terça-feira, 29 de outubro de 2013
Material de apoio - 8º Ano - Conheça invenções e ideias geniais dos povos antigos da América
Pimenta + cacau: chocolate
Usando sementes de cacau, pimenta e água, os astecas criaram uma bebida chamadatchocolatl. Os espanhóis chegaram à região, provaram a mistura e a levaram para a Europa. Com o tempo, a receita foi mudando e virou o chocolate.
Calendários modernos
Os maias tinham calendários muito precisos, porque eram feras em astronomia. Além disso, avançaram muito na matemática e fizeram contas usando o número zero, que os europeus só passaram a entender 700 anos depois.
Para-raios
O povo anasazi, que morava numa região onde hoje ficam os Estados Unidos, espetava lanças no chão de lugares altos. Nas tempestades, elas atraíam raios e as pessoas ficavam livres desse perigo. A idéia foi aperfeiçoada no século 18 por Benjamin Franklin, que criou o páraraios.
Pipoca
Povos da América Central costumavam pôr espigas de milho no fogo até os grãos estourarem. Além de servir como alimento, a pipoca era usada como enfeite. Com o tempo, passaram a prepará-la numa panela de barro e agora a gente pode fazê-la até no microondas.
Borracha
No século 18, o francês Charles de la Condamine viajou pela Amazônia e viu índios brincando com bolas de látex. Ele levou amostras do material e logo descobriu que servia para apagar o que estava escrito a lápis.
Tomate e batata
Você sabia que os europeus conheceram o tomate e a batata só depois da descoberta da América, no século 16? O tomate surgiu na região da Cordilheira dos Andes e a batata era cultivada pelos incas, na América do Sul.
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
1ª ano - HISTORIA - Império Árabe - Islamismo e as Cruzadas
Introdução
O Império Árabe teve sua formação a partir da origem do islamismo, religião fundada pelo profeta Maomé. Antes disso, a Arábia era composta por povos semitas que, até o século VII, viviam em diferentes tribos. Apesar de falarem a mesma língua, estes povos possuíam diferentes estilos de vida e de crenças.
Arabia pré-islâmica
Os beduínos eram nômades e levavam uma vida difícil no deserto, utilizando como meio de sobrevivência o camelo, animal do qual retiravam seu alimento (leite e carne) e vestimentas (feitas com o pêlo). Com suas caravanas, praticavam o comércio de vários produtos pelas cidades da região. Já as tribos coraixitas, habitavam a região litorânea e viviam do comércio fixo.
Expansão do islamismo e a formação do império
Foi após a morte do profeta, em 632, que a Arábia foi unificada. A partir desta união, impulsionada pela doutrina religiosa islamita, foi iniciada a expansão do império árabe. Os árabes foram liderados por um califa, espécie de chefe político, militar e religioso.
Os seguidores do alcorão, livro sagrado, acreditavam que deveriam converter todos ao islamismo através da Guerra Santa. Firmes nesta crença, eles expandiram sua religião ao Iêmen, Pérsia, Síria, Omã, Egito e Palestina. Em 711, dominaram grande parte da península ibérica, espalhando sua cultura pela região da Espanha e Portugal. Em 732, foram vencidos pelos francos, que barraram a expansão deste povo pelo norte da Europa. Aos poucos, novas dinastias foram surgindo e o império foi perdendo grande parte de seu poder e força.
Expansão da cultura árabe
Durante o período de conquistas, ampliaram seu conhecimento através da absorção das culturas de outros povos, levando-as adiante a cada nova conquista. Foram eles que espalharam pela Europa grandes nomes como o de Aristóteles e também outros nomes da antiguidade grega. Eles fizeram ainda importantes avanços e descobertas médicas e cientificas que contribuíram com o desenvolvimento do mundo ocidental.
No campo cultural, artístico e literário deixaram grandes contribuições. A cultura árabe caracterizou-se pela construção de maravilhosos palácios e mesquitas. Destacam-se, nestas construções, os arabescos para ilustração e decoração. A literatura também teve um grande valor, com obras até hoje conhecidas no Ocidente, tais como: As mil e uma noites, As minas do rei Salomão e Ali Babá e os quarenta ladrões.
ATIVIDADES ISLÃ
1) Leia as afirmações abaixo sobre o Alcorão;
I. O Alcorão foi escrito por Alá e contém as bases da religião islâmica.
II. Pode se dizer que o Alcorão é um documento histórico, pois traz informações sobre a formação do islamismo.
III. Há nas páginas do Alcorão um claro incentivo aos ataques de homens-bomba.
Estão corretas:
a) Somente a I está correta.
b) Somente a II está correta.
c) Somente a III está correta.
d) Somente a I e II estão corretas.
e) Todas estão corretas.
2) Sobre a relação entre Oriente e Ocidente no presente, marque a CORRETA:
a) Hoje o Oriente vem recebendo grande atenção por parte da TV, o que pôs fim ao preconceito contra aquela região.
b) As diferenças entre orientais e ocidentais apareceram somente nos últimos anos graças ao aumento das informações.
c) Apesar de termos mais informações sobre o Oriente ainda há muitas dificuldades para entendermos a realidade daqueles povos.
d) As diferenças religiosas são pequenas, mas as culturas de Oriente e Ocidente ainda são bem diferentes.
3) Sobre o território onde surgiu o islamismo, marque a alternativa CERTA:
a) O islamismo surgiu na Arábia, região marcada pelas várias inundações do rio Nilo.
b) O islamismo teve origem em Portugal, após a expansão do povo do Oriente.
c) O islamismo surgiu na Arábia e lá permaneceu isolado até pouco tempo atrás.
d) O islamismo surgiu na Pérsia, sendo seus seguidores perseguidos pelos romanos.
e) O islamismo surgiu na Arábia, uma região com clima seco e grandes desertos.
4) Sobre as tribos existentes antes da origem do islamismo, marque a única alternativa ERRADA:
a) As tribos do litoral e do deserto sempre se uniam para enfrentar os estrangeiros.
b) Algumas das tribos se dedicavam ao comércio para sobreviver.
c) Os assaltos às caravanas de comerciantes eram comuns entre as tribos.
d) Havia uma constante rivalidade entre as tribos do deserto e as do litoral.
5) Leia as afirmações abaixo:
I. Antes da origem do islamismo, faltava uma unidade política para as tribos do Oriente;
II. A guerra santa foi fundamental para o islamismo se espalhar tanto pelo mundo.
III. O islamismo serviu para desunir ainda mais as tribos rivais, gerando novas guerras.
Estão corretas:
a) Somente a I está correta.
b) Somente I e III estão corretas.
c) Somente II e III estão corretas.
d) Somente I e II estão corretas.
e) Todas estão corretas.
Islamismo
Introdução
A religião muçulmana tem crescido nos últimos anos (atualmente é a segunda maior do mundo) e está presente em todos os continentes. Porém, a maior parte de seguidores do islamismo encontra-se nos países árabes do Oriente Médio e do norte da África. Assim como as religiões cristãs, a religião muçulmana é monoteísta, ou seja, crê na existência de apenas um deus, Alá ou Allah (palavra para designar Deus em árabe).
Criada pelo profeta Maomé, a doutrina muçulmana encontra-se no livro sagrado, o Alcorão ou Corão. Foi fundada na região da atual Arábia Saudita.
Vida do profeta Maomé
Muhammad (Maomé) era da tribo de coraich e nasceu na cidade de Meca no ano de 570. Filho de uma família de comerciantes, passou parte da juventude viajando com os pais e conhecendo diferentes culturas e religiões. Aos 40 anos de idade, de acordo com a tradição, recebeu a visita do anjo Gabriel que lhe transmitiu a existência de um único Deus. A partir deste momento, começa sua fase de pregação da doutrina monoteísta, porém encontra grande resistência e oposição. As tribos árabes seguiam até então uma religião politeísta, com a existência de vários deuses tribais.
Maomé começou a ser perseguido e teve que emigrar para a cidade de Medina no ano de 622. Este acontecimento é conhecido como Hégira e marca o início do calendário muçulmano.
Em Medina, Maomé é bem acolhido e reconhecido como líder religioso. Consegue unificar e estabelecer a paz entre as tribos árabes e implanta a religião monoteísta. Ao retornar para Meca, consegue implantar a religião muçulmana que passa a ser aceita e começa a se expandir pela península Arábica.
Reconhecido como líder religioso e profeta, faleceu no ano de 632. Porém, a religião continuou crescendo após sua morte.
Livros Sagrados e doutrinas religiosas
O Alcorão ou Corão é um livro sagrado que reúne as revelações que o profeta Maomé recebeu do anjo Gabriel. Este livro é dividido em 114 capítulos (suras). Entre tantos ensinamentos contidos, destacam-se: onipotência de Deus (Alá), importância de praticar a bondade, generosidade e justiça no relacionamento social. O Alcorão também registra tradições religiosas, passagens do Antigo Testamento judaico e cristão.
Os muçulmanos acreditam na vida após a morte e no Juízo Final, com a ressurreição de todos os mortos.
A outra fonte religiosa dos muçulmanos é a Suna que reúne os dizeres e feitos do profeta Maomé.
Preceitos religiosos
A Sharia define as práticas de vida dos muçulmanos, com relação ao comportamento, atitudes e alimentação. De acordo com a Sharia, todo muçulmano deve seguir cinco princípios:
- Aceitar Deus como único e Muhammad (Maomé) como seu profeta;
- Dar esmola (Zakat) de no mínimo 2,5% de seus rendimentos para os necessitados;
- Fazer a peregrinação à cidade de Meca pelo menos uma vez na vida, desde que para isso possua recursos;
- Realização diária das orações;
- Jejuar no mês de Ramadã com objetivo de desenvolver a paciência e a reflexão.
Locais sagrados
Para os muçulmanos, existem três locais sagrados: A cidade de Meca, onde fica a pedra negra, também conhecida como Caaba. A cidade de Medina, local onde Maomé construiu a primeira Mesquita (templo religioso dos muçulmanos). A cidade de Jerusalém, cidade onde o profeta subiu ao céu e foi ao paraíso para encontrar com Moises e Jesus.
Divisões do Islamismo
Os seguidores da religião muçulmana se dividem em dois grupos principais : sunitas e xiitas. Aproximadamente 85% dos muçulmanos do mundo fazem parte do grupo sunita. De acordo com os sunitas, a autoridade espiritual pertence a toda comunidade. Os xiitas também possuem sua própria interpretação da Sharia.
