Setores de Atividades econômicas
Em Geografia , atividades econômicas são formas de trabalho que produzem riquezas.
Na pré-história os homens caçavam, pescavam e coletavam produtos para sua sobrevivência. Aos poucos foram aprendendo a domesticar animais e a selecionar e plantar aquilo que lhes interessava. O Extrativismo e a Agropecuária foram, portanto, as primeiras formas de trabalho que geravam riquezas ou as primeiras atividades econômicas desenvolvidas pela humanidade.
A transformação da matéria- prima em produtos feitos de forma muito simplificada e individual chamado hoje de artesanato surge ainda na Antiguidade. O artesanato evoluiu para aManufatura que é a transformação da matéria-prima utilizando ferramentas simples e máquinas manuais nas chamadas oficinas da idade média. Aí já estava presente a divisão do trabalho (tarefas) e o volume de bens produzidos era bem maior. Finalmente com o surgimento das máquinas movidas á vapor, na Inglaterra no século XVIII, a humanidade entra definitivamente na era Industrial.
As atividades econômicas podem ser classificas em três setores, a saber, de acordo com suas características.
Setor Primário
Inclui-se aí todas as formas de trabalho que produzem alimentos e matéria- prima, como o Extrativismo (animal, vegetal e a extração mineral primitiva), a agricultura, a pecuária e a silvicultura.
Setor Secundário /
Inclui-se aí todas as atividades que transformam a matéria-prima, como a indústria, a construção civil, o extrativismo mineral de alta tecnologia e a produção de energia.
Setor TerciárioInclui-se aí as atividades que fazem circular as riquezas produzidas ou prestam serviços. São estas: comercio, transportes, administração, serviços de infraestrutura como coleta de lixo, água, energia, serviços de saúde e educação, turismo e lazer e muitos outros.
O setor primário está concentrado nas áreas rurais enquanto os setores secundários e terciários se desenvolvem basicamente nos espaços urbanos. Hoje em dia ,através da analisa da composição por setores do PIB de um lugar (país, estado etc...) e da composição por setores da população ativa ou ocupada (que trabalha de forma remunerada) é possível determinar o nível de desenvolvimento econômico deste lugar. Assim um país com grande percentual de trabalhadores no setor primário denota atraso econômico já que sua economia está concentrada nas atividades rurais
.O Setor Quaternário
“Setor quaternário é o setor da robótica, cibernética, informática”. O domínio da informação vem crescendo de importância a cada dia sendo prioritário para as grandes potências.O setor quaternário é a expansão do conceito da Hipótese dos Três Setores da Economia e abrange as atividades intelectuais da tecnologia, como geração e troca de informação, educação, pesquisa e desenvolvimento e as altas tecnologias em si, anteriormente incluídas no setor terciário como serviços. Há estudiosos que insistem em não expandir a Hipótese dos Três Setores, e, portanto, mantê-los onde estão. Entretanto, muitos discutem que já se possui dados e elementos suficientes para essa nova classificação.O setor quaternário e a populaçãoTodo país, seja subdesenvolvido ou desenvolvido, possui uma população economicamente ativa, essa parcela do contingente populacional representa todas as pessoas que trabalham ou que estão procurando emprego, são essas que produzem para o país e que integram o sistema produtivo. A população de idade ativa é dividia em: população economicamente ativa e não economicamente ativa ou mesmo inativa.No caso especifico do Brasil, a população ativa soma aproximadamente 46,7%, índice muito baixo, uma vez que o restante da população, fica à mercê do sustento dos economicamente ativos. Em diversos países o índice é superior, aproximadamente 75% atuam no setor produtivo.Atualmente, o Brasil vem atravessando muitas evoluções nos diversos setores da economia. A partir da década de 40, houve um acelerado crescimento urbano provocado pela mecanização do campo, promovendo um enorme fluxo de trabalhadores para os centros urbanos, dando origem ao fenômeno conhecido como êxodo rural. Todo esse fluxo desencadeou uma diminuição de trabalhadores inseridos no setor primário.
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
Presidente deposto da Ucrânia é procurado por assassinato em massa
Viktor Yanukovych é procurado por crimes contra a população. Durante três dias de confronto no país, ao menos 80 morreram
O presidente deposto da Ucrânia Viktor Yanukovych foi colocado na lista de procurados do país pelo crime de assassinato em massa, informou o ministro interino do Interior, Arsen Avakov, nesta segunda-feira (24), em seu perfil no Facebook.
Violência: Vídeo exibe cenas impressionantes de protesto nas ruas da Ucrânia
O então presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, participa de reunião com representantes da União Europeia em Kiev (11/10)
Crise: Franco-atiradores disparam em manifestantes na Ucrânia
"Um caso oficial de assassinato em massa de cidadãos pacíficos foi aberto", escreveu Avakov na rede social. "Yanukovych e outras pessoas responsáveis por isso foram declarados procurados."
Yanukovych, de 63 anos, deixou a capital Kiev de helicóptero na última sexta-feira (21) em meio à revolta contra seu regime após três dias de confrontos em que mais de 80 pessoas foram mortas. Ele estava na região pró-russa de Crimeia no domingo (22) à noite, segundo Avakov.
Rússia: país descreve protestos na Ucrânia como 'tentativa de golpe'
Uganda sanciona lei que pune homossexualidade com prisão perpétua
Para o presidente Yoweri Museveni, lei detém 'imperialismo ocidental'. Legislação antigay prevê pena mínima de 14 anos
O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, sancionou nesta segunda-feira (24) a controvérsia lei anti-gay que pune severamente a homossexualidade no país, dizendo que a medida é necessária para deter o que ele chama de “Imperialismo social” do ocidente para a promoção da homossexualidade na África.
