sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Material 8º ano.Civilização Maia, domínio na América Central


As civilizações pré-colombianas


Publicado por: Rainer Gonçalves Sousa em História da América



Os povos pré-colombianos impressionam pela riqueza de suas culturas.



O processo de descoberta do continente americano representou para os europeus o contato com um mosaico de culturas bastante peculiar. Mais do que se encantaram com o passível exotismo dos nativos, as tripulações do Velho Mundo deram de frente com civilizações complexas. Muitas dessas sociedades conheciam a escrita, desenvolveram sistemas matemáticos, possuíam calendários de enorme precisão e construíram centros urbanos mais amplos que as cidades da Espanha.

Por volta do século VII, a Cordilheira dos Andes foi palco do desenvolvimento das civilizações chimu, tiahuanaco e huari. Quase quinhentos anos depois, a reunião desses povos que ocupavam a região seria correspondente ao vasto Império Inca, administrado na cidade de Cuzco. Antes da chegada dos espanhóis, os incas formaram um Estado de caráter expansionista, que alcançou regiões que iam do Equador até o Chile, e abrigava cerca de seis milhões de pessoas.

Na porção central do continente americano, olmecas, toltecas, teotihuacanos, astecas e maias formaram sociedades distintas. Os maias, entre os séculos III e XI, estabeleceram um complexo de cidades-Estado que funcionavam de forma autônoma graças a um eficiente sistema de servidão coletiva. Segundo informações, a civilização maia teria congregado mais de dois milhões de habitantes. Quando chegaram à América, os espanhóis encontraram boa parte desses centros urbanos abandonados.

A mais vistosa civilização mesoamericana foi constituída pelos astecas, que conseguiram formar um império que ia do sul da Guatemala, até a porção oeste do México. A capital Tenochtitlán abrangia uma área de treze quilômetros quadrados e congregava uma população composta por centenas de milhares de habitantes. As populações vizinhas eram obrigadas a pagar vários impostos que garantiam a hegemonia asteca.

Cada aldeia asteca era integrada por diversas famílias, que utilizavam as terras férteis de forma coletiva. Uma parcela considerável da produção agrícola dos aldeões era destinada ao Estado, que distribuía o alimento recolhido para os funcionários públicos, os sacerdotes, militares e a família do imperador. Do ponto de vista político, possuíam uma monarquia centralizada nas mãos do Tlacatecuhtli, responsável pela condução da política externa e dos exércitos.

Em termos gerais, percebemos que o continente americano contava com uma ampla diversidade de culturas que se desenvolveram de forma própria. Contrariando o ideal eurocêntrico do Velho Mundo, as populações pré-colombianas estabeleceram relações sociais complexas, criaram suas próprias instituições políticas e engendraram os seus saberes.






A civilização maia foi uma das mais complexas a viver na América antes da chegada dos conquistadores europeus. Ocupou uma região da América Central, em locais que correspondem hoje à planície de Iucatã, no México, e aos territórios da Guatemala, de Belize e de Honduras. Não é possível realizar uma datação exata da origem dos povos maias, mas os registros mais antigos datam do século I a.C., conhecendo a civilização seu apogeu econômico, cultural e militar entre os séculos III e XI. Quando os espanhóis chegaram à região no século XVI, a civilização maia já se encontrava em declínio.

A sociedade maia se baseava economicamente na agricultura do milho, produção realizada por camponeses que viviam nos arredores das cidades-Estado. Em relação à forma de organização do trabalho, esses camponeses estavam submetidos a uma espécie de servidão coletiva, sendo o produto do trabalho, realizado servilmente, apropriado pelos grupos sociais dominantes, compostos principalmente por guerreiros e sacerdotes, reproduzidos através de critérios de hereditariedade.

Essas características davam um caráter teocrático à organização política dos maias. O prestígio desses guerreiros e sacerdotes possivelmente estava ligado às suas ações de guerra e captura dos vencidos, utilizados muitas vezes em sacrifícios nos rituais religiosos. O comando desses grupos sociais dominantes cabia ao Halach Uinic, uma figura política que centralizava as funções de contatos externos e controle interno das populações, principalmente a administração das cidades-Estado e a cobrança de impostos.