Atividades sobre Expansão Árabe e Islamismo
1 - “O islamismo é a religião fundada pelo profeta Mohammad no início do século VII, na região da Arábia. O Islã é o conjunto dos povos de civilização islâmica, que professam o islamismo; em resumo, é o mundo dos seguidores dessa religião. O muçulmano é o seguidor da fé islâmica, também chamado por alguns de islamita. O termo maometano às vezes é usado para se referir ao muçulmano, mas muitos rejeitam essa expressão - afinal, a religião seria de devoção a Deus, e não ao profeta Mohammad.” Gilberto Cotrim
Com base no texto assinale a verdadeira:
a) Os muçulmanos não são obrigatoriamente árabes.
b) As raízes do islamismo são contrastantes com as origens do cristianismo e judaísmo.
c) Os muçulmanos acreditam num Deus diferente dos cristãos e judeus.
d) Os muçulmanos praticam uma religião violenta e muitas vezes extremista.
2 – “Em árabe, Islã significa "rendição" ou "submissão" e se refere à obrigação do muçulmano de seguir a vontade de Deus. O termo está ligado a outra palavra árabe, salam, que significa "paz" - o que reforça o caráter pacífico e tolerante da fé islâmica. O termo surgiu por obra do fundador do islamismo, o profeta Maomé, que dedicou a vida à tentativa de promover a paz em sua Arábia natal.” Claudio Recco
Leia com atenção:
I. Assim como as duas outras grandes religiões monoteístas – o Judaísmo e o Cristianismo, as raízes do Islamismo vêm do profeta Abraão. O profeta Mohammod, fundador do islamismo, seria descendente do primeiro filho de Abraão, Ismael. Moisés e Jesus seriam descendentes do filho mais novo de Abraão, Isaac. Abraão, o patriarca do judaísmo, estabeleceu as bases do que hoje é a cidade de Meca e construiu a Caaba - todos os muçulmanos se voltam a ela quando realizam suas orações.
II . Alá é simplesmente a palavra árabe para "Deus". A aceitação de um Deus único é idêntica à de judeus e cristãos. Deus tem o mesmo nome no judaísmo, no cristianismo e no islamismo, e Alá é o mesmo Deus adorado pelos judeus, cristãos e muçulmanos.
III . Uma pessoa se torna muçulmana quando proferir, em árabe e diante de uma testemunha, que "não há divindade além de Deus, e Mohammad é o Mensageiro de Deus". O processo de conversão extremamente simples é apontado como um dos motivos para a rápida expansão do islamismo pelo mundo. .
IV . Uma minoria entre os cerca de 1,3 bilhão de praticantes da religião é adepta de interpretações radicais dos ensinamentos de Maomé. Entre eles, a violência contra outros povos e religiões é considerada uma forma de garantir a sobrevivência do Islã em seu estado puro. Para a maioria dos seguidores do islamismo, contudo, a religião muçulmana é de paz e tolerância.
Estão corretas:
a) I, II e III
b) II, III e IV
c) I, III e IV
d) I, II, III e IV
e) II e IV
3 - “Os hábitos estão integrados às culturas, não necessariamente à religião.”
A partir da afirmação acima pode-se aferir, EXCETO:
a) A base da religião muçulmana não determina qualquer tipo de discriminação grave contra a mulher.
b) As interpretações radicais das escrituras deram origem a casos brutais de opressão contra a mulher .
c) Nos países que seguem com rigor a Sharia, e têm tradições contrárias à libertação da mulher é comum a opressão às mulheres.
d) O problema da opressão à mulher muçulmana é causado pela crença islâmica em si que impõe várias restrições às mulheres.
4 - O islamismo, religião fundada por Mohammad e de grande importância para unidade árabe, tem como fundamento:
a) o monoteísmo, influência do cristianismo e do judaísmo, observado por Mohammad entre os povos que seguiram essas religiões;
b) o culto aos santos e profetas através de imagens e ídolos.
c) o politeísmo, isto é, a crença em muitos deuses dos quais o principal é Mohammmad.
d) o princípio da aceitação dos desígnios de Alá em vida e a negação de uma vida pós-morte.
e) a concepção do islamismo vinculado exclusivamente aos árabes, não podendo ser professado pelos povos inferiores.
5 - Os movimentos fundamentalistas, que tudo querem subordinar à lei islâmica (Sharia), são hoje muito ativos em vários países da África, do Oriente Médio e da Ásia. Eles tiveram sua origem histórica:
a) no desenvolvimento do islamismo, durante a Antiguidade na Península Arábica, quando Mao Tsé Tung iniciou o movimento através dos escritos do livro sagrado: “Alcorão”.
b) na expansão da civilização árabe durante a Idade Média, quando o islamismo, unificou os povos árabes e foi a justificativa religiosa para a ampliação dos territórios e a formação de vários reinos árabes-islâmicos no oriente e no ocidente.
c) durante a transição do feudalismo para o capitalismo, depois que o papa Urbano II iniciou o movimento cruzadista a fim de conter o avanço islâmico para o ocidente.
d) no estabelecimento do império Turco-Otomano, com base em Istambul, durante a Idade Moderna.
e) na ocupação do mundo árabe pelos europeus, entre a segunda metade do século XIX e a primeira do século XX.
O que foram as Cruzadas.
Elas foram expedições militares organizadas entre 1095 e 1291 pelas potências cristãs européias, com o objetivo declarado de combater o domínio islâmico na chamada Terra Santa, reconquistando Jerusalém e outros lugares por onde Jesus teria passado em vida. A empreitada constituía uma mistura de guerra, peregrinação e penitência: os guerreiros cruzados, conhecidos também como "peregrinos penitentes", acreditavam que seus pecados seriam perdoados caso completassem a jornada e cumprissem a missão divina de libertar locais sagrados, como a Igreja do Santo Sepulcro. Esses cavaleiros e soldados tinham como símbolo a cruz, bordada no manto que usavam - daí o nome com que ficaram conhecidos. Seus motivos não eram, porém, exclusivamente religiosos. Mercadores emergentes viram nas Cruzadas uma oportunidade de ampliar seus negócios, abrindo novos mercados e obtendo lucro ao abastecer os exércitos que atravessavam a Europa a caminho do Oriente.
Outro objetivo era unificar as forças da cristandade ocidental, divididas por guerras internas, e concentrar suas energias contra um inimigo comum, os chamados "infiéis muçulmanos". Nesse período de quase dois séculos, oito Cruzadas foram lançadas, embora duas delas jamais tenham chegado a Jerusalém. A Quarta desviou-se do seu objetivo original para atacar os cristãos ortodoxos de Constantinopla - que não reconheciam a autoridade do papa -, saqueando a cidade no ano de 1203. Já a Quinta conseguiu conquistar partes do Egito, mas bateu em retirada sob a pressão do inimigo antes de atingir a Palestina.
PRIMEIRA CRUZADA (1096-1099)
O movimento foi instigado pelo papa Urbano II, que, no Concílio de Clermont (1095), pediu a ação de líderes cristãos para afastar o perigo muçulmano. Sem esperar uma segunda ordem, camponeses, religiosos e aventureiros partiram da França numa expedição improvisada que terminou em fracasso. Enquanto isso, a Cruzada "oficial", formada por quatro grupos seguindo rotas diferentes, chegou a Constantinopla, de onde marchou para Jerusalém, conquistada em julho de 1099.
SEGUNDA CRUZADA (1147-1149)
Conflitos constantes entre as várias colônias cristãs instaladas no Oriente levaram o papa Eugênio III a lançar uma nova Cruzada para restaurar a ordem na região. Mas mudanças políticas no mundo islâmico permitem ao príncipe Saladino, um de seus maiores líderes, unificar a Síria e o Egito sob domínio turco, reforçando sua posição militar. Em 1187, os muçulmanos retomaram Jerusalém e cerca de 16 000 cristãos foram vendidos como escravos.
TERCEIRA CRUZADA (1189-1192)
Com a Europa frustrada pela perda de Jerusalém, o papa Clemente III organiza a campanha para reconquistar a cidade. Vários ataques são lançados, sem sucesso. Em 1191, os reis cristãos que lideravam a expedição negociam um acordo com o inimigo: Jerusalém permanece sob domínio turco, mas os cristãos têm acesso ao Santo Sepulcro.
QUARTA CRUZADA (1202-1204)
Desde que se tornou papa, em 1198, Inocêncio III pregava uma nova Cruzada para recuperar Jerusalém. Mas a expedição que partiu de Veneza em 1202 tinha como objetivo principal atacar Constantinopla, que - depois de aderir à Igreja Ortodoxa - já não reconhecia a autoridade papal. Constantinopla foi ocupada e saqueada pelos cruzados em 1203. Mas eles foram expulsos da cidade no ano seguinte.
QUINTA CRUZADA (1218-1221)
Atacar o Egito era cogitado desde a Terceira Cruzada, para conquistar posições que pudessem ser barganhadas com os muçulmanos em troca da devolução de Jerusalém. Assim, a Quinta Cruzada concentrou-se em tomar o porto egípcio de Damietta, em 1219. Mas a falta de reforços obriga os cruzados a desocupar a cidade. E a missão fracassa.
SEXTA CRUZADA (1228-1229)
Em 1228, Frederico II, imperador da Alemanha, chegou à Terra Santa e, por casamento, tornou-se rei de Jerusalém, negociando a recuperação do controle sobre a cidade. Mas novos conflitos internos enfraqueceram os cruzados, que, em 1243, foram expulsos da região. No ano seguinte, os turcos voltaram a tomar Jerusalém.
GUERREIRO CRUZADO
Sua proteção era a cota de malha, vestimenta feita com pequenas argolas de metal encadeadas, que demorava cinco anos para ser confeccionada e pesava mais de 10 quilos, cobrindo o peito, as costas e os braços. O capacete tinha uma viseira removível. O escudo trazia a cruz, que também enfeitava o manto de tecido branco usado sobre a cota de malha. Sua principal arma era a espada, eventualmente empunhada com as duas mãos.
SÉTIMA CRUZADA (1248-1254)
Liderada por Luís IX, rei da França, que, mais tarde, seria canonizado como São Luís, a expedição buscava retomar os ideais religiosos da Primeira Cruzada. Permaneceu quatro anos na Síria, mas sem sucesso. Em 1268, o sultão Baibars, que conseguira reunificar a Síria e o Egito, expulsou mais uma vez os cruzados da Terra Santa.
GUERREIRO MUÇULMANO
Sua cota de malha era mais leve que as dos cruzados, dando maior mobilidade. A cabeça era protegida por um capacete pequeno e sua espada - a famosa cimitarra - possuía lâmina curva, facilitando o manuseio a cavalo. Arqueiros de grande habilidade, disparavam flechas certeiras mesmo sobre montarias a galope. Outra arma característica era a maça, bloco de ferro com pontas aguçadas, preso a um cabo de madeira ou a uma corrente.
OITAVA CRUZADA (1270-1291)
Luís IX, preso pelos muçulmanos, foi libertado depois de pagar resgate e, em 1270, desembarcou em Cartago (Túnis). Ali, o sultão local prometeu converter-se e ajudar os franceses. Em vez disso, ele voltou-se contra os cristãos, que tiveram sua posição enfraquecida com a morte de Luís IX no mesmo ano. Em 1291, o reino franco deixa de existir no Oriente.