Em dezembro: Uganda aprova projeto de lei que pune gays com prisão perpétua
Yoweri Museveni durante cúpula londrina sobre planejamento familiar, na Inglaterra (jul/2012)
EUA: Obama adverte Uganda sobre lei anti-gay
Museveni assinou a lei em sua residência oficial durante evento testemunhado por oficiais do governo, jornalistas e um time de cientistas ugandenses – cujo relatório conclui que não há nenhuma base genética comprovada para a homossexualidade – citada pela autoridade ao aprovar a lei.
“Nós, africanos, nunca procuramos impor nosso ponto de vista sobre os outros. Eles poderiam nos deixar em paz”, ele disse, falando sobre a pressão ocidental para não assinar a medida. “Nós temos ficado desapontados por muito tempo pela conduta do Ocidente. Existe agora uma tentativa de imperialismo social”.
Sem citar nomes, o presidente acusou “arrogantes e negligentes grupos ocidentais” de tentarem recrutar as crianças de Uganda a homossexualidade, instigando a pressão local sobre a lei. Um porta-voz do governo disse que, com a medida, o presidente reafirmou a "independência de Uganda em relação à pressão ocidental".
A nova lei sentencia réus-primários a 14 anos de prisão, com chance de prisão perpétua como pena máxima por atos de "homossexualidade agravada", que abrange tanto a prática sexual entre adultos do mesmo sexo quanto por menores de idade, deficientes físicos ou ainda por um parceiro infectado pelo vírus HIV.
A medida já havia sido aprovada pelo parlamento do país no último dia 20 de dezembro.
"Muito assustado"
Um ativista dos direitos gays de Uganda disse estar “muito assustado” com a aprovação da medida.
“Eu não vou nem trabalhar hoje (segunda-feira). Estou trancado dentro de casa. Não sei o que irá acontecer agora. Estou falando com todos os ativistas ao telephone. E é a mesma coisa: todos estão trancados em suas casas. Eles não podem se mover. Eles estão olhando para ver o que acontecerá”, afirmou à BBC.
Defensores dos direitos humanos e governos ocidentais, especialmente os Estados Unidos, criticaram a lei.
*Com BBC e AP
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Protestos na Venezuela
Ala radical da oposição quer forçar presidente Maduro a deixar o poder.
Cinco pessoas já morreram desde o começo das manifestações no país.
Do G1, em São Paulo
Multidão marcha em manifestação contra o governo de Maduro em Caracas, em mais um dos diversos protestos que pararam as principais cidades do país em fevereiro (Foto: Alejandro Cegarra/AP)
A Venezuela tem enfrentado momentos de tensão desde o início de fevereiro, com protestos de estudantes e opositores contra o governo. A situação se agravou em 12 de fevereiro, quando uma manifestação contra o presidente Nicolás Maduro terminou com três mortos e mais de 20 feridos. Ao mesmo tempo em que milhares foram às ruas para criticar o governo – em um contexto de inflação, insegurança, escassez de produtos básicos e alta criminalidade –, outros milhares se manifestaram em favor de Maduro e contra os oposicionistas.
Após as primeiras mortes, governo e oposição trocaram acusações. Maduro acusou "grupúsculos fascistas" que teriam se infiltrado no protesto. Já o líder oposicionista Leopoldo López, que convocou seus partidários para irem às ruas, disse que o governo planejou a violência para tentar desacreditar seu movimento pacífico.A situtação ficou ainda mais grave com outras três mortes confirmadas. A quarta vítima fatal foi um estudante atropelado terça-feira (18) durante os protestos na cidade de Carupanos. A quinta, confirmada nesta quarta-feira (19), foi uma ex-miss da Venezuela, morta por ter levado um tiro na cabeça na véspera. A sexta seria a mãe de um funcionário da VTV.
O governo acabou ordenando a prisão de Leopoldo López, e novos protestos foram convocados. López se entregou à polícia no dia 18 de fevereiro, em meio a novas manifestações.
As manifestações são como uma reedição da disputa política nas ruas que marcou os anos de governo de Hugo Cháveze a campanha eleitoral que levou Maduro a ser eleito em 2013, após a morte de Chávez.
O contexto atual também complica a situação do governo – os protestos ocorrem em meio a ausência de produtos industrializados nas prateleiras, similar ao início da crise política de 2002, e do controle das regras da economia para o setor empresarial.
Tentando controlar a crescente inflação, Maduro criou um decreto-lei “de preços justos”, que limita o lucro dos empresários locais a 30% sobre o valor da mercadoria. A escassez de produtos aumentou ainda mais após esta medida.
Entenda o que está acontecendo na Ucrânia
Protestos no centro de Kiev já duram semanas. Oposicionistas se rebelam contra a linha pró-Rússia e antieuropeia do governo e se recusam a ceder às intimidações da polícia.
"O tempo de duração dos protestos de rua em Kiev vai depender somente do governo", profetizou o deputado do partido de oposição Aliança Democrática Ucraniana para a Reforma (Udar), Rostyslav Pavlenko, em entrevista à Deutsche Welle no início de dezembro.
De fato, até agora as forças de segurança ucranianas fracassaram em todas as tentativas de reprimir os protestos. Apesar do frio congelante, os manifestantes permanecem há vários dias na Praça da Independência, no centro da capital. Eles cantam, oram, erguem barricadas de madeira. Nem as investidas noturnas da polícia nem as ameaças desta puderam expulsá-los até agora.
Se o presidente Viktor Yanukovytch pensava que iria intimidar os manifestantes com unidades especiais, parece ter calculado mal. "Aqui está sendo decidido o futuro do país", bradou Arseniy Yatsenyuk, do partido da ex-premiê Julia Tymoshenko, à multidão reunida na Praça da Independência nesta quarta-feira (11/12)
Orientação para o Ocidente
Ducha fria para as forças de segurança: manifestantes ocupam a prefeitura de Kiev
O que teve início no final de novembro, com protestos contra o acordo de associação fracassado entre a Ucrânia e a União Europeia (UE), tem crescido rumo a um movimento de massa contra o governo do primeiro-ministro Mykola Azarov. O governo cedeu à pressão da Rússia, perdendo assim a chance de levar o país em direção ao Ocidente. A decepção de muitos ucranianos em relação a isso é grande – e se transforma cada vez mais em ira contra toda a liderança governamental.
