quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Protestos na Venezuela
Ala radical da oposição quer forçar presidente Maduro a deixar o poder.
Cinco pessoas já morreram desde o começo das manifestações no país.
Do G1, em São Paulo
Multidão marcha em manifestação contra o governo de Maduro em Caracas, em mais um dos diversos protestos que pararam as principais cidades do país em fevereiro (Foto: Alejandro Cegarra/AP)
A Venezuela tem enfrentado momentos de tensão desde o início de fevereiro, com protestos de estudantes e opositores contra o governo. A situação se agravou em 12 de fevereiro, quando uma manifestação contra o presidente Nicolás Maduro terminou com três mortos e mais de 20 feridos. Ao mesmo tempo em que milhares foram às ruas para criticar o governo – em um contexto de inflação, insegurança, escassez de produtos básicos e alta criminalidade –, outros milhares se manifestaram em favor de Maduro e contra os oposicionistas.
Após as primeiras mortes, governo e oposição trocaram acusações. Maduro acusou "grupúsculos fascistas" que teriam se infiltrado no protesto. Já o líder oposicionista Leopoldo López, que convocou seus partidários para irem às ruas, disse que o governo planejou a violência para tentar desacreditar seu movimento pacífico.A situtação ficou ainda mais grave com outras três mortes confirmadas. A quarta vítima fatal foi um estudante atropelado terça-feira (18) durante os protestos na cidade de Carupanos. A quinta, confirmada nesta quarta-feira (19), foi uma ex-miss da Venezuela, morta por ter levado um tiro na cabeça na véspera. A sexta seria a mãe de um funcionário da VTV.
O governo acabou ordenando a prisão de Leopoldo López, e novos protestos foram convocados. López se entregou à polícia no dia 18 de fevereiro, em meio a novas manifestações.
As manifestações são como uma reedição da disputa política nas ruas que marcou os anos de governo de Hugo Cháveze a campanha eleitoral que levou Maduro a ser eleito em 2013, após a morte de Chávez.
O contexto atual também complica a situação do governo – os protestos ocorrem em meio a ausência de produtos industrializados nas prateleiras, similar ao início da crise política de 2002, e do controle das regras da economia para o setor empresarial.
Tentando controlar a crescente inflação, Maduro criou um decreto-lei “de preços justos”, que limita o lucro dos empresários locais a 30% sobre o valor da mercadoria. A escassez de produtos aumentou ainda mais após esta medida.
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