O Islã
ATIVIDADES
Questões sobre as Cruzadas (respostas no final da página)
1. Qual das alternativas abaixo define melhor o que foram as Cruzadas Medievais?
A - Foram organizações comerciais com objetivo de expandir o comércio entre Ocidente e Oriente na Idade Média.
B - Foram expedições militares europeias, organizada pelos cristãos, que tinha como objetivo principal a conquista de todo continente asiático e africano.
C - Foram organizações de caráter cultural e artístico que tinha como objetivo promover a cultura ocidental cristã na região do Oriente Médio.
D - Foram expedições militares ocidentais (europeias) de inspiração cristã enviadas à Palestina para recuperarem a liberdade de acesso dos cristãos à Jerusalém, que havia sido tomada pelos muçulmanos no século XI.
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2. Qual das alternativas abaixo faz referência ao período inicial das Cruzadas?
A - Em 1095, o papa Urbano II, convocou um grande número de fiéis para lutarem pela libertação da Terra Santa.
B - O rei da França Luis IX organizou uma Cruzada em 1270 para converter o emir da região norte da África.
C - No século XIII, as cruzadas estimularam o comércio, fato que colaborou para a crise do feudalismo na Europa.
D - No século XI, o papa Urbano II conseguiu estabelecer um tratado de paz com os muçulmanos e conseguiu, sem conflitos militares, reconquistar Jerusalém.
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3. Qual das alternativas abaixo aponta uma das principais consequências economicas das Cruzadas?
A - O fortalecimento do modo de produção feudal.
B - O renascimento comercial na Europa.
C - A crise do capitalismo em toda a Europa.
D - O início e processo de industrialização na Europa.
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4. Qual a principal consequência das Cruzadas do ponto de visa religioso?
A - A paz religiosa entre todas as religiões da Europa, Ásia e África durante toda Idade Média.
B - A conversão de grande parte da população europeia ao islamismo.
C - O aumento das tensões entre cristãos e muçulmanos na Baixa Idade Média.
D - O surgimento de novas religiões cristãs, entre elas as protestantes.
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5. Do ponto de vista cultural, as Cruzadas favoreceram a:
A - Criação de obras de arte que valorizavam a cultura islâmica na Europa.
B - Valorização das artes plásticas cujos artistas passaram a criticar a Igreja Católica através de suas pinturas e esculturas.
C - Criação de escolas de artes na Europa, administradas por professores de origem árabe.
D - Literatura conhecida como contos de cavalaria, que relatava os feitos heroicos e conflitos militares entre cristãos e muçulmanos durante as Cruzadas.
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
PROJETO PAZ NA ESCOLA - MATERIAL DE APOIO 8º ANO D - ELZA PEÇANHA DE GODOY
Sinceridade tem limites
A sinceridade é uma qualidade das pessoas honestas e éticas. Quem disser o contrário pode estar sendo tudo, menos sincero… Mas há diferenças entre sinceridade e rudeza. Ser sincero de verdade é agir com lisura e respeito. Já ser sincero com rudeza é desrespeitar o próximo. Há pessoas que são ferinas alegando ser sinceras. A verdade não existe para humilhar ninguém e sim para construir. Há formas e “formas” de ser sincero. Existe sempre um jeito de ser sincero sem destruir, e isso faz parte da arte do bom interrelacionamento pessoal. Sendo mais clara: é a educação pessoal ou o jeito de trabalhar as palavras que separa o joio e o trigo, o sincero e o rude, o sensato e o ignorante.
Uma regrinha para um bom convívio pessoal é usar de sinceridade e também guardar uma certa reserva. É necessário saber dosar o que falamos para não magoar as pessoas. É claro que podemos e devemos ter nossa opinião sobre vários temas e pessoas. Mas, ao emitir essa opinião com sinceridade, convém ter educação, equilíbrio e discrição. Ninguém precisa escancarar sua vida como se fosse um “livro aberto”. Nem exigir que os outros façam o mesmo. Já pensou se todos falassem tudo o que pensam? As pessoas se entenderiam menos ainda…
Não pense o leitor que estou pregando a dissimulação ou a hipocrisia. Não! Mas se ninguém é igual a ninguém a diversidade de pensamentos é uma realidade. O que não significa que devemos nos levar pela intolerância. Ao contrário. Quem quiser ter sua opinião respeitada precisa respeitar a do outro. E isso não implica em concordar ou discordar dos outros, mas dar limite às nossas falas. Às vezes, guardar a palavra é um preceito bíblico muito pouco observado.
Então, se você tinha dúvida, já sabe: a sinceridade não está só no conteúdo do que falamos, mas também na forma. Uma pessoa que usa da sinceridade bruta pode até acertar no conteúdo. Mas peca feio na forma e na intenção. Age com uma sinceridade maldosa, embora o termo pareça contraditório. Faria melhor se fechasse a boca.
Antes de dizer uma verdade, ainda mais quando ela parece dura ou dolorosa, se coloque no lugar da pessoa que vai ouvi-la. Avalie como ela a receberá e formule sua fala de um jeito que não a machuque. Ou, então, que a machuque o menos possível. É sempre possível ser sincero com delicadeza. Lembre-se: muita gente já se arrependeu por ter falado coisas sinceras sem pensar. E o que sai de errado da boca do homem
geralmente termina em confusão.
O Caminho da Sinceridade
Você já deve ter tido experiências em seu caminho com a sinceridade. Costumo dizer que a sinceridade é um valor muito versátil, pois a percebemos tanto na presença quanto na sua ausência. Por mais doloridos que possam ser os efeitos da sinceridade, ainda assim, ela é valorizada.
A história desta palavra traz um significado interessante. Sinceridade vem do latim sin cera (sem cera): quando as colunas de sustentação das construções apresentavam alguma trinca ou rachadura eram retocadas com cera. Isso fazia com que ela deixasse de mostrar a imperfeição da obra. Desde então, o termo “sincero” demonstra aquele que não esconde as imperfeições, que não oculta o imperfeito.
Importante perceber que este valor é irmão da transparência, pois ambos destacam a clareza das relações. Relacionamentos sem transparência e sinceridade tendem a ser muito frágeis e sem valor. Conviver com alguém que esconde algo é muito frustrante e improdutivo.
Há um elemento muito importante que torna sinceridade ainda mais bela e valorizada. Este elemento se refere à forma, ao jeito, à maneira de como é aplicada. Aqui incluo a “sutileza”.
A sutileza torna a sinceridade polida, educada, cortês e brilhante, pois destaca a inteligência de quem a pratica.
Em meu caminho, tenho encontrado pessoas sinceras, mas conheci poucas que são sinceras e sutis. Sinceridade sem sutileza é como um elefante diante de uma cristaleira, pode ser um desastre se mal administrada.
A falta da sutileza empresta à sinceridade os adjetivos de aspereza, rudeza e inconveniência. Apesar de, ainda assim, ser preferível à mentira. Contudo, se combinada à sutileza traria maiores benefícios pela atenção a detalhes.
Quantas equipes poderiam ser mais energizadas por seus líderes se estes utilizassem mais a sinceridade sutil em seus feedbacks, quantas vendas poderiam ser potencializadas, se vendedores utilizassem esta arte com os clientes, quantos pais teriam maior respeito de seus filhos se praticassem o exemplo da sinceridade sutil, quantos relacionamentos seriam mais verdadeiros e duradouros se as verdades sempre fossem ditas de forma mais respeitosa, mais humana...
Certa vez ouvi: “Eu falo tudo mesmo, e tudo, na cara!”.
Importante isso, dizer o que é preciso ser dito, valorizar a verdade diretamente a quem deve conhecê-la. Contudo, tenho aprendido que é igualmente importante ser responsável com as palavras, pois estas, não voltam.
Utilizar a sutileza com a sinceridade é uma arte de combinar palavras, tom de voz, olhar, gestos, etc.
Um caminho percorrido com a verdade é mais bonito se cercado pelas flores da sutileza. O aroma da caminhada é mais agradável, a paisagem fica mais bela e tenha certeza, as pessoas adorarão caminhar ao seu lado, pois sabem que estar ao lado de alguém sincero é bom, mas melhor ainda é estar ao lado de um sincero e sutil.
Pense nisso!
Sinceridade versus sincericídio
Não podemos sair por aí falando tudo que nos dá na telha pelo simples fato de que somos sinceros. Podemos pensar em ser sinceros com as pessoas com as quais temos maior intimidade, mas mesmo assim nem sempre a sinceridade é bem vinda. Podemos ser sinceros com as pessoas que sabemos, ou pelo menos acreditamos, que não sofrerão com aquilo que vamos falar, isto é, não haverá um suicídio ou um sincericídio.
Não tenho lembrança de onde tirei este termo, li em algum lugar e me apaixonei por ele. Sincericídio significa isto mesmo. Sinceridade somada ao suicídio.
Muita gente, por querer ajudar, já abriu a boca e logo percebeu que devia ter ficado calada. Quem nunca fez um comentário aparentemente sem maldade, mas que pegou muito mal? Quem nunca respondeu a uma pergunta sobre qualquer coisa de forma sincera e ficou com a antipatia da pessoa que pediu aquela opinião?
Sinceridade pode se transformar em sincericídio facilmente. Sinceridade e intrusão também têm uma linha divisória bem tênue. Outros tantos, com a desculpa da sinceridade, acabam sendo intrusivos, agressivos e maldosos. Sinceridade boa é aquela que faz crescer, que acrescenta, que amplia e que assim é bem vinda.
A sinceridade que apenas maltrata, desorganiza e desestabiliza sem nenhum objetivo concreto, com certeza não é bem vinda. Troque a palavra sinceridade por bom senso. Ele deve ser o norteador de nossas opiniões.
Me lembrei agora de uma puta frase que é perfeita para fechar esse meu ensaio sobre a sinceridade versus o sincericídio, é do estadista Winston Churchill, que resistiu a Hitler enquanto toda a Europa estava dominada pelo nazismo e diz assim: " Em tempo de guerra, a verdade é tão preciosa que ela precisa ser guarnecida por uma escolta de mentiras." Essa frase é federal, é pra refletir mesmo. Reflitam!
SENSACIONAL
terça-feira, 22 de outubro de 2013
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Material 8º ano - Civilizações antigas da América.
CICILIZAÇÕES ANTIGAS - OS INCAS
POVOS DOS ANDES - ASTECAS
OS MAIAS
Material 8º ano - Império Inca e o domínio dos Andes
Império Inca e o domínio dos Andes
O Império Inca era o mais extenso das Américas quando os conquistadores espanhóis chegaram por lá. Ele se estendia do atual Equador até o Norte do Chile, perfazendo uma extensão norte-sul de cerca de 4.700 km. O Império Inca, construído através da dominação de outros povos pelos quíchuas, deixou os espanhóis maravilhados pelo desenvolvimento cultural alcançado pela civilização, já que existiam grandes cidades, agricultura desenvolvida, sistemas matemáticos, uma bela arquitetura e uma estrutura estatal que possibilitava o controle e o domínio da região.