Mas o fracasso do acordo com a UE foi apenas a faísca inicial dos protestos, diz Cornelius Ochmann, diretor da Fundação para a Cooperação Polaco-Alemã. "Em minha opinião, na Ucrânia, a sociedade civil é muito mais avançada do que pensamos. As pessoas estão fartas do estilo de governar do presidente e estão aproveitando a oportunidade para expressar a sua insatisfação."
Os protestos no centro de Kiev são conduzidos e organizados por um Comitê Nacional de Resistência, comandado pelos líderes dos três partidos de oposição: Vitali Klitschko, com seu partido Udar, Oleh Tyahnybok, com o Partido da Liberdade, como também Arseniy Yatsenyuk, com o Partido Pátria, da ex-primeira-ministra Tymoshenko. Além disso, representantes de diversas organizações da sociedade pertencem ao comitê.
Revoluções do Leste Europeu como modelo
Rostylav Pavlenko, deputado do Udar, permanece esperançoso de que se encontre uma saída política para a crise. "Caso ela não seja encontrada, vamos manter a pressão pacificamente, até que a situação seja resolvida de uma forma civilizada."
Segundo o deputado, a oposição ainda teria muitas formas de protesto pacífico na manga, principalmente aquelas usadas em 1989, durante a queda do regime comunista nos países do Leste Europeu e na reunificação da Alemanha. "Aprendemos muito e vamos recorrer a essas formas de protesto. Mas serão todas pacíficas."
Estrelas pop, como a cantora Ruslana, vencedora do Festival Eurovisão da Canção de 2004, apresentam-se em prol do movimento de protestos. Também filmes estão sendo mostrados em telões espalhados pela Praça da Independência.
Novo herói da resistência: ex-pugilista Vitali Klitschko
As manifestações evidenciam uma determinação que foi subestimada por todas as partes interessadas, tanto em Kiev como também em Moscou e Bruxelas, afirma a especialista Maria Davydchyk, do Conselho Alemão para Relações Internacionais em Berlim (DGAP, na sigla em alemão). "Na parceria do Leste com a UE, o governo ucraniano viu somente uma opção, desde que ela se encaixasse no desenvolvimento político interno", sublinha Davydchyk.
Por outro lado, embora a UE tenha enviado vários sinais em direção à Ucrânia, "o bloco não mostrou nenhuma estratégia ou instrumentos concretos para a resolução dos verdadeiros problemas do país e da população." Embora a UE defenda negociações entre o governo e a oposição, até agora ela fracassou numa intermediação entre as partes.
Perda de poder?
Yanukovytch e Putin: perda de poder por parte do presidente pode levar à mudança, diz especialista
Para o diretor do Instituto Internacional da Democracia em Kiev, Serhiy Taran, a oposição ucraniana é capaz de forçar o governo a fazer concessões. Para isso bastaria manter a intensidade dos protestos, o que seria hoje mais fácil do que durante a Revolução Laranja, há nove anos. Pois, hoje, os manifestantes são muito mais radicais do que naquela época, explica Taran. "As pessoas poderiam ampliar os bloqueios, também à residência do presidente no subúrbio de Meshyhirya, próximo a Kiev."
Ele se disse convencido de que os atuais protestos já causaram "movimentos tectônicos na política ucraniana". Lentamente, os oligarcas e os chefes dos clãs políticos estariam se convencendo de que Yanukovytch está perdendo o poder. Segundo Taran, esse desenvolvimento enfraqueceria o governo a partir de dentro, o que poderia levar a uma mudança de poder na Ucrânia.
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
Globalização e Regionalização
Globalização e Regionalização
Crédito da imagem: Clube do Mundo
Podemos afirmar que o conceito de globalização não é unânime, apresenta certas diferenças em decorrência de sua dinâmica e das interpretações divergentes dependendo do pesquisador e da ciência na qual ele é versado. De modo geral, há uma concordância em dizer que globalização refere-se a fase atual do capitalismo onde há uma integração das dimensões econômicas e culturais promovidas principalmente pelos meios de comunicação advindos da terceira revolução industrial.
O que não podemos pensar é que esse fenômeno reflete numa melhoria generalizada da condição de vida da população, quanto a essa parte existem algumas polêmicas, porém grande parte de pesquisadores estão de acordo ao afirmar que a globalização é excludente. Ou seja, seus benefícios além de não atingir a todos, colabora para que a riqueza fique concentrada.
A globalização, entendida da forma que acabamos de explicar contribui para que ocorra uma regionalização condizente com as atuais características e maximizada pelas tecnologias e pela lógica de mercado, que visa se fortalecer em blocos econômicos para promover uma proteção de mercado interno e se fortalecer diante da concorrência de outros países. São os chamados Blocos Econômicos Regionais, que por sua sua vez podemos incluí-los num espaço ainda maior, dominado por uma estrutura de poder econôminco, cultural e até militar, estrutura essa mantida por um ou mais países que são considerados centrais e exercem papel relevante na sua área de domínio e até no mundo. A essas regiões de poder convencionou-se chama-las de Megablocos de Poder, muito abordado quando se fala em multipolaridade e Nova Ordem Internacional, pode se referir a eles também como Eixos do Comércio Mundial.
Quanto a esses megablocos são três: o Americano, o Europeu e o Asiático. Cada um possui uma área de influência, mas essa área não é delimitada nitidamente e o que acontece é que países sobre a influência direta de determinado bloco pode, não raro, manter laços comerciais com blocos diferentes. O que mais devemos compreender sobre esses megablocos ou eixos de comércio mundial é que não há um legislação específica que os conduz e os criam, eles são produto de concentração industrial, detêm sedes de multinacionais, influenciam culturalmente e por esses motivos detêm áreas de influências.
