudo trazia a cruz, que também enfeitava o manto de tecido branco usado sobre a cota de malha. Sua principal arma era a espada, eventualmente empunhada com as duas mãos.

SÉTIMA CRUZADA (1248-1254)

Liderada por Luís IX, rei da França, que, mais tarde, seria canonizado como São Luís, a expedição buscava retomar os ideais religiosos da Primeira Cruzada. Permaneceu quatro anos na Síria, mas sem sucesso. Em 1268, o sultão Baibars, que conseguira reunificar a Síria e o Egito, expulsou mais uma vez os cruzados da Terra Santa.

GUERREIRO MUÇULMANO

Sua cota de malha era mais leve que as dos cruzados, dando maior mobilidade. A cabeça era protegida por um capacete pequeno e sua espada - a famosa cimitarra - possuía lâmina curva, facilitando o manuseio a cavalo. Arqueiros de grande habilidade, disparavam flechas certeiras mesmo sobre montarias a galope. Outra arma característica era a maça, bloco de ferro com pontas aguçadas, preso a um cabo de madeira ou a uma corrente.

OITAVA CRUZADA (1270-1291)

Luís IX, preso pelos muçulmanos, foi libertado depois de pagar resgate e, em 1270, desembarcou em Cartago (Túnis). Ali, o sultão local prometeu converter-se e ajudar os franceses. Em vez disso, ele voltou-se contra os cristãos, que tiveram sua posição enfraquecida com a morte de Luís IX no mesmo ano. Em 1291, o reino franco deixa de existir no Oriente.





O Islã






ATIVIDADES

Questões sobre as Cruzadas (respostas no final da página)

1. Qual das alternativas abaixo define melhor o que foram as Cruzadas Medievais?

A - Foram organizações comerciais com objetivo de expandir o comércio entre Ocidente e Oriente na Idade Média.

B - Foram expedições militares europeias, organizada pelos cristãos, que tinha como objetivo principal a conquista de todo continente asiático e africano.

C - Foram organizações de caráter cultural e artístico que tinha como objetivo promover a cultura ocidental cristã na região do Oriente Médio.

D - Foram expedições militares ocidentais (europeias) de inspiração cristã enviadas à Palestina para recuperarem a liberdade de acesso dos cristãos à Jerusalém, que havia sido tomada pelos muçulmanos no século XI.

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2. Qual das alternativas abaixo faz referência ao período inicial das Cruzadas?

A - Em 1095, o papa Urbano II, convocou um grande número de fiéis para lutarem pela libertação da Terra Santa.

B - O rei da França Luis IX organizou uma Cruzada em 1270 para converter o emir da região norte da África.

C - No século XIII, as cruzadas estimularam o comércio, fato que colaborou para a crise do feudalismo na Europa.

D - No século XI, o papa Urbano II conseguiu estabelecer um tratado de paz com os muçulmanos e conseguiu, sem conflitos militares, reconquistar Jerusalém.

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3. Qual das alternativas abaixo aponta uma das principais consequências economicas das Cruzadas?

A - O fortalecimento do modo de produção feudal.

B - O renascimento comercial na Europa.

C - A crise do capitalismo em toda a Europa.

D - O início e processo de industrialização na Europa.

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4. Qual a principal consequência das Cruzadas do ponto de visa religioso?

A - A paz religiosa entre todas as religiões da Europa, Ásia e África durante toda Idade Média.

B - A conversão de grande parte da população europeia ao islamismo.

C - O aumento das tensões entre cristãos e muçulmanos na Baixa Idade Média.

D - O surgimento de novas religiões cristãs, entre elas as protestantes.

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5. Do ponto de vista cultural, as Cruzadas favoreceram a:

A - Criação de obras de arte que valorizavam a cultura islâmica na Europa.

B - Valorização das artes plásticas cujos artistas passaram a criticar a Igreja Católica através de suas pinturas e esculturas.

C - Criação de escolas de artes na Europa, administradas por professores de origem árabe.