A ocupação da região por populações que exerciam certa estratificação social e incipientes estruturas estatais datam desde antes da era cristã. Eram predominantemente cidades-estado, cujo centro urbano incluía os templos religiosos, havendo disputas bélicas pela hegemonia regional. Entretanto, a partir do século VII, possivelmente houve a unificação dos povos andinos em alguns impérios.
É dito possivelmente pela dificuldade existente em comprovar tais afirmações em decorrência da falta de documentação histórica, seja pela inexistência de provas materiais ou pela destruição pelos espanhóis do pouco que havia.
Desses impérios é possível destacar o Tiahuanaco, na bacia do lago Tititcaca, e o Império Huari, no vale do Mantaro, onde hoje se localiza o Peru. Houve ainda reinos regionais como o Reino Chimu, localizado no vale do Moche, também no Peru. O Reino Chimu tinha como capital Chancham, uma cidade planejada para viver 80 mil pessoas.
Estátua do Inca Pachacutec, em Cuzco no Peru. Os imperadores incas aliavam o poder de estado ao poder religioso
Entretanto, foi o povo quíchua, ou inca, que conseguiu criar um poderoso Império na região da Cordilheira dos Andes. A origem do império remonta ao povoado quíchua de Cuzco no Peru, e que conheceu um rápido crescimento a partir do século XIV. A dinastia imperial teria sido formada porManco Cápac, segundo relatos orais deixados pelos incas. Mas foi no século XV e XVI que o Império conheceu seu auge, tendo como principais imperadores Pachakuti (1438-1471), Tupa Yupanki(1471-1493) e Huayna Cápac (1493-1525).
A base do império era o trabalho realizado pelos camponeses nas ayllu, aldeias onde era organizado o trabalho agrícola. As terras distribuídas aos camponeses eram propriedades do imperador. Os camponeses deveriam ainda prestar trabalho forçado, as mitas, em obras públicas e outros serviços do governo. Os mitaios proporcionaram a ampliação das áreas agricultáveis e a expansão do império, criando inclusive as famosas áreas de agricultura nos terraços andinos, além de desenvolver sistemas de irrigação nesses locais.
Para organizar a exploração do trabalho camponês e manter o luxo, a suntuosidade e o funcionamento do império, havia uma estruturação hierárquica que se iniciava com os camayocs, os capatazes nas aldeias, passando pelos curacas, funcionários hereditários que recolhiam os impostos. Acima dos curacas havia os kuiricuks, que eram como governadores de províncias, chamadas de wamanis. As wamanis eram subdivisões de quatro grandes territórios do império, que eram comandados pelosapos, os chefes que se reportavam diretamente ao inca, o nome dado ao imperador.
O inca assumia as funções de chefe de Estado e religioso, sendo considerado a encarnação do deus Sol e descendente direto dele. O inca assumia ainda as funções de legislador e comandante do exército, podendo ainda dispor de várias esposas, apesar de haver uma esposa principal, a coya, que era uma de suas irmãs.
A capital Cuzco era o centro nevrálgico do império, convergindo neste local as estradas e sistemas de comunicação, como os correios, além de abrigar os administradores e sacerdotes. Havia ainda outras cidades como Machu Pichu, Tumipampa e Cajamarca, que tinham planejamento e arquitetura elaborados.
Os incas ainda domesticaram animas como as lhamas e a alpaca para realizar os transportes do império, bem como desenvolveram um sistema matemático baseado nos quipus, que através de cordas coloridas e nós, eram utilizados para a contabilidade de diversos serviços. Desenvolveram ainda conhecimentos na astronomia e astrologia.
Com uma população estimada em cerca de 6 milhões de pessoas, o império Inca não conseguiu resistir à investida dos espanhóis a partir de 1531. Além de não utilizar a pólvora, os incas não tiveram resistência para enfrentar as doenças trazidas pelos europeus. Contribuiu ainda para a dominação espanhola os conflitos sucessórios entre os filhos de Huayna Cápac: Huascar eAtahualpa. O último foi vitorioso, mas o enfraquecimento decorrente da sucessão e as disputas entre a aristocracia dos povos dominados e os funcionários do Estado, compostos pelos quíchuas, facilitaram a vitória de Francisco Pizzaro
Material 8º ano.Civilização Maia, domínio na América Central
As civilizações pré-colombianas
Publicado por: Rainer Gonçalves Sousa em História da América
Os povos pré-colombianos impressionam pela riqueza de suas culturas.
O processo de descoberta do continente americano representou para os europeus o contato com um mosaico de culturas bastante peculiar. Mais do que se encantaram com o passível exotismo dos nativos, as tripulações do Velho Mundo deram de frente com civilizações complexas. Muitas dessas sociedades conheciam a escrita, desenvolveram sistemas matemáticos, possuíam calendários de enorme precisão e construíram centros urbanos mais amplos que as cidades da Espanha.
Por volta do século VII, a Cordilheira dos Andes foi palco do desenvolvimento das civilizações chimu, tiahuanaco e huari. Quase quinhentos anos depois, a reunião desses povos que ocupavam a região seria correspondente ao vasto Império Inca, administrado na cidade de Cuzco. Antes da chegada dos espanhóis, os incas formaram um Estado de caráter expansionista, que alcançou regiões que iam do Equador até o Chile, e abrigava cerca de seis milhões de pessoas.
Na porção central do continente americano, olmecas, toltecas, teotihuacanos, astecas e maias formaram sociedades distintas. Os maias, entre os séculos III e XI, estabeleceram um complexo de cidades-Estado que funcionavam de forma autônoma graças a um eficiente sistema de servidão coletiva. Segundo informações, a civilização maia teria congregado mais de dois milhões de habitantes. Quando chegaram à América, os espanhóis encontraram boa parte desses centros urbanos abandonados.
A mais vistosa civilização mesoamericana foi constituída pelos astecas, que conseguiram formar um império que ia do sul da Guatemala, até a porção oeste do México. A capital Tenochtitlán abrangia uma área de treze quilômetros quadrados e congregava uma população composta por centenas de milhares de habitantes. As populações vizinhas eram obrigadas a pagar vários impostos que garantiam a hegemonia asteca.
Cada aldeia asteca era integrada por diversas famílias, que utilizavam as terras férteis de forma coletiva. Uma parcela considerável da produção agrícola dos aldeões era destinada ao Estado, que distribuía o alimento recolhido para os funcionários públicos, os sacerdotes, militares e a família do imperador. Do ponto de vista político, possuíam uma monarquia centralizada nas mãos do Tlacatecuhtli, responsável pela condução da política externa e dos exércitos.
Em termos gerais, percebemos que o continente americano contava com uma ampla diversidade de culturas que se desenvolveram de forma própria. Contrariando o ideal eurocêntrico do Velho Mundo, as populações pré-colombianas estabeleceram relações sociais complexas, criaram suas próprias instituições políticas e engendraram os seus saberes.
A civilização maia foi uma das mais complexas a viver na América antes da chegada dos conquistadores europeus. Ocupou uma região da América Central, em locais que correspondem hoje à planície de Iucatã, no México, e aos territórios da Guatemala, de Belize e de Honduras. Não é possível realizar uma datação exata da origem dos povos maias, mas os registros mais antigos datam do século I a.C., conhecendo a civilização seu apogeu econômico, cultural e militar entre os séculos III e XI. Quando os espanhóis chegaram à região no século XVI, a civilização maia já se encontrava em declínio.
A sociedade maia se baseava economicamente na agricultura do milho, produção realizada por camponeses que viviam nos arredores das cidades-Estado. Em relação à forma de organização do trabalho, esses camponeses estavam submetidos a uma espécie de servidão coletiva, sendo o produto do trabalho, realizado servilmente, apropriado pelos grupos sociais dominantes, compostos principalmente por guerreiros e sacerdotes, reproduzidos através de critérios de hereditariedade.
Essas características davam um caráter teocrático à organização política dos maias. O prestígio desses guerreiros e sacerdotes possivelmente estava ligado às suas ações de guerra e captura dos vencidos, utilizados muitas vezes em sacrifícios nos rituais religiosos. O comando desses grupos sociais dominantes cabia ao Halach Uinic, uma figura política que centralizava as funções de contatos externos e controle interno das populações, principalmente a administração das cidades-Estado e a cobrança de impostos.
Cidades-Estado como Palenke, Tikal, Copan, El Tajin (atual Vera Cruz), Xochicalco (atual Morelos) e Colula (atual Puebla) se transformaram em centros urbanos da civilização maia, deixando como registros suntuosos palácios e templos religiosos, onde a população adorava uma infinidade de deuses ligados a elementos da natureza, como a chuva, o sol, o milho, a lua etc.
Apesar de ter contado em seu auge com uma população de aproximadamente dois milhões de habitantes, os registros escritos da cultura maia foram quase totalmente destruídos, o que impede um conhecimento mais amplo sobre essa civilização. Entretanto, sabe-se da existência de um sistema de escritas baseadas em hieróglifos, mas que ainda não foram totalmente decifrados.
Deus maia Jum Kaaah, divindade ligada à vida
Porém, uma série de outros aspectos culturais é de conhecimento dos estudiosos dessa civilização. Destacam-se os conhecimentos na matemática, criando sistemas de cálculos e de expressão numérica nos quais a noção do zero exercia uma função de enorme importância. Esse tipo de conhecimento matemático permitiu também o desenvolvimento de um apurado conhecimento astronômico, levando à elaboração de complexos calendários, como o Tzolkin, o calendário religioso de 260 dias, e o Haab, o calendário civil de 365 dias, divididos em 18 meses de 20 dias, sendo cinco dias adicionais.
Utilizados combinadamente, esses calendários foram as formas mais precisas de acompanhamento do tempo da natureza já construídas pelos homens. Esses calendários possibilitaram ainda aos maias acompanharem movimentos celestes de milhares de anos, bem como os eclipses e os movimentos planetários.
Entretanto, quando os espanhóis chegaram à América Central, a civilização maia já estavam em franco declínio, com suas cidades-Estado arruinadas, cujas causas ainda são desconhecidas. Tal situação pode estar relacionada ao fortalecimento de outras civilizações da região, como os toltecas e os astecas, que possivelmente subjugaram os maias.
Civilização Nasca
Publicado por: Leandro Carvalho em As civilizações pré-colombianas0 comentário
Ao fundo, na montanha, hieróglifos nasca
Paralelamente às civilizações da Antiguidade Clássica (Roma e Grécia), existiam na América do Sul, antes de Cristo, várias civilizações. Dentre elas estavam os nasca, que ficaram conhecidos como povos pré-colombianos (ou seja, que viveram na América antes da conquista dos europeus no século XV).