Referências.
MAGNOLI, Demétrio; ARAUJO, Regina. Geografia: a construção do mundo. São Paulo: Moderna, 2005.
VESENTINI, José Willian. Geografia geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 2005.
Mundi Geo A Multipolaridade e os Blocos de Poder
Clube do Mundo Megablocos substituem as superpotências na nova ordem mundial.
MATERIAL DE APOIO 9º ANO - Globalização e Regionalização
São consideradas áreas prioritárias identificadas para o desenvolvimento de ações que devem acompanhar o processo de integração:
- a formação da consciência social favorável ao processo de integração,
- a capacitação de recursos humanos para contribuir para o desenvolvimento econômico e
- a harmonização dos sistemas educativos.
O fim da 2ª guerra mundial trouxe à tona uma nova economia capitalista mundial.
Os países perdedores viram-se na dependência econômica norte-americana, enquanto os Estados Unidos emergiam como uma potência econômica credora, portanto era o país que determinava o novo sistema monetário internacional, conhecido como dólar-ouro.
Atravessamos a um processo de globalização e regionalização. Este processo está acompanhado pelo avanço da revolução científico-tecnológica, pela democratização crescente da sociedade e pela constituição de blocos geo-culturais. Como nota característica das últimas décadas, estão sendo formalizados acordos de integração entre países, fortalecendo a convicção de que os atores de peso no século XXI serão os blocos continentais.
Neste marco internacional, na América Latina, está sendo valorizado o ideal da integração continental. Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai decidiram iniciar um caminho de integração através da assinatura do Acordo de Constituição de um Mercado Comum - MERCOSUL.
Os governos dos quatro Estados Partes subscreveram o Tratado de Assunção com o propósito de:
- Acelerar os processos de desenvolvimento econômico, com justiça social, na Região, através da integração.
- Criar um mercado comum que amplie as atuais dimensões de seus mercados nacionais, mediante a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países e o estabelecimento de tarifas externas comuns.
- Alcançar uma adequada inserção internacional para os quatro países, mediante a consolidação de um grande espaço econômico.
- Promover esforço progressivo no sentido da integração da América Latina, conforme os objetivos do Tratado de Montevidéu de 1980.
- Promover o desenvolvimento científico-tecnológico dos Estados Partes.
- Modernizar as economias para ampliar a oferta e a qualidade dos bens e serviços disponíveis, a fim de melhorar as condições de vida das populações.
6.1 - América Latina e a Nova Ordem Mundial
A nova Ordem Mundial
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Formação de megablocos geo-economicos no Norte do Equador (CEE, NAFTA e APCE)
Associação Cooperativa Econômica dos Países da Ásia –Pacificação/Regionalização Aberta, e a formação de micro blocos no Sul do Equador (Mercosul e revitalização da ALADI, do Pacto Andino, do MCCA, da Caricom, do SELA, da Cooperação Amazônica, dos Acordos Bilaterais)
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Estes fatores estabeleceram uma nova modalidade de articulação político/econômica entre os países do Norte e do Sul
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O capitalismo da Pax Americana visa substituir e transferir os investimentos dos países em desenvolvimento para países de transnacionalização de economia capitalista;
Sempre que os Estados Unidos da América passam pôr problemas de ordem política ou econômica estes são transferidos para os países em desenvolvimento, originando nestes graves problemas sociais que se refletem na formação educacional de seus povos, pela necessidade de sobrevivência, transformando-se assim num dos principais complicadores da regionalização pretendida.
O Nafta, a CEE e a APEC, sintetizadoras de três modalidades de capitalismo ( Pax : Americana, Européia e do Pacífico) apresentam graus diferenciados de racionalidade formal, de liberdade e de igualdade;
A Pax Americana desenvolveu, entre 1950 a 1970, uma horizontalização da divisão internacional do trabalho, buscando concentrar os investimentos de capitais e a expansão da base produtiva entre os países do Norte/Norte, mais que entre os países do Norte/Sul, provocando uma perda do dinamismo no intercâmbio entre os países desenvolvidos e os do 3º mundo.
(...)o futuro social e político dos países depende da revolução educacional. E esta só poderá ser deflagrada quando o debate sobre o ensino público tiver seu eixo finalmente deslocado para as questões essenciais: como universalizar a educação básica, para que realmente possa beneficiar os segmentos mais desfavorecidos da população(..). ( Educação para a Democracia – TSE ) *
(..) faltam critérios mais justos na distribuição dos recursos públicos para a educação. Em vez de privilegiar os segmentos mais desfavorecidos da população, eles atendem às necessidades das faixas de renda mais altas...
(...) "Os registros refletem uma média de altos níveis de escolaridade dentro de uma minoria de lares ricos e de baixos níveis em grande número de lares pobres", afirma a vice-presidente do BID, Nancy Birdsall (...)*
*( jornal o Estado de S. Paulo
Com o fim da oposição capitalismo Xsocialismo, o mundo se defrontou com uma realidade marcada pela existência de um único sistema político-econômico, o capitalismo. Exceto por Cuba, China e Coréia do Norte, que ainda apresentam suas economias fundamentadas no socialismo, o capitalismo é o sistema mundial desde o início da década de 90.
À fragmentação do socialismo somaram-se as profundas transformações que já vinham afetando as principais economias capitalistas desde a segunda metade do séc. XX, resultando na chamada nova ordem mundial.
As origens dessa nova ordem estão no período imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial, no momento em que os Estados Unidos assumiram a supremacia do sistema capitalista. A supremacia dos EUA se fundamentava no segredo da arma nuclear, no uso do dólar como padrão monetário internacional, na capacidade de financiar a reconstrução dos países destruídos com a guerra e na ampliação dos investimentos das empresas transnacionais nos países subdesenvolvidos.