D - Literatura conhecida como contos de cavalaria, que relatava os feitos heroicos e conflitos militares entre cristãos e muçulmanos durante as Cruzadas.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

PROJETO PAZ NA ESCOLA - MATERIAL DE APOIO 8º ANO D - ELZA PEÇANHA DE GODOY


Sinceridade tem limites

A sinceridade é uma qualidade das pessoas honestas e éticas. Quem disser o contrário pode estar sendo tudo, menos sincero… Mas há diferenças entre sinceridade e rudeza. Ser sincero de verdade é agir com lisura e respeito. Já ser sincero com rudeza é desrespeitar o próximo. Há pessoas que são ferinas alegando ser sinceras. A verdade não existe para humilhar ninguém e sim para construir. Há formas e “formas” de ser sincero. Existe sempre um jeito de ser sincero sem destruir, e isso faz parte da arte do bom interrelacionamento pessoal. Sendo mais clara: é a educação pessoal ou o jeito de trabalhar as palavras que separa o joio e o trigo, o sincero e o rude, o sensato e o ignorante.
Uma regrinha para um bom convívio pessoal é usar de sinceridade e também guardar uma certa reserva. É necessário saber dosar o que falamos para não magoar as pessoas. É claro que podemos e devemos ter nossa opinião sobre vários temas e pessoas. Mas, ao emitir essa opinião com sinceridade, convém ter educação, equilíbrio e discrição. Ninguém precisa escancarar sua vida como se fosse um “livro aberto”. Nem exigir que os outros façam o mesmo. Já pensou se todos falassem tudo o que pensam? As pessoas se entenderiam menos ainda…
Não pense o leitor que estou pregando a dissimulação ou a hipocrisia. Não! Mas se ninguém é igual a ninguém a diversidade de pensamentos é uma realidade. O que não significa que devemos nos levar pela intolerância. Ao contrário. Quem quiser ter sua opinião respeitada precisa respeitar a do outro. E isso não implica em concordar ou discordar dos outros, mas dar limite às nossas falas. Às vezes, guardar a palavra é um preceito bíblico muito pouco observado.
Então, se você tinha dúvida, já sabe: a sinceridade não está só no conteúdo do que falamos, mas também na forma. Uma pessoa que usa da sinceridade bruta pode até acertar no conteúdo. Mas peca feio na forma e na intenção. Age com uma sinceridade maldosa, embora o termo pareça contraditório. Faria melhor se fechasse a boca.
Antes de dizer uma verdade, ainda mais quando ela parece dura ou dolorosa, se coloque no lugar da pessoa que vai ouvi-la. Avalie como ela a receberá e formule sua fala de um jeito que não a machuque. Ou, então, que a machuque o menos possível. É sempre possível ser sincero com delicadeza. Lembre-se: muita gente já se arrependeu por ter falado coisas sinceras sem pensar. E o que sai de errado da boca do homem
geralmente termina em confusão.

O Caminho da Sinceridade

Olá!

Você já deve ter tido experiências em seu caminho com a sinceridade. Costumo dizer que a sinceridade é um valor muito versátil, pois a percebemos tanto na presença quanto na sua ausência. Por mais doloridos que possam ser os efeitos da sinceridade, ainda assim, ela é valorizada.
A história desta palavra traz um significado interessante. Sinceridade vem do latim sin cera (sem cera): quando as colunas de sustentação das construções apresentavam alguma trinca ou rachadura eram retocadas com cera. Isso fazia com que ela deixasse de mostrar a imperfeição da obra. Desde então, o termo “sincero” demonstra aquele que não esconde as imperfeições, que não oculta o imperfeito.
Importante perceber que este valor é irmão da transparência, pois ambos destacam a clareza das relações. Relacionamentos sem transparência e sinceridade tendem a ser muito frágeis e sem valor. Conviver com alguém que esconde algo é muito frustrante e improdutivo.
Há um elemento muito importante que torna sinceridade ainda mais bela e valorizada. Este elemento se refere à forma, ao jeito, à maneira de como é aplicada. Aqui incluo a “sutileza”.
A sutileza torna a sinceridade polida, educada, cortês e brilhante, pois destaca a inteligência de quem a pratica.
Em meu caminho, tenho encontrado pessoas sinceras, mas conheci poucas que são sinceras e sutis. Sinceridade sem sutileza é como um elefante diante de uma cristaleira, pode ser um desastre se mal administrada.
A falta da sutileza empresta à sinceridade os adjetivos de aspereza, rudeza e inconveniência. Apesar de, ainda assim, ser preferível à mentira. Contudo, se combinada à sutileza traria maiores benefícios pela atenção a detalhes.
Quantas equipes poderiam ser mais energizadas por seus líderes se estes utilizassem mais a sinceridade sutil em seus feedbacks, quantas vendas poderiam ser potencializadas, se vendedores utilizassem esta arte com os clientes, quantos pais teriam maior respeito de seus filhos se praticassem o exemplo da sinceridade sutil, quantos relacionamentos seriam mais verdadeiros e duradouros se as verdades sempre fossem ditas de forma mais respeitosa, mais humana...
Certa vez ouvi: “Eu falo tudo mesmo, e tudo, na cara!”.
Importante isso, dizer o que é preciso ser dito, valorizar a verdade diretamente a quem deve conhecê-la. Contudo, tenho aprendido que é igualmente importante ser responsável com as palavras, pois estas, não voltam.
Utilizar a sutileza com a sinceridade é uma arte de combinar palavras, tom de voz, olhar, gestos, etc.
Um caminho percorrido com a verdade é mais bonito se cercado pelas flores da sutileza. O aroma da caminhada é mais agradável, a paisagem fica mais bela e tenha certeza, as pessoas adorarão caminhar ao seu lado, pois sabem que estar ao lado de alguém sincero é bom, mas melhor ainda é estar ao lado de um sincero e sutil.