A civilização nasca se desenvolveu no litoral sul do atual Peru e sua cultura foi prevalecente em torno da cidade de Cahuachi, considerado centro religioso e político. Os nasca foram grandes matemáticos e arquitetos, construíram pirâmides e grandes templos religiosos.
A sociedade nasca era teocrática (governada pelo poder religioso) e seu ápice cultural ocorreu entre os anos de 100 a.C. e 700 a.C. Porém, por motivos não esclarecidos, a população nasca abandonou a cidade de Cahuachi e construiu outras cidades em diferentes regiões do atual Peru.
Os nasca desenvolveram variados objetos de cerâmica, artigos de ouro e tecidos de algodão. Contudo, os gigantescos desenhos de animais, plantas e formas geométricas construídos com pedras representam um dos mais importantes e ainda intrigantes feitos realizados pelos nasca. Pela sua proporcionalidade, o conjunto de obras nasca somente pode ser visto do alto do céu.
Vista aérea: aranha nasca com 42 metros de comprimento
A arte nasca se estende por um perímetro de 50 quilômetros de comprimento por 15 quilômetros de largura, cruzando diferentes cidades na região. Os desenhos de maior tamanho são um pássaro com quase 300 metros; um lagarto de 180 metros; um macaco, um condor e um pelicano, todos com 135 metros; e uma aranha com 42 metros.
Vista aérea: macaco nasca com 135 metros de extensão e pássaro nasca com 300 metros de comprimento
Até os dias atuais, diversos pesquisadores não chegaram a um consenso em relação aos significados dos desenhos feitos entre os anos de 400 e 650 a.C. São várias as interpretações sobre os desenhos, desde religiosas até alienígenas. Muitos pesquisadores se perguntam como os nasca conseguiram desenhar enormes formas de animais e plantas com uma similaridade e com proporções tão precisas.
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
Material 8º ano - Grandes Descobrimentos e a América Pré-Colombiana
Introdução
Quando Colombo chegou à América, em 1492, encontrou o continente habitado há muito tempo por várias civilizações e povos. Os povos pré-colombianos apresentavam diferentes estágios de desenvolvimento cultural e material, classificados em: sociedades de coletores/caçadores e sociedades agrárias. Dentro desse segundo grupo, três culturas merecem maior destaque: os maias e os astecas, no México e América Central, e os incas na Cordilheira dos Andes, na América do Sul. Alcançaram notáveis conhecimentos de astronomia e matemática, além de dominar técnicas complexas de construção, metalurgia e cerâmica. Não conheciam a roda e o cavalo, mas desenvolveram técnicas eficientes de agricultura. Enquanto o fim da cultura maia é até hoje um mistério, sabemos que os povos astecas e incas decaíram perante à conquista espanhola.
A Burguesia foi a classe social que, no regime capitalista, teve a propriedade dos meios de produção e o poder econômico. Os reis fizeram um acordo com a Burguesia, mesmo assim houve muitas guerras. A guerra dos 100 anos, de 1337 à 1453, guerra entre a Inglaterra e a França. A guerra já estava quase ganha pela Inglaterra, quando Joana D’ arc ( heroína francesa ) notabilizou-se quando comandando um pequeno contigente de soldados franceses, derrotou os exércitos ingleses, correspondendo à tarefa que lhe havia sido confiada pelo rei Carlos VII. Posteriormente foi aprisionada pelos borguinhões, vendida aos ingleses e queimada em fogueira.
Em 1453 deu inicio a idade moderna que só terminaria em 1779. Os portugueses e espanhóis traziam das Índias a especiaria que é uma flor, um fruto, uma semente, uma casca ou um caule de planta, secos e com um forte aroma característico. Uma carga de especiaria era trocada por oito cargas de produto europeu, portanto quem fizesse esse comércio iria se tornar o país mais rico do mundo. Em 1942 os reis da Espanha bancaram a viagem de Cristóvão Colombo, com o objetivo de chegar as Índias, chegando em uma terra ele pensou que estava nas Índias, daí chamou os seus habitantes de índios, e na verdade tinha chegado a América, mais tarde Américo vespúcio corrigiu o erro, e a terra recebeu o nome de América em sua homenagem.
Os primeiros habitantes do continente foram os índios, que encontravam-se nos mais diferentes estágios de cultura. O contato dos colonizadores com os indígenas foi desastroso. Muitas tribos foram dizimadas e algumas civilizações em alto grau de desenvolvimento, destruídas.
Na América Pré-Colombiana os principais povos indígenas eram : os Incas, os Astecas e os Maias.
Os Incas
O território inca se estendia ao longo da Cordilheira dos Andes e incluía terras hoje pertencentes à Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Argentina e Chile. Os Incas constituíam um vasto império, integrado por povos de diferentes culturas, localizadas nas mais variadas regiões geográficas : a costa, as serras e as selvas. A maior parte da população concentrava-se nos vales férteis. No império Inca viviam 15 milhões de pessoas. A capital dos Incas era Cuzco no templo do sol. Todos os anos é feita uma festa do sol, chamada de INTIRAYMI, no Peru em Junho.
Os Astecas e os Maias
Os Astecas habitavam as terras do atual México ; os Maias habitavam a região onde hoje estão a Guatemala, parte de Honduras, El Salvador, Belize e a Península de Iucatã, no México. A organização política, econômica e social desses dois povos apresentava inúmeras semelhanças. Eram povos que tinham uma economia de base agrária, com aperfeiçoadas técnicas de produção, incluindo o uso de adubos e a construção de barragens e canais de irrigação. Eles trabalhavam em coletividade.
A principal diferença entre os Astecas e os Maias diz respeito à organização política. Enquanto os Astecas viviam submetidos a uma monarquia, exercida pelo chefe dos guerreiros, os Maias nem chegaram a construir um estado que abrangesse toda a sociedade.
Os astecas, maias e incas
Maias
As cidades maias
A civilização maia organizou-se como uma federação de cidades-estado e atingiu seu apogeu no século IV. Nesta época, começou a expansão maia, a partir das cidades de Uaxactún e Tikal. Os maias fundaram Palenque, Piedras Negras e Copán. Entre os séculos X e XII, destacou-se a Liga de Mayapán, formada pela aliança entre as cidades de Chichén Itzá, Uxmal e Mayapán. Esta tripla aliança constituiu um império, que teve sob o seu domínio outras doze cidades. O conjunto da cidade era considerado um templo. Os edifícios eram construídos com grandes blocos de pedra adornados com esculturas e altos-relevos, como os de Uaxactún e Copán.
Os ritos
Só podiam subir aos templos os sacerdotes, que formavam a classe mais culta. Os maias acreditavam descender de um totem e eram politeístas. A influência dos toltecas introduziu certas práticas cerimoniais sangrentas, pouco antes da decadência dos maias. Adoravam a natureza, em particular os animais, as plantas e as pedras. Cuidavam de seus mortos, colocando-os em urnas de cerâmica.
O calendário maia e a escrita
Os avançados conhecimentos que os maias possuíam sobre astronomia (eclipses solares e movimentos dos planetas) e matemática lhes permitiram criar um calendário cíclico de notável precisão. Na realidade, são dois
calendários sobrepostos: o tzolkin, de 260 dias, e o haab de 365. O haab era dividido em dezoito meses de vinte dias, mais cinco dias livres. Para datar os acontecimentos utilizavam a "conta curta", de 256 anos, ou então a "conta longa" que principiava no início da era maia. Além disso, determinaram com notável exatidão o ano lunar, a trajetória de Vênus e o ano solar (365, 242 dias).Inventaram um sistema de numeração com base 20 e tinham noção do número zero, ao qual atribuíram um símbolo. Os maias utilizavam uma escrita hieroglífica que ainda não foi totalmente decifrada.
A arte
A arte maia expressa-se, sobretudo, na arquitetura e na escultura. Suas monumentais construções — como a torre de Palenque, o observatório astronômico de El Caracol ou os palácios e pirâmides de Chichén Itzá, Palenque, Copán e Quiriguá — eram adornadas com elegantes esculturas, estuques e relevos. Podemos contemplar sua pintura nos grandes murais coloridos dos palácios. Utilizavam várias cores. As cenas tinham motivos religiosos ou históricos. Destacam-se os afrescos de Bonampak e Chichén Itzá. Também realizavam representações teatrais em que participavam homens e mulheres com máscaras, representando animais.
Astecas
O Império Asteca
Os astecas pagavam tributos à tribo tepaneca de Atzcapotzalco. Em 1440, a agressividade dessa tribo causou o surgimento de uma tríplice aliança entre as cidades de Tenochtitlán, Texcoco e Tlacopán, que derrotou os tepanecas e iniciou sua expansão territorial pela zona ocidental do vale do México. Sob o reinado de Montezuma I, o Velho, os astecas tornaram-se um povo temido e vitorioso, ampliando seus domínios em mais de 200 quilômetros. Axayácatl, o sucessor de Montezuma, em 1469, conquistou a cidade de Tlatetolco e o vale de Toluca.
O Império ampliou seus limites ao máximo sob o reinado de Ahuízotl, que impôs sua soberania sobre Tehuantepec, Oaxaca e parte da Guatemala. Em 1519, sob o reinado de Montezuma II, houve o primeiro encontro com os conquistadores espanhóis.
Os nobres
A sociedade asteca era rigidamente dividida. O grupo social dos pipiltin (nobreza) era formada pela família real, sacerdotes, chefes de grupos guerreiros — como os Jaguares e as Águias — e chefes dos calpulli. Podiam participar também alguns plebeus (macehualtin) que tivessem realizado algum ato extraordinário. Tomar chocolate quente era um privilégio da nobreza. O resto da população era constituída de lavradores e artesãos. Havia, também,
escravos (tlacotin).
A religião
A religião asteca era politeísta, embora tivesse poucos deuses. Os principais eram vinculados ao ciclo solar e à atividade agrícola. O deus mais venerado era Quetzalcóatl, a serpente emplumada, criador do homem, protetor da vida e da fertilidade. Os sacerdotes eram um poderoso grupo social, encarregado de orientar a educação dos nobres, fazer previsões e dirigir as cerimônias rituais. A religiosidade asteca incluía a prática de sacrifícios. O derramamento de sangue e a oferenda do coração de animais ou de seres humanos eram ritos imprescindíveis para satisfazer os deuses.