Cidades-Estado como Palenke, Tikal, Copan, El Tajin (atual Vera Cruz), Xochicalco (atual Morelos) e Colula (atual Puebla) se transformaram em centros urbanos da civilização maia, deixando como registros suntuosos palácios e templos religiosos, onde a população adorava uma infinidade de deuses ligados a elementos da natureza, como a chuva, o sol, o milho, a lua etc.

Apesar de ter contado em seu auge com uma população de aproximadamente dois milhões de habitantes, os registros escritos da cultura maia foram quase totalmente destruídos, o que impede um conhecimento mais amplo sobre essa civilização. Entretanto, sabe-se da existência de um sistema de escritas baseadas em hieróglifos, mas que ainda não foram totalmente decifrados.


Deus maia Jum Kaaah, divindade ligada à vida

Porém, uma série de outros aspectos culturais é de conhecimento dos estudiosos dessa civilização. Destacam-se os conhecimentos na matemática, criando sistemas de cálculos e de expressão numérica nos quais a noção do zero exercia uma função de enorme importância. Esse tipo de conhecimento matemático permitiu também o desenvolvimento de um apurado conhecimento astronômico, levando à elaboração de complexos calendários, como o Tzolkin, o calendário religioso de 260 dias, e o Haab, o calendário civil de 365 dias, divididos em 18 meses de 20 dias, sendo cinco dias adicionais.

Utilizados combinadamente, esses calendários foram as formas mais precisas de acompanhamento do tempo da natureza já construídas pelos homens. Esses calendários possibilitaram ainda aos maias acompanharem movimentos celestes de milhares de anos, bem como os eclipses e os movimentos planetários.

Entretanto, quando os espanhóis chegaram à América Central, a civilização maia já estavam em franco declínio, com suas cidades-Estado arruinadas, cujas causas ainda são desconhecidas. Tal situação pode estar relacionada ao fortalecimento de outras civilizações da região, como os toltecas e os astecas, que possivelmente subjugaram os maias.


Civilização Nasca


Publicado por: Leandro Carvalho em As civilizações pré-colombianas0 comentário



Ao fundo, na montanha, hieróglifos nasca

Paralelamente às civilizações da Antiguidade Clássica (Roma e Grécia), existiam na América do Sul, antes de Cristo, várias civilizações. Dentre elas estavam os nasca, que ficaram conhecidos como povos pré-colombianos (ou seja, que viveram na América antes da conquista dos europeus no século XV).

A civilização nasca se desenvolveu no litoral sul do atual Peru e sua cultura foi prevalecente em torno da cidade de Cahuachi, considerado centro religioso e político. Os nasca foram grandes matemáticos e arquitetos, construíram pirâmides e grandes templos religiosos.

A sociedade nasca era teocrática (governada pelo poder religioso) e seu ápice cultural ocorreu entre os anos de 100 a.C. e 700 a.C. Porém, por motivos não esclarecidos, a população nasca abandonou a cidade de Cahuachi e construiu outras cidades em diferentes regiões do atual Peru.

Os nasca desenvolveram variados objetos de cerâmica, artigos de ouro e tecidos de algodão. Contudo, os gigantescos desenhos de animais, plantas e formas geométricas construídos com pedras representam um dos mais importantes e ainda intrigantes feitos realizados pelos nasca. Pela sua proporcionalidade, o conjunto de obras nasca somente pode ser visto do alto do céu.


Vista aérea: aranha nasca com 42 metros de comprimento

A arte nasca se estende por um perímetro de 50 quilômetros de comprimento por 15 quilômetros de largura, cruzando diferentes cidades na região. Os desenhos de maior tamanho são um pássaro com quase 300 metros; um lagarto de 180 metros; um macaco, um condor e um pelicano, todos com 135 metros; e uma aranha com 42 metros.


Vista aérea: macaco nasca com 135 metros de extensão e pássaro nasca com 300 metros de comprimento

Até os dias atuais, diversos pesquisadores não chegaram a um consenso em relação aos significados dos desenhos feitos entre os anos de 400 e 650 a.C. São várias as interpretações sobre os desenhos, desde religiosas até alienígenas. Muitos pesquisadores se perguntam como os nasca conseguiram desenhar enormes formas de animais e plantas com uma similaridade e com proporções tão precisas.

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