Durante a Segunda Guerra, os EUA atravessaram um período de crescimento econômico acelerado. Assim, quando o conflito terminou, sua economia estava dinamizada, e esse país assumia o papel de maior credor do mundo capitalista. Além disso, a conferência de Bretton Woods, que em 1944 estabeleceu as regras da economia mundial, determinou que o dólar substituiria o ouro como padrão monetário internacional.
Os EUA também financiaram a reconstrução da economia japonesa, visando criar um pólo capitalista desenvolvido na Ásia e, desse modo, também impedir o avançado socialismo no continente.
A ascensão da economia japonesa foi acompanhada de uma expansão econômica e financeira do país em direção aos seus vizinhos da Ásia, originando uma região de forte dinamismo econômico.
Aceleração econômica e tecnológica
A tecnologia desenvolvida durante a Segunda Guerra Mundial estabeleceu um novo padrão de desenvolvimento tecnológico, que levou à modernização e a posterior automatização da indústria. Com a automatização industrial, aceleraram-se os processos de fabricação, o que permitiu grande aumento e diversificação da produção.
O acelerado desenvolvimento tecnológico tornou o espaço cada vez mais artificializado, principalmente naqueles países onde o atrelamento da ciência à técnica era maior. A retração do meio natural e a expansão do meio técnico-científico mostraram-se como uma faceta do processo em curso, na medida que tal expansão foi assumida como modelo de desenvolvimento em praticamente todos os países.
Favorecidas pelo desenvolvimento tecnológico, particularmente a automatização da indústria, a informatização dos escritórios e a rapidez nos transportes e comunicações, as relações econômicas também se aceleraram, de modo que o capitalismo ingressou numa fase de grande desenvolvimento. A competição por mercados consumidores, por sua vez, estimulou ainda mais o avanço da tecnologia e o aumento da produção industrial, principalmente nos Estados Unidos, no Japão, nos países da União européia e nos novos países industrializados (NPI’s) originários do "mundo subdesenvolvido" da Ásia.
A internacionalização do capital
Desde que surgiu, e devido à sua essência - produzir para o mercado, objetivando o lucro e, conseqüentemente, a acumulação da riqueza - o capitalismo sempre tendeu à internacionalização, ou seja, à incorporação do maior número possível de povos ou nações ao espaço sob o seu domínio.
No princípio, a Divisão Internacional do Trabalho funcionava através do chamado pacto colonial, segundo o qual a atividade industrial era privilégio das metrópoles que vendiam seus produtos às colônias.
Agora, para escapar dos pesados encargos sociais e do pagamento dos altos salários conquistados pelos trabalhadores de seus países, as grandes empresas industriais dos países desenvolvidos optaram pela estratégia de, em vez de apenas continuarem exportando seus produtos, também produzi-los nos países subdesenvolvidos, até então importadores dos produtos industrializados que consumiam. Dessa maneira, barateando custos, graças ao emprego de mão-de-obra bem mais barata, menos encargos sociais, incentivos fiscais etc., e, assim, mantendo , ou até aumentando, lucros, puderam praticar altas taxas de investimento e acumulação.
Grandes empresas de países desenvolvidos, também conhecidas como corporações, instalaram filiais em países subdesenvolvidos, onde passaram a produzir um elenco cada vez maior de produtos.
Por produzirem seus diferentes produtos em muitos países, tais empresas ficaram consagradas como multinacionais. Nesse contexto, opera-se pois, uma profunda alteração na divisão internacional do trabalho, porquanto muitos países deixam de ser apenas fornecedores de alimentos e matérias-primas para o mercado internacional para se tornarem produtores e até exportadores de produtos industrializados. O Brasil é um bom exemplo.
A globalização
Nos anos 80, a maior parte da riqueza mundial pertencia às grandes corporações internacionais. Pôr outro lado, os Estados desenvolvidos revelaram finanças arruinadas, depois de se mostrarem incapazes de continuar atendendo às onerosas demandas da sua população: aposentadoria, amparo à velhice, assistência médica, salário-desemprego, etc. Com o esgotamento do Estado do bem-estar Social (Welfare state), o neoliberalismo ganhou prestigio e força.
Agora, a lucratividade tem de ser obtida mediante vantagens sobre a concorrência, para o que é necessário oferecer ao mercado produtos mais baratos, preferentemente de melhor qualidade. Para tanto, urge reduzir custos de produção.
Então, os avanços tecnológicos, particularmente nos transportes e comunicações, permitiram que as grandes corporações adotassem um novo procedimento - a estratégia global de fabricação - que consiste em decompor o processo produtivo e dispersar suas etapas em escala mundial, cada qual em busca de menores custos operacionais. A produção deixa de ser local para ser mundial, o que também ocorre com o consumo, uma vez que os mesmos produtos são oferecidos à venda nos mais diversos recantos do planeta. Os fluxos econômicos se intensificam extraordinariamente, promovidos sobretudo pelas grandes empresas, agora chamadas de transnacionais. A divisão internacional do trabalho fica subvertida, pois torna-se difícil identificar o lugar em que determinado artigo industrial foi produzido.
Após a derrocada do socialismo, a internacionalização do capitalismo atinge praticamente todo o planeta e se intensifica a tal ponto que merece uma denominação especial - globalização -, marcada basicamente pela mundialização da produção, da circulação e do consumo, vale dizer, de todo o ciclo de reprodução do capital. Nessas condições, a eliminação de barreiras entre as nações torna-se uma necessidade, a fim de que o capital possa fluir sem obstáculos. Daí o enfraquecimento do Estado, que perde poder face ao das grandes corporações.
O "motor" da globalização é a competitividade. Visando à obtenção de produtos competitivos no mercado, as grandes empresas financiam ou promovem pesquisa, do que resulta um acelerado avanço tecnológico. Esse avanço implica informatização de atividades e automatização da indústria, incluindo até a robotização de fábricas. Em conseqüência, o desemprego torna-se o maior problema da atual fase do capitalismo.