Pense nisso!

Sinceridade versus sincericídio


Ser uma pessoa sincera na maioria das vezes é tido como uma virtude. Ser sincero requer muito cuidado e respeito. O que contarei, o segredo que vou revelar ou a opinião que emitirei terá alguma utilidade?
Não podemos sair por aí falando tudo que nos dá na telha pelo simples fato de que somos sinceros. Podemos pensar em ser sinceros com as pessoas com as quais temos maior intimidade, mas mesmo assim nem sempre a sinceridade é bem vinda. Podemos ser sinceros com as pessoas que sabemos, ou pelo menos acreditamos, que não sofrerão com aquilo que vamos falar, isto é, não haverá um suicídio ou um sincericídio.
Não tenho lembrança de onde tirei este termo, li em algum lugar e me apaixonei por ele. Sincericídio significa isto mesmo. Sinceridade somada ao suicídio.
Muita gente, por querer ajudar, já abriu a boca e logo percebeu que devia ter ficado calada. Quem nunca fez um comentário aparentemente sem maldade, mas que pegou muito mal? Quem nunca respondeu a uma pergunta sobre qualquer coisa de forma sincera e ficou com a antipatia da pessoa que pediu aquela opinião?
Sinceridade pode se transformar em sincericídio facilmente. Sinceridade e intrusão também têm uma linha divisória bem tênue. Outros tantos, com a desculpa da sinceridade, acabam sendo intrusivos, agressivos e maldosos. Sinceridade boa é aquela que faz crescer, que acrescenta, que amplia e que assim é bem vinda.
A sinceridade que apenas maltrata, desorganiza e desestabiliza sem nenhum objetivo concreto, com certeza não é bem vinda. Troque a palavra sinceridade por bom senso. Ele deve ser o norteador de nossas opiniões.
Me lembrei agora de uma puta frase que é perfeita para fechar esse meu ensaio sobre a sinceridade versus o sincericídio, é do estadista Winston Churchill, que resistiu a Hitler enquanto toda a Europa estava dominada pelo nazismo e diz assim: " Em tempo de guerra, a verdade é tão preciosa que ela precisa ser guarnecida por uma escolta de mentiras." Essa frase é federal, é pra refletir mesmo. Reflitam!


Sinceridade - Paulo Gustavo

SENSACIONAL



sexta-feira, 11 de outubro de 2013

CIVILIZAÇÕES PRÉ COLOMBIANAS


Material 8º ano - Civilizações antigas da América.