Incas
As fortalezas incas
Os edifícios incas se caracterizam pela monumentalidade e sobriedade. Suas cidades eram verdadeiras fortalezas, construídas com grandes muralhas de pedra. Os incas eram mestres em cortar e unir grandes blocos de pedra; a cidade-fortaleza de Machu Picchu é o exemplo mais espetacular dessa arte. Machu- Picchu foi descoberta em 1911, no topo de uma montanha de 2.400 m de altura, numa região inacessível da cordilheira dos Andes. Outras construções incas importantes ficam em Cuzco e Pisac. Cuzco, a capital do Império, tem uma rígida planificação urbana em forma quadriculada.
Formas de vida
A organização social inca era muito hierarquizada. No topo estava o Inca (filho do Sol), que era o imperador; depois a alta aristocracia, à qual pertenciam os sacerdotes, burocratas e os curacas (cobradores de impostos, chefes locais, juízes e comandantes militares); camadas médias, artesãos e demais militares; e finalmente camponeses e escravos. Os camponeses eram recrutados para lutar no exército, realizar as tarefas da colheita ou trabalhar na construção das cidades, segundo a vontade do Inca. A família patriarcal era a base da sociedade, mas até os casamentos dependiam da autoridade
máxima. O sistema penal era rígido e o sistema político extremamente despótico.
O trabalho agrícola
A terra era propriedade do Inca (imperador) e repartida entre seus súditos. As terras reservadas ao Inca e aos sacerdotes eram cultivadas pelos camponeses, que recebiam também terras suficientes para subsistir. A agricultura era a base da economia inca; a ela se dedicavam os habitantes plebeus das aldeias. Baseava-se no cultivo de um cereal, o milho, e um tubérculo, a batata. As técnicas agrícolas eram rudimentares, já que desconheciam o arado. Para semear utilizava um bastão pontiagudo. Os campos eram irrigados por meio de um sistema formado por diques, canais e aquedutos. Utilizava-se
como adubo o guano, esterco produzido pelas aves marinhas. Possuíam rebanhos imensos de lhamas e vicunhas, que lhes forneciam lã.
Cultura e religião
O idioma quéchua serviu de instrumento unificador do império inca. Como não tinham escrita, a cultura era transmitida oralmente. Com um conjunto de nós e barbantes coloridos, chamados quipos, os incas desenvolveram um engenhoso sistema de contabilidade. Na matemática, utilizavam o sistema numérico decimal. Os artesãos eram peritos no trabalho com o ouro. Mesmo sem conhecer o torno, alcançaram um bom domínio da cerâmica. Seus vasos tinham complicadas formas geométricas e de animais, ou uma combinação de ambas. A religião inca era uma mistura de culto à natureza (sol, terra, lua, mar e montanhas) e crenças mágicas. Os maiores templos eram dedicados ao Sol (Inti). Realizavam sacrifícios tanto de animais como de humanos.
No período anterior à chegada dos europeus, a arte de produzir objetos com metais preciosos. Mesmo levando em consideração que a arte de trabalhar os metais seja muito antiga - e tenha surgido, em todo o mundo, com técnicas semelhantes pela própria natureza dos materiais -, na América os primeiros indícios desta arte situam-se, em torno de 1200 a.C, nos Andes setentrionais: Colômbia e Equador. Também no Peru e norte do Chile foram encontradas evidências de que, em torno de 1000 a.C., já existia a fundição de metais.
Na América Central, a técnica de trabalhar metais remonta a 900 a.C. Os metais escolhidos são ouro, prata e platina, geralmente utilizados em liga de ouro e prata, cobre e estanho. As ligas mais freqüentes são o bronze e um composto de ouro e menor quantidade de cobre ou, às vezes, prata. Devido ao baixo ponto de fundição, a prata acarretou uma melhoria no acabamento dos objetos. A existência de ouro permitiu o florescimento da joalheria na cultura mochica, que habitava o Peru pré-colombiano. Existem muitas peças como o brinco mochica, que representa uma figura bicéfala com cabeças de pássaro e corpo de felino. Ele está datado entre os anos 200 e 700 d.C. e faz parte do acervo do Museu do Ouro do Peru.
Chavín de Huantar, antigo centro cerimonial da cultura Chavín (900-200 a.C.) localizado próximo de Callejón de Huaylas, na província de Huari, Peru. O estilo Chavín se caracteriza pela decoração com figuras de jaguar.
Mixtecas, povo ameríndio da família lingüística otomanque, habitante dos atuais estados mexicanos de Oaxaca, Guerrero e Puebla. A cultura mixteca floresceu no sul do México do século IX ao início do XVI e seus membros foram os artesãos mais famosos do México. Seus trabalhos em pedra e em diferentes metais nunca foram superados.
Entre os séculos XI e XII de nossa era, apoderaram-se do Monte Albán, que havia sido abandonado pelos zapotecas.
O transformaram em um cemitério, enriqueceram notavelmente seus monumentos funerários e adotaram conceitos arquitetônicos evoluídos como as gregas geométricas de pedras encaixadas que adornam os palácios. Os mixtecos influenciaram o declínio da civilização maia no sul, e permaneceram independentes dos astecas no norte. A população mixteca atual possui cerca de meio milhão de pessoas, distribuídas em 3 regiões principais: a Mixteca Alta (nas regiões frias da sierra Madre do Sul), a Mixteca Baixa (seguindo o curso do rio Atoyac) e a costa (estados de Oaxaca e Guerrero).
Geografia
Arqueólogos e historiadores agrupam as culturas pré-colombianas em zonas geográficas. A América Central, uma das regiões culturais de maior importância, corresponde aos atuais México, Belize, Guatemala, Honduras e El Salvador. Peru e Bolívia, Área Andina, constituem outra importante região cultural. A Zona Central é composta pela parte sul da América Central e norte da Venezuela, Colômbia e Equador. A Zona Periférica compreende o resto da América do Sul e as ilhas do Caribe. Apesar das diferenças culturais entre estas zonas, recentes pesquisas arqueológicas comprovaram a existência de interrelação entre elas.
Cronologia
Tradicionalmente, estabeleceu-se uma divisão cronológica de três períodos mais importantes: o Pré-Clássico ou de formação, (c. 1500 a.C.-c. 300 d.C.); o Clássico ou do florescimento (c. 300-c. 900); e o Pós-Clássico (c. 900-1540). Embora o termo clássico dê a entender que, neste período, alcançou-se o ponto máximo do desenvolvimento cultural, especialistas atuais negam a hipótese. A arte e a arquitetura de quatro civilizações pós-clássicas, a mixteca e asteca no México e a chimú e inca no Peru, são tão importantes quanto a clássica.
No período Pré-Clássico, a América era formada por clãs tribais, isolados e pequenos reinos cujas culturas se desenvolveram independentes umas das outras. Entretanto, há provas de difusão de algumas idéias religiosas e motivos visuais. A civilização olmeca, do México, e a chavín, do Peru, adoravam uma divindade felina e compartilhavam iconografia* semelhante.
Durante o período Clássico, surgiram impérios complexos onde as culturas, através do intenso comércio, eram difundidas e assimiladas com rapidez. O comércio não era importante, apenas, para o suprimento de bens. Servia, também, como meio de transmissão de idéias, técnicas e pensamentos artísticos. Apesar de muitos historiadores considerarem o Período Clássico como pacífico, estudos arqueológicos recentes demostraram que a maioria das civilizações foi guerreira. A riqueza produzida pelas guerras de conquista era utilizada na construção de cidades, centros cerimoniais, objetos funerários, e na criação de bens pessoais cada vez mais luxuosos e rituais suntuosos.
O período Pós-Clássico caracterizou-se pelas freqüentes guerras provocadas pelas pressões socio-econômicas, entre elas o aumento da população e o desenvolvimento tecnológico. As culturas e civilizações desta época são as mais bem documentadas porque os cronistas espanhóis registraram suas impressões e compilaram histórias dos povos vencidos.
Traços culturais
As civilizações pré-colombianas eram, basicamente, agrícolas. As crenças e ritos religiosos revelavam preocupação com a fertilidade da terra e produtividade das colheitas. O milho foi o principal alimento na América Central e a batata, na Área Andina. Estes dois produtos, transladados à Europa pelo conquistador espanhol, mudaram a história do velho continente, habituado a uma fome milenar. Até a relativa secularização, ocorrida no período pós-clássico, a religião desempenhou um papel fundamental na configuração e desenvolvimento da cultura pré-colombiana. Grande parte da arte e da arquitetura destes povos estava relacionada à astronomia, através da qual os ameríndios estabeleciam as épocas apropriadas para o plantio e a colheita.
Havia dois tipos de áreas urbanas. Uma, o Centro Cerimonial constituído, principalmente, de edifícios religiosos e administrativos. Acredita-se que nestes Centros, construídos ao redor de praças, moravam as autoridades seculares e religiosas com suas respectivas cortes. A maioria da população residia em pequenas fazendas, na periferia.
O outro tipo de área urbana das culturas pré-colombianas assemelha-se bastante ao que chamamos, hoje, de cidade. Ruas separavam as moradias das diferentes classes sociais e os templos e edifícios administrativos voltavam-se para a praça central. Os recentes trabalhos arqueológicos que estudam os traçados urbanos pré-colombianos esclareceram que tanto os Centros Cerimoniais, quanto as chamadas cidades, serviam, igualmente, de centros religiosos, governamentais e comerciais.
Olmecas
Povo mexicano que originou a mais antiga civilização (1500-900 a.C.) da Mesoamérica, situada nos atuais estados de Veracruz e Tabasco. A civilização Olmeca deixou estabelecidos padrões de cultura que influenciaram os séculos posteriores. Considerada cultura ‘madre’ do México, destacam-se as colossais cabeças com mais de 25 t de peso.
*Iconografia, na história da arte: O significado de uma obra se expressa, freqüentemente, por objetos ou figuras incorporados pelo artista. A iconografia identifica, classifica e explica estes objetos, bem como o significado de certas obras de arte. Diz-se, também, da documentação visual de obras de referência e/ou de caráter biográfico, geográfico e h
Material 8º ano - Os primeiros habitantes do Continente Americano - Outras Civilizações Pré-Colombianas
História da América: os habitantes da América pré-colombiana
Os primeiros habitantes do Continente Americano: a vida na América antes do sedentarismo e das cidades (11.000 a.C. até 7.000 a.C.).
Esse texto tem como base o livro do historiador brasileiro Ciro Flamarion Cardoso,América pré-colombiana, aqui trataraemos somente dos primeiros habitantes do continente Americano.
O povoamento da América se deu por descendentes dos homo sapiens sapiens do velho mundo, a rota mais antiga para a América foi a do estreito de Bering, houve um período Paleolítico na América e o povoamento se deu em diversas regiões e em diversos períodos, de formas diversas.
Tal povoamento iniciou com os proto-mongolóides (antecedentes dos mongolóides) que sofreram mutações e variações genéticas aqui no continente Americano, depois vieram os povos da Ásia, Austrália, Polinésia e Melanésia, por isso as mais de 2 mil línguas desenvolvidas aqui no continente.