Embora a globalização seja mais intensa na economia, ela também ocorre na informação, na cultura, na ciência, na política e no espaço. Não se pode pensar, contudo, que a globalização tende a homogeneizar o espaço mundial. Ao contrário, ela é seletiva. Assim, enquanto muitos lugares e grupos de pessoas se globalizam, outros, ficam excluídos do processo. Por esse motivo, a globalização tende a tornar o espaço mundial cada vez mais heterogêneo. Além disso, ela tem provocado uma imensa concentração de riqueza, aumentando as diferenças entre países e, no interior de cada um deles, entre classes e segmentos sociais.
De qualquer modo, para se entender melhor o espaço de hoje, com as profundas alterações causadas pela globalização, é preciso ter presente alguns conceitos essenciais:
FÁBRICA GLOBAL - A expressão indica que a produção e o consumo se mundializaram de tal forma que cada etapa do processo produtivo é desenvolvida em um país diferente, de acordo com as vantagens e as possibilidades de lucro que oferece.
ALDEIA GLOBAL - Essa expressão reflete a existência de uma comunidade mundial integrada pela grande possibilidade de comunicação e informação. Com os diferentes sistemas de comunicação, uma pessoa pode acompanhar os acontecimentos de qualquer parte do mundo no exato momento em que ocorrem. Uma só imagem é transmitida para o mundo todo, uma só visão. Os avanço possibilitam a criação de uma opinião pública mundial. Nesse contexto de massificação da informação é que surgiu a IINTERNET, uma rede mundial de comunicação por computador que liga a quase totalidade dos países. Estima-se que, hoje, mais de 100 milhões de pessoas estejam se comunicando pela Internet. Esse sistema permite troca de informações, com a transferência de arquivos de som, imagem e texto. É possível conversar por escrito ou de viva voz, mandar fotos e até fazer compras em qualquer país conectado.
ECONOMIA MUNDO - Ao se difundir mundialmente, as empresas transnacionais romperam as fronteiras nacionais e estabeleceram uma relação de interdependência econômica com raízes muito profundas, inaugurando a chamada economia mundo.
INTERDEPENDÊNCIA - No sistema globalizado, os conceitos de conceitos descritos anteriormente envolvem a interdependência. Os países são dependentes uns dos outros, pois os governos nacionais não conseguem resolver individualmente seus principais problemas econômicos, sociais ou ambientais.
As novas questões relacionadas com a economia globalizada fazem parte de um contexto mundial, refletem os grandes problemas internacionais, e as soluções dependem de medidas que devem ser tomadas por um grande conjunto de países.
PAÍSES EMERGENTES - Alguns países, mesmo que subdesenvolvidos, são industrializados ou estão em fase de industrialização; por isso, oferecem boas oportunidades para investimentos internacionais. Entre os países emergentes destacam-se a China, a Rússia e o Brasil. Para os grandes investidores, esse grupo representa um atraente mercado consumidor, devido ao volume de sua população. Apesar disso, são países que oferecem grandes riscos, se for considerada sua instabilidade econômica ou política.
Com o objetivo de construir uma imagem atraente aos investidores, os países emergentes tentam se adequar aos padrões da economia global. Para isso, têm sempre em vista os critérios utilizados internacionalmente por quem pretende selecionar um país para receber investimentos:
cultura compatível com o desenvolvimento capitalista;
governo que administra bem os seus gastos;
disponibilidade de recursos para crescer sem inflação e sem depender excessivamente de recursos externos;
estímulo às empresas nacionais para aprimorarem sua produção;
custo da mão-de-obra adequado à competição internacional;
existência de investimentos para educar a população e reciclar os trabalhadores.
Com o fim da oposição capitalismo Xsocialismo, o mundo se defrontou com uma realidade marcada pela existência de um único sistema político-econômico, o capitalismo. Exceto por Cuba, China e Coréia do Norte, que ainda apresentam suas economias fundamentadas no socialismo, o capitalismo é o sistema mundial desde o início da década de 90.
À fragmentação do socialismo somaram-se as profundas transformações que já vinham afetando as principais economias capitalistas desde a segunda metade do séc. XX, resultando na chamada nova ordem mundial.
As origens dessa nova ordem estão no período imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial, no momento em que os Estados Unidos assumiram a supremacia do sistema capitalista. A supremacia dos EUA se fundamentava no segredo da arma nuclear, no uso do dólar como padrão monetário internacional, na capacidade de financiar a reconstrução dos países destruídos com a guerra e na ampliação dos investimentos das empresas transnacionais nos países subdesenvolvidos.
Durante a Segunda Guerra, os EUA atravessaram um período de crescimento econômico acelerado. Assim, quando o conflito terminou, sua economia estava dinamizada, e esse país assumia o papel de maior credor do mundo capitalista. Além disso, a conferência de Bretton Woods, que em 1944 estabeleceu as regras da economia mundial, determinou que o dólar substituiria o ouro como padrão monetário internacional.
Os EUA também financiaram a reconstrução da economia japonesa, visando criar um pólo capitalista desenvolvido na Ásia e, desse modo, também impedir o avançado socialismo no continente.
A ascensão da economia japonesa foi acompanhada de uma expansão econômica e financeira do país em direção aos seus vizinhos da Ásia, originando uma região de forte dinamismo econômico.
Aceleração econômica e tecnológica
A tecnologia desenvolvida durante a Segunda Guerra Mundial estabeleceu um novo padrão de desenvolvimento tecnológico, que levou à modernização e a posterior automatização da indústria. Com a automatização industrial, aceleraram-se os processos de fabricação, o que permitiu grande aumento e diversificação da produção.