CICILIZAÇÕES ANTIGAS - OS INCAS



POVOS DOS ANDES - ASTECAS

OS MAIAS





Material 8º ano - Império Inca e o domínio dos Andes

Império Inca e o domínio dos Andes




O Império Inca era o mais extenso das Américas quando os conquistadores espanhóis chegaram por lá. Ele se estendia do atual Equador até o Norte do Chile, perfazendo uma extensão norte-sul de cerca de 4.700 km. O Império Inca, construído através da dominação de outros povos pelos quíchuas, deixou os espanhóis maravilhados pelo desenvolvimento cultural alcançado pela civilização, já que existiam grandes cidades, agricultura desenvolvida, sistemas matemáticos, uma bela arquitetura e uma estrutura estatal que possibilitava o controle e o domínio da região.
A ocupação da região por populações que exerciam certa estratificação social e incipientes estruturas estatais datam desde antes da era cristã. Eram predominantemente cidades-estado, cujo centro urbano incluía os templos religiosos, havendo disputas bélicas pela hegemonia regional. Entretanto, a partir do século VII, possivelmente houve a unificação dos povos andinos em alguns impérios.
É dito possivelmente pela dificuldade existente em comprovar tais afirmações em decorrência da falta de documentação histórica, seja pela inexistência de provas materiais ou pela destruição pelos espanhóis do pouco que havia.
Desses impérios é possível destacar o Tiahuanaco, na bacia do lago Tititcaca, e o Império Huari, no vale do Mantaro, onde hoje se localiza o Peru. Houve ainda reinos regionais como o Reino Chimu, localizado no vale do Moche, também no Peru. O Reino Chimu tinha como capital Chancham, uma cidade planejada para viver 80 mil pessoas.


Estátua do Inca Pachacutec, em Cuzco no Peru. Os imperadores incas aliavam o poder de estado ao poder religioso

Entretanto, foi o povo quíchua, ou inca, que conseguiu criar um poderoso Império na região da Cordilheira dos Andes. A origem do império remonta ao povoado quíchua de Cuzco no Peru, e que conheceu um rápido crescimento a partir do século XIV. A dinastia imperial teria sido formada porManco Cápac, segundo relatos orais deixados pelos incas. Mas foi no século XV e XVI que o Império conheceu seu auge, tendo como principais imperadores Pachakuti (1438-1471), Tupa Yupanki(1471-1493) e Huayna Cápac (1493-1525).

A base do império era o trabalho realizado pelos camponeses nas ayllu, aldeias onde era organizado o trabalho agrícola. As terras distribuídas aos camponeses eram propriedades do imperador. Os camponeses deveriam ainda prestar trabalho forçado, as mitas, em obras públicas e outros serviços do governo. Os mitaios proporcionaram a ampliação das áreas agricultáveis e a expansão do império, criando inclusive as famosas áreas de agricultura nos terraços andinos, além de desenvolver sistemas de irrigação nesses locais.
Para organizar a exploração do trabalho camponês e manter o luxo, a suntuosidade e o funcionamento do império, havia uma estruturação hierárquica que se iniciava com os camayocs, os capatazes nas aldeias, passando pelos curacas, funcionários hereditários que recolhiam os impostos. Acima dos curacas havia os kuiricuks, que eram como governadores de províncias, chamadas de wamanis. As wamanis eram subdivisões de quatro grandes territórios do império, que eram comandados pelosapos, os chefes que se reportavam diretamente ao inca, o nome dado ao imperador.
O inca assumia as funções de chefe de Estado e religioso, sendo considerado a encarnação do deus Sol e descendente direto dele. O inca assumia ainda as funções de legislador e comandante do exército, podendo ainda dispor de várias esposas, apesar de haver uma esposa principal, a coya, que era uma de suas irmãs.

A capital Cuzco era o centro nevrálgico do império, convergindo neste local as estradas e sistemas de comunicação, como os correios, além de abrigar os administradores e sacerdotes. Havia ainda outras cidades como Machu Pichu, Tumipampa e Cajamarca, que tinham planejamento e arquitetura elaborados.

Os incas ainda domesticaram animas como as lhamas e a alpaca para realizar os transportes do império, bem como desenvolveram um sistema matemático baseado nos quipus, que através de cordas coloridas e nós, eram utilizados para a contabilidade de diversos serviços. Desenvolveram ainda conhecimentos na astronomia e astrologia.
Com uma população estimada em cerca de 6 milhões de pessoas, o império Inca não conseguiu resistir à investida dos espanhóis a partir de 1531. Além de não utilizar a pólvora, os incas não tiveram resistência para enfrentar as doenças trazidas pelos europeus. Contribuiu ainda para a dominação espanhola os conflitos sucessórios entre os filhos de Huayna Cápac: Huascar eAtahualpa. O último foi vitorioso, mas o enfraquecimento decorrente da sucessão e as disputas entre a aristocracia dos povos dominados e os funcionários do Estado, compostos pelos quíchuas, facilitaram a vitória de Francisco Pizzaro