Acredita-se em imigrações pelo mar e de negróides, mas as argumentações são frágeis, segundo o historiador Ciro Flamarion Cardoso.
Os humanos da Ásia meridional ao atravessarem o estreito de Bering trouxeram técnicas paleolíticas conservadoras em relação as técnicas de outros paleolíticos, por isso muitos pesquisadores acreditavam que houvesse grupos humanos aqui na América antes de 11.000 a.C. De qualquer modo as discussões estão aceitando mais tais hipóteses.
No período Paleolítico Superior [para o restante do mundo data de 40.000 a.C. e para a América data a partir de 11.000 a.C. e vai até 6.000 a.C.], houve grupos humanos com tecnologia de produção de projéteis de pedras e caçadores de animais grandes, depois houve uma regionalização tecnológica (adaptação com a região), os modelos desses projéteis mais generais e mais antigos eram de influência asiática, mas os modelos adaptados foram inventados na América como, por exemplo, o projétil pontaPlano da América do Sul e a ponta Llano da América do Norte. Mas nem todos os humanos eram caçadores de animais grandes (pouca técnica de caça), uns eram herbívoros, como no vale mexicano de Tehuacan onde viviam da coleta de plantas e de animais, mas sem uma caça especializada. Houve dois tipos básicos de vida: o da caça generalizada e o da caça especializada.
Por volta de 6.000 a.C. houve mudanças no clima, mais quente que levou o mar a subir e alagar lugares mais rasos surgindo crustáceos, peixes e moluscos nas regiões mais rasas, isso levou uma diversidade maior e regionalização do modo de vida. Somam as caças os recursos marinhos. As migrações misturam os modos de vida em diversos lugares: nos bosques a caça e a coleta; no Canadá, EUA e México a caça especializada; Peru e Chile os recursos marinhos e no México a coleta de vegetal.
Os grupos humanos de caçadores e coletores no período pré-agrícola são classificados como bandos e agrupavam-se até 25 pessoas com uma divisão social através do sexo e da idade: os homens caçavam e as mulheres coletavam. A base social era a do parentesco simples, sem genealogias longas ou culto aos antepassados. Os bandos chegavam a 500 pessoas em épocas boas e diminuindo em épocas difíceis.
Teremos outros textos dando sequência a esse.
Fonte: CARDOSO, Ciro Flamarion. América pré-colombiana. São Paulo: Brasiliense, 2004.
Outras Civilizações Pré-Colombianas
Quando os Europeus conquistaram a América encontraram um grande conjunto de indígenas: nas Antilhascontactaram com os Aruaques, na Venezuela e na Guiana com os Caraíbas, no Brasil com os Tupis, noGolfo do México com os Semínoles (Flórida) e a oeste com os Muscóguis e os Publos. Na América Central, asul do Império Asteca conheceram os Maias, na Cordilheira dos Andes os Chibchas. No Império Inca viviamos Karas, os Quechuas, os Aimarás e os Araucanos.
Todos estes povos não tinham contactos entre si, apresentavam características étnicas e linguísticasdiferentes, mas partilhavam pontos em comum como o desconhecimento do cavalo (exceto os Maias), daescrita e das armas de fogo. Os grandes impérios pré-colombianos não eram, como à partida se podepensar, os únicos focos populacionais bem estruturados. Os Aruaques das Antilhas, por exemplo,dispunham de um sistema muito produtivo - conucos, aplicado à cultura da mandioca.
No conjunto heterogéneo da América pré-colombiana, misturam-se diferentes povos produtores deexcecionais testemunhos da criação artística humana que vão desde a arte parietal dos primeiroshabitantes do continente, ou da arte dos índios das pampas argentinas ou das selvas amazónicas até àsgrandes criações dos Maias, Incas e Astecas.
Dos cerca de 40 000 anos de história independente dos índios americanos, sem contarmos com a arte doscaçadores primitivos, a arte e a cultura da Mesoamérica de 1500 a. C. até 1500 divide-se em 3 grandesperíodos: o pré-clássico, o clássico e o pós-clássico. Na primeira fase destaca-se a arte das aldeias dehorticultores e agricultores do vale do México, da cuenca do rio Guayas e na costa do Pacífico, no atualEquador, onde se produziam figurinhas de cerâmica de valor simbólico e religioso, ligadas a ritos defertilidade. Nas áreas da costa do Golfo do México e o callejón de Huaylas, no Perú, surgiram quase emsimultâneo duas civilizações: a Olmeca no México e a Chavín no Perú.
A fase clássica (200 a 900-1000) constitui o momento de maior esplendor artístico e cultural daMesoamérica, representado pela cultura de Teotihuacan, no centro do México, a cultura Zapoteca no valede Caxaca e a cultura Maia. O classicismo andino teve o seu grande desenvolvimento nas civilizaçõesMochica, Nazca e de Tiahuanaco na área do lago Titicaca.
O período pós-clássico corresponde aos últimos 500 anos da história pré-colombiana e representa, apesarda crise ecológica e política em volta do ano 1000, o renascer de formas artísticas e o estabelecimento denovas organizações políticas dominadas pelo militarismo e pela classe dos comerciantes. A civilizaçãoTolteca e Maia-tolteca, na Mesomaérica conduziram ao desenvolvimento político das Astecas, apesar dena área andina, as culturas Wari, Chimú ou Inca culminarem no Império Inca.
Além das sobejamente conhecidas civilizações Asteca, Maia e Inca, estes territórios, como foi referidoanteriormente, conheceram outras civilizações não menos importantes mas menos divulgadas como aOlmeca e a de Chavín. Os Olmecas - "habitantes do país da borracha" - estabeleceram-se no MéxicoCentral e Meridional do final do II milénio até 400 a. C. Este povo legou-nos uma cultura que apresenta umconjunto de características, que mais tarde estariam presentes nas grandes civilizações desta parte domundo: o conhecimento do calendário, o uso do zero nos cálculos, a utilização da pirâmide como suportedos templos e a prática de deformações cranianas e mutilações dentárias que reaparecem com os Maias.
Os Olmecas da pré-história ocupavam algumas áreas pertencentes aos atuais estados mexicanos de VeraCruz e de Tabasco, onde se destacavam os centros cerimoniais de San Lorenzo (1200-900 a. C.) e de LaVenta (900-400 a. C.). Outros sítios arqueológicos de grande relevância são: Tres Zapotes, Cerro de lasMesas e Tenochtitlan. Este povo exprimia-se artisticamente através de esculturas de vários formatos,onde se destacam, naturalmente as 14 colossais cabeças olmecas, que têm entre 1,60 a 3 metros epesam até 10 toneladas. Estas representam de uma forma realista guerreiros, senhores ou antepassados,onde estão sempre presentes os lábios grossos, o nariz largo, os olhos esbugalhados e um capacete sobrea cabeça. Também produziram peças mais pequenas que representam homens, deuses ou o homem-jaguar.
Praticamente na mesma época surgiu outra civilização na região andina, ainda mais duradoura (o seudeclínio começou no século III a. C.), designada Civilização de Chavín. A imagem mais característica destepovo e da sua arte é homem-felino, que seria acompanhado por outras figuras como o jaguar, a serpenteou a águia. O centro cerimonial deste povo fica em Chavín de Huantar, no Perú, onde se situava osantuário do deus Huari, provavelmente equivalente a La Venta ou Tres Zapotes. Neste santuáriosalientam-se o templo Novo ou Pirâmide Maior e o templo de Lanzón.
Material 8º ano POVOS ANDINOS
História da América: as “altas culturas” pré-colombianas
As “altas culturas” a os império da região da Zona Andina central pré-colombiana
A Zona Andina Central abrange o Peru, Bolívia, equador, Chile e Argentina. Há três faixas que dividem essa zona:
1- deserto costeiro no litoral do pacífico entre o mar e a Cordilheira dos Andes onde uma corrente de ventos era rica em plâncton e atraia peixes, moluscos e aves marinhas. As carnes dessas aves eram alimento e seus excrementos serviam como adubo. No deserto de junho até novembro o tempo era nublado com nevoeiro, de dezembro até maio era quente e quase não chovia;
2 – as terras altas na região da Cordilheira propriamente dita eram temperadas e frias com vegetação herbácea propícia ao pastoreio de lhamas e o vale coberto de bosque para ocupação humana como Cajamarca, Callejón de Huaylas, huánuco, Mantaro, Cusco e Titicaca;
3 – a região amazônica com vales com bosques e rios largos.
Na região Central Andina a exploração dos recursos ecológicos permitiu a construção de agrupamentos verticais nos Andes. Cada grupo étnico procurava aumentar sua propriedade controlando ao máximo a região construindo colônias residenciais permanentes, não houve um Estado ou colônias multi-étnicas. Esse tipo de residência impediu o desenvolvimento de comércio. A Zona Andina Central era igual a Meso-América em certos elementos como pirâmides escalonadas, aspectos religiosos culto ao jaguar-pássaro-serpente. Sua originalidade está no complexo agrícola próprio que associou o milho a plantas como a coca, batata e quinoa e domesticou o lhama. O culto aos mortos se reflete nos traços das múmias andinas. Foi desenvolvido em maior quantidade o uso de metais [ouro, prata, cobre e bronze] bem antes de outros lugares. Havia também um sistema de cálculos baseado em cordões chamado de quipus.
A difusão de aldeias e o surgimento dos primeiros templos e centros cerimoniais datam de 2500 e 1800 a.C. Divide-se em duas fases essa história: a fase pré-ceramica (2500-1800 a.C.) onde surgiram as primeiras pirâmides e templos peruanos [vale de Chillón na costa central peruana e em Chuquitanta] logo que a vida se sedentarizou, primeiro que na Meso-América. As culturas eram regionais e as aldeias tinham até 100 pessoas. Já a segunda fase [1800-900 a.C.] veio a difusão do assentamento em aldeias sedentárias nas terras altas dos Andes centrais, com cerâmica, tecelagem com tear. Domesticação do lhama e uso do milho e mandioca e do amendoim. Outros importantes centros foram La Florida [Lima], em Las Haldas na costa central e o Kotosh perto de Huánuca nas terras altas. Havia Estados regionais com várias comunidades aldeãs.
As primeiras culturas inter-regionais surgiram entre 900-200 a.C., com os primeiros elementos artísticos e religiosos e arquitetônicos que se expandiram até a costa norte peruana. O estilo é o Chavin, com o templo de Chavin de Huántar que se caracteriza por uma cerâmica representando um jaguar e vasilhas com gargalos, casas de pedra ou adobe, adornos de conchas e turquesas, enterros com oferendas e ossos pintados de vermelho e com deformações no crânio. O fato de o estilo Chavin estar em muitas regiões se explica pela expansão do culto ao felino, seja por força de armas ou conversão, permitindo assim uma política que poderia ser chamada de “império Chavin”. Mas esse estilo não existiu sozinho.