O acelerado desenvolvimento tecnológico tornou o espaço cada vez mais artificializado, principalmente naqueles países onde o atrelamento da ciência à técnica era maior. A retração do meio natural e a expansão do meio técnico-científico mostraram-se como uma faceta do processo em curso, na medida que tal expansão foi assumida como modelo de desenvolvimento em praticamente todos os países.
Favorecidas pelo desenvolvimento tecnológico, particularmente a automatização da indústria, a informatização dos escritórios e a rapidez nos transportes e comunicações, as relações econômicas também se aceleraram, de modo que o capitalismo ingressou numa fase de grande desenvolvimento. A competição por mercados consumidores, por sua vez, estimulou ainda mais o avanço da tecnologia e o aumento da produção industrial, principalmente nos Estados Unidos, no Japão, nos países da União européia e nos novos países industrializados (NPI’s) originários do "mundo subdesenvolvido" da Ásia.
A internacionalização do capital
Desde que surgiu, e devido à sua essência - produzir para o mercado, objetivando o lucro e, conseqüentemente, a acumulação da riqueza - o capitalismo sempre tendeu à internacionalização, ou seja, à incorporação do maior número possível de povos ou nações ao espaço sob o seu domínio.
No princípio, a Divisão Internacional do Trabalho funcionava através do chamado pacto colonial, segundo o qual a atividade industrial era privilégio das metrópoles que vendiam seus produtos às colônias.
Agora, para escapar dos pesados encargos sociais e do pagamento dos altos salários conquistados pelos trabalhadores de seus países, as grandes empresas industriais dos países desenvolvidos optaram pela estratégia de, em vez de apenas continuarem exportando seus produtos, também produzi-los nos países subdesenvolvidos, até então importadores dos produtos industrializados que consumiam. Dessa maneira, barateando custos, graças ao emprego de mão-de-obra bem mais barata, menos encargos sociais, incentivos fiscais etc., e, assim, mantendo , ou até aumentando, lucros, puderam praticar altas taxas de investimento e acumulação.
Grandes empresas de países desenvolvidos, também conhecidas como corporações, instalaram filiais em países subdesenvolvidos, onde passaram a produzir um elenco cada vez maior de produtos.
Por produzirem seus diferentes produtos em muitos países, tais empresas ficaram consagradas como multinacionais. Nesse contexto, opera-se pois, uma profunda alteração na divisão internacional do trabalho, porquanto muitos países deixam de ser apenas fornecedores de alimentos e matérias-primas para o mercado internacional para se tornarem produtores e até exportadores de produtos industrializados. O Brasil é um bom exemplo.
A globalização
Nos anos 80, a maior parte da riqueza mundial pertencia às grandes corporações internacionais. Pôr outro lado, os Estados desenvolvidos revelaram finanças arruinadas, depois de se mostrarem incapazes de continuar atendendo às onerosas demandas da sua população: aposentadoria, amparo à velhice, assistência médica, salário-desemprego, etc. Com o esgotamento do Estado do bem-estar Social (Welfare state), o neoliberalismo ganhou prestigio e força.
Agora, a lucratividade tem de ser obtida mediante vantagens sobre a concorrência, para o que é necessário oferecer ao mercado produtos mais baratos, preferentemente de melhor qualidade. Para tanto, urge reduzir custos de produção.
Então, os avanços tecnológicos, particularmente nos transportes e comunicações, permitiram que as grandes corporações adotassem um novo procedimento - a estratégia global de fabricação - que consiste em decompor o processo produtivo e dispersar suas etapas em escala mundial, cada qual em busca de menores custos operacionais. A produção deixa de ser local para ser mundial, o que também ocorre com o consumo, uma vez que os mesmos produtos são oferecidos à venda nos mais diversos recantos do planeta. Os fluxos econômicos se intensificam extraordinariamente, promovidos sobretudo pelas grandes empresas, agora chamadas de transnacionais. A divisão internacional do trabalho fica subvertida, pois torna-se difícil identificar o lugar em que determinado artigo industrial foi produzido.
Após a derrocada do socialismo, a internacionalização do capitalismo atinge praticamente todo o planeta e se intensifica a tal ponto que merece uma denominação especial - globalização -, marcada basicamente pela mundialização da produção, da circulação e do consumo, vale dizer, de todo o ciclo de reprodução do capital. Nessas condições, a eliminação de barreiras entre as nações torna-se uma necessidade, a fim de que o capital possa fluir sem obstáculos. Daí o enfraquecimento do Estado, que perde poder face ao das grandes corporações.
O "motor" da globalização é a competitividade. Visando à obtenção de produtos competitivos no mercado, as grandes empresas financiam ou promovem pesquisa, do que resulta um acelerado avanço tecnológico. Esse avanço implica informatização de atividades e automatização da indústria, incluindo até a robotização de fábricas. Em conseqüência, o desemprego torna-se o maior problema da atual fase do capitalismo.
Embora a globalização seja mais intensa na economia, ela também ocorre na informação, na cultura, na ciência, na política e no espaço. Não se pode pensar, contudo, que a globalização tende a homogeneizar o espaço mundial. Ao contrário, ela é seletiva. Assim, enquanto muitos lugares e grupos de pessoas se globalizam, outros, ficam excluídos do processo. Por esse motivo, a globalização tende a tornar o espaço mundial cada vez mais heterogêneo. Além disso, ela tem provocado uma imensa concentração de riqueza, aumentando as diferenças entre países e, no interior de cada um deles, entre classes e segmentos sociais.
De qualquer modo, para se entender melhor o espaço de hoje, com as profundas alterações causadas pela globalização, é preciso ter presente alguns conceitos essenciais:
FÁBRICA GLOBAL - A expressão indica que a produção e o consumo se mundializaram de tal forma que cada etapa do processo produtivo é desenvolvida em um país diferente, de acordo com as vantagens e as possibilidades de lucro que oferece.
ALDEIA GLOBAL - Essa expressão reflete a existência de uma comunidade mundial integrada pela grande possibilidade de comunicação e informação. Com os diferentes sistemas de comunicação, uma pessoa pode acompanhar os acontecimentos de qualquer parte do mundo no exato momento em que ocorrem. Uma só imagem é transmitida para o mundo todo, uma só visão. Os avanço possibilitam a criação de uma opinião pública mundial. Nesse contexto de massificação da informação é que surgiu a IINTERNET, uma rede mundial de comunicação por computador que liga a quase totalidade dos países. Estima-se que, hoje, mais de 100 milhões de pessoas estejam se comunicando pela Internet. Esse sistema permite troca de informações, com a transferência de arquivos de som, imagem e texto. É possível conversar por escrito ou de viva voz, mandar fotos e até fazer compras em qualquer país conectado.
ECONOMIA MUNDO - Ao se difundir mundialmente, as empresas transnacionais romperam as fronteiras nacionais e estabeleceram uma relação de interdependência econômica com raízes muito profundas, inaugurando a chamada economia mundo.
INTERDEPENDÊNCIA - No sistema globalizado, os conceitos de conceitos descritos anteriormente envolvem a interdependência. Os países são dependentes uns dos outros, pois os governos nacionais não conseguem resolver individualmente seus principais problemas econômicos, sociais ou ambientais.
As novas questões relacionadas com a economia globalizada fazem parte de um contexto mundial, refletem os grandes problemas internacionais, e as soluções dependem de medidas que devem ser tomadas por um grande conjunto de países.
PAÍSES EMERGENTES - Alguns países, mesmo que subdesenvolvidos, são industrializados ou estão em fase de industrialização; por isso, oferecem boas oportunidades para investimentos internacionais. Entre os países emergentes destacam-se a China, a Rússia e o Brasil. Para os grandes investidores, esse grupo representa um atraente mercado consumidor, devido ao volume de sua população. Apesar disso, são países que oferecem grandes riscos, se for considerada sua instabilidade econômica ou política.
Com o objetivo de construir uma imagem atraente aos investidores, os países emergentes tentam se adequar aos padrões da economia global. Para isso, têm sempre em vista os critérios utilizados internacionalmente por quem pretende selecionar um país para receber investimentos:
cultura compatível com o desenvolvimento capitalista;
governo que administra bem os seus gastos;
disponibilidade de recursos para crescer sem inflação e sem depender excessivamente de recursos externos;
estímulo às empresas nacionais para aprimorarem sua produção;
custo da mão-de-obra adequado à competição internacional;
existência de investimentos para educar a população e reciclar os trabalhadores.
Regionalização: uma face da globalização
Aos agentes da globalização – as grandes corporações internacionais – interessa a eliminação das fronteiras nacionais, mais precisamente a remoção de qualquer entrave à livre circulação do capital. Por outro lado, ao Estado interessa defender a nacionalidade, cujo sentimento não desaparece facilmente junto à população; em muitos casos, inclusive, ele permanece forte. Por isso, embora enfraquecidos diante do poder do grande capital privado, os Estados resistem à idéia de perda do poder político sobre o seu território.
Os resultados desse jogo de interesses, face à acirrada competição internacional, é a formação de blocos, cada qual reunindo um conjunto de países, em geral, vizinhos ou próximos territorialmente. Os blocos ou alianças, constituídos por acordos ou tratados, representam pois uma forma conciliatória de atender aos interesses tanto dos países quanto da economia mundo.
A formação de blocos econômicos significa uma forma de regionalização do espaço mundial
Etapas da integração econômica
A integração de economias regionais obtém-se pela aproximação das políticas econômicas e da pertinente legislação dos países que fazem parte de uma aliança. Com isso, pretende-se criar um bloco econômico que possibilite um maior desenvolvimento para todos os membros da associação. Vejamos a seguir cada etapa do processo:
Primeira etapa: zona de livre comércio – criação de uma zona em que as mercadorias provenientes dos países membros podem circular livremente. Nessa zona, as tarifas alfandegárias são eliminadas e há flexibilidade nos padrões de produção, controle sanitário e de fronteiras.
Segunda etapa: união aduaneira – além da zona de livre comércio, essa etapa envolve a negociação de tarifas alfandegárias comuns para o comércio realizado com outros países.
Terceira etapa: mercado comum – engloba as duas fases anteriores e acrescenta a livre circulação de pessoa, serviços e capitais.
Quarta etapa: união monetária – essa fase pressupõe a existência de um mercado comum em pleno funcionamento. Consiste na coordenação das políticas econômicas dos países membros e na criação de um único banco central para emitir a moeda que será utilizada por todos.
Quinta etapa: união política – a união política engloba todas as anteriores e envolve também a unificação das políticas de relações internacionais, defesa, segurança interna e externa.
Os pólos de poder na economia globalizada
Na nova ordem mundial, a bipolaridade representada por Estados Unidos e União Soviética foram substituídas pela multipolaridade. Os pólos de poder econômico são União Européia, Nafta e Apec; os de importância secundária, Mercosul e Asean.
Apesar de a economia globalizada ser definida como multipolar, os principais dados referentes ao desempenho econômico internacional demonstram que existem três grandes pólos que lideram a economia do mundo: o bloco americano, o asiático e o europeu, que controlam mais de 80% dos investimentos mundiais.
O bloco americano, liderado pelos Estados Unidos, realiza grande parte de seus negócios na América Latina, sua tradicional área de influência: o bloco asiático, liderado pelo Japão, faz mais de 50% de seus investimentos no leste e no sudeste da Ásia: e a União européia concentra dois terços de sua atuação econômica nos países do leste europeu.
Pode-se observar, portanto, que a economia globalizada é, na verdade, tripolar. A influência econômica está nas mãos dos países que representam as sete maiores economias do mundo: Estados unidos, Japão, Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Canadá. Por sua vez, no interior desses países são principalmente as grandes empresas transnacionais que têm condições de liderar o mercado internacional.
Por: Silvia Giambatiani Oliveira
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