As primeiras cidades e o progresso dos Estados organizados têm datação de 200 a.C. até 600 d.C. As características desse período são: grande desenvolvimento tecnológico e artístico, surgimento de Estados organizados e agressivos, nascimento urbanístico andino, mas limitado nas terras altas do sul como Tiahuanaco, com praças e edifícios públicos cercados por bairros residenciais, ao todo chegou a ter 100 mil habitantes. E o desenvolvimento tecnológico e econômico mochica está na criação de amplos sistemas de irrigação, um apogeu da tecelagem, do algodão e da lã. A metalurgia era usada na agricultura e nas armas e para adorno. A agricultura, como em outras culturas, reinava sendo completada pela pesca e caça, esta ultima também era um esporte aristocrático. Era uma sociedade populosa e estatal.
(Guerreiros mochicas)
A cerâmica era produzida pelas mulheres e era a melhor do Peru, com uma boa variedade – da utilitária até a funerária, onde representava a vida cotidiana, personagens, guerreiros e divindade, leprosos, bócios, paralisia, tumores e cegueira. Podemos ver com isso o conhecimento da medicina e cirurgia nas imagens das cerâmicas como amputações, trepanação do crânio, mas havia também nas cultura curandeiras, música de trombeta, percussão e flautas.
A estrutura social e política mochica era violenta no aspecto judicial. Havia castigos severos no sistema judiciário como amputação do nariz, do lábio superior, dos pés; pena de cepo, de morte por lapidação ou exposição do condenado amarrado em poste para as aves de rapina. Os guerreiros eram representados com capacetes, escudo, faca e tacape. A administração era como um Estado, através de estradas e correio público. A arquitetura usava tijolos crus, mas não ouve verdadeira urbanização. Os mochicas eram bons ouvires, usavam turquesas, ametistas, conchas, ouro e prata. A religião conhecia o felino humanizado que aparece voando montado em pássaros, associado a vários animais humanizados ou não, e em luta com outros tipos de animais com conotação demoníaca.
Na costa sul desenvolve-se culturas como as de Nazca e de Paracas-Necrópoles, com figuras ligadas a algum culto astral ou comunicação com deuses celestes. Os cadáveres eram envolvidos em mantos, com os membros flexionados e enterrados com muita cerâmica e outras oferendas. Os tecidos eram de algodão e de lã de lhama. Em Paracas-Necrópoles as tumbas eram verdadeiras casas subterrâneas. Foram achadas centenas de múmias preparadas através da extirpação dos órgãos interno e de ressecamento pela fumaça e envolvidos em cestos depois de envoltas em tecidos.
(Reprodução de cidades em nazca)
(Firugas desenhadas na região de Nazca)
Nos planaltos do sul, em Titicaca, desenvolveu-se uma civilização urbana. Tiahuanaco era um grande centro cerimonial, situado em solo boliviano. A agricultura e o pastoreio eram as bases da economia. Assim como Chavin no passado, Tiahuanaco foi um centro de peregrinação religiosa. Na chamada “Porta do Sol” estava um personagem central humano, tratava-se do deus criador Viracocha. Além das cidades maiores – Tiahuanaco, Púcara, Huari -, havia a menores como Chakipampa, Acuchimay e nwimpukyu. Presume-se a presença de organizações estatais. No vale da costa meridional – Pisco, Ica, Nazca e Acari – surgiram também pequenas cidades, ao norte não há traços de urbanismo, mas muitas guerras que unificaram cada vale e os uniu.
Os primeiros impérios datam de 600-1000 d.C. Houve nesse período conquistas em larga escala com impérios efêmeros que romperam o tradicional isolamento das culturas andinas e permitiu a circulação de bens e idéias na Zona Andina central. O império de Tiahuanaco abrangia do lado Titicaca até o Chile, expandiu seu estilo artístico e militar. Já o império de Huari [600 d.C.-700 d.C.] era um centro urbano do vale do Mantaro, com longa tradição e vínculos culturais com Tiahuanaco. Sua expansão começou entre 600 d.C. e 700 d.C., formando uma liga de cidades. Huari foi a capital de um império que ia do Peru até Cajamarca. As expansões militar e artística difundiram na Zona Andina juntas. Porém houve uma desintegração desse império por causas desconhecidas. Teve a cidade santuário de Pachacamac na costa central do Peru, seu estilo artístico e as técnicas, apesar de não ter progressos eram semelhantes à Tiahuanaco, mas o militarismo e o urbanismo tiveram traços marcantes.
(Reprodução da cidade de Tiahuanaco)
O império inca [1000-1534 d.C.] veio com a destruição do império de Huari que havia levado a descentralização e ao surgimento de Estados independentes. Mas nem por isso o urbanismo deixou de intensificar-se e planificar-se, em especial em chamu e nos incas. Teve aumento da população e extensão de sistema de irrigação. O reino de chimu foi resultado da cultura do vale setentrional de Lambrayeque com elementos mochicas e Huari que dominou a costa setentrional do Peru e parte do Equador com a capital de Chan-Chan, maior centro urbano da Zona Andina Central. A população chegou a 80.000 pessoas, havia guarnições militares. A economia baseava-se no regadio e havia tributo, inspirado nos incas. A sociedade era bem diversificada e hierarquizada. Os Chamus fabricavam cerâmica negra derivada dos mochica e Huari. A metalurgia e o tecido eram avançados e produzidos em série em grande quantidade. A religião se concentrava no culto da lua e das estrelas, incluindo pedras associadas aos antepassados. Havia sacrifícios humanos de crianças e consagração as virgens à Lua. As múmias eram enterradas sentadas em fossas coletivas em oferendas e também apresentavam deformações no crânio. Os reinos e culturas menores eram Cuismancu na costa central com cidades como Cajamarca e Pachacamac. O Estado Chincha no vale da costa sul tinha fortificações, assim como o império Huari e chamu. Os Pukinas eram das terras altas do sul e derivavam de Tiahuanaco e Huari. E iam até a Bolívia e norte do Chile.
No vale de Cuzco formou-se uma confederação inter-étnica dominada pelo grupo chamado de quíchoa ou inca. A expansão militar unificou a totalidade da Zona Andina Central no imenso tawantinsuyu ou império inca e em seu apogeu se estendeu do Equador ao Chile. Até a chegada dos espanhóis. Sua estrutura econômica era agrária: a terra era preparada com um bastão de semear [taclla] denominado “arado de pé”, depois as mulheres quebravam os torrões com uma enxada [lampa]. Os vales andinos eram estreitos com poucos terrenos planos, isso levou ao cultivo e irrigação por meio de canais bem desenvolvidos. A alimentação eram à base de batata, milho, quinoa e oca. A desidratação da batata congelada e conservada levava ao preparo do chuñu. O lhama tinha diversos usos.
A agricultura e a vida social era baseada na aldeia, habitada por diversas famílias com vínculo de parentesco formando uma comunidade ou ayllu, este era um clã ou linhagem com tendência endogâmica (casavam-se apenas com membros do clã ou linhagem) e um sistema de descendência paralela. A família nuclear era a unidade de consumo e de produção. Cada ayllu tinha um chefe [kuraka] que organizava os trabalhos coletivos e resolvia os conflitos. A terra do ayllu, chamada de marka, era dividida em lotes familiares segundo o tamanho da família. O ciclo da vida agrícola baseava-se na ajuda mútua, chamada de ayni, com uma união de trabalho entre as famílias para semear e colher. Não havia tributos in natura, só prestação de serviço. As divindades de cada ayllu eram os waka. Os chefes dos ayllu concentrava a riqueza através da mita, mas tinha que redistribuir os bens, alimentando os trabalhadores. Havia limites à redistribuição dos bens e assim havia uma diferenciação social entre homens comuns [puriq] e os poderosos ou privilegiados [kapa].
Havia uma pirâmide social de poder entre as ayllus, onde surgiam chefes de confederações tribais e reinos, mas todos estes repetiam as obrigações da prestação e redistribuição bem organizados que existia com os chefes de clã. Nestas condições o comércio não tinha grande desenvolvimento. As mudanças surgiram quando o sistema de política que transferia populações mal submetidas ou mais rebeldes para regiões distantes de sua origem e cortando laços comunitários e reduzindo algumas pessoas a um estado de servidão fora da comunidade [a yana].
Em Cusco, capital conhecida pelo sítio Tambo Colorado, Sacsahuaaman, Machu Pichu, assim como Huari, a administração dos incas se apoiou na difusão do urbanismo com cidades como Tumipampa, Cajamarca, Huánuco, Jauja, foram planejadas. A cerâmica e a metalurgia foram inovadas tecnologicamente, a arte e a religião deixaram de ser regional, mas houve traços ainda regionais. O culto do Sol, deus inca, era obrigatório em todo o Tawantinsuyu. Havia redes de templos e um clero bem hierarquizado: os waka podiam ser rochas, múmias, fontes, cavernas, edifícios, etc., associados aos antepassados. A cultura intelectual era passada oralmente. As tradições mítico-históricas eram função de especialistas hereditários de cada linhagem, os chamados amautas. A língua, a quíchoa ainda hoje existente, foi difundida por toda a Zona Andina Central.
(Cidade inca de Machu-Pichu)
Na organização econômico-social das “altas culturas” pré-colombianas há uma diversidade muito grande. Na costa peruana mostra uma economia costeira associada a agricultura e a exploração do mar com grande desenvolvimento do artesanato especializado, comércio de longa distancia e esboço de uma propriedade privada, igual a meso-América. Sobre a tecnologia podemos ver uma deficiência em relação ao Oriente Próximo – ausência do arado, não uso de veículos de roda e pouco uso do metal como ferramentas -, talvez pelo fato de não ter ligação mais estreita com a pecuária. Mas se identificou um grande progresso considerável ao aspecto humano: esforço das civilizações pré-colombianas em aperfeiçoar a divisão social e técnica de trabalho, formas de controle e cooperação da mão-de-obra, diferente do Oriente Próximo e da África antes da colonização. Isso se explicaria pela possibilidade de tecnologia pouco avançada e por haver sociedades estratificadas e diversificadas com um bom desenvolvimento cultural.
Essa organização construída pelas “altas culturas” - o sistema de “reciprocidade” e de “distribuição” – também se diferenciam do modo de produção asiático, que tem como característica o controle da irrigação pelo Estado despótico, fraco desenvolvimento da propriedade privada, existência de estruturas rurais comunitárias com uma classe dominante encarnada na estrutura estatal que submete a comunidade aldeã e explora com tributos. Na América pré-colombiana há um maior caráter igualitário e clânico nas comunidades pré-colombianas como o ayllue calpulli.
Fonte: CARDOSO, Ciro Flamarion. América pré-colombiana. São Paulo: Brasiliense, 2004.
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