sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Material 8º ano.Civilização Maia, domínio na América Central


As civilizações pré-colombianas


Publicado por: Rainer Gonçalves Sousa em História da América



Os povos pré-colombianos impressionam pela riqueza de suas culturas.



O processo de descoberta do continente americano representou para os europeus o contato com um mosaico de culturas bastante peculiar. Mais do que se encantaram com o passível exotismo dos nativos, as tripulações do Velho Mundo deram de frente com civilizações complexas. Muitas dessas sociedades conheciam a escrita, desenvolveram sistemas matemáticos, possuíam calendários de enorme precisão e construíram centros urbanos mais amplos que as cidades da Espanha.

Por volta do século VII, a Cordilheira dos Andes foi palco do desenvolvimento das civilizações chimu, tiahuanaco e huari. Quase quinhentos anos depois, a reunião desses povos que ocupavam a região seria correspondente ao vasto Império Inca, administrado na cidade de Cuzco. Antes da chegada dos espanhóis, os incas formaram um Estado de caráter expansionista, que alcançou regiões que iam do Equador até o Chile, e abrigava cerca de seis milhões de pessoas.

Na porção central do continente americano, olmecas, toltecas, teotihuacanos, astecas e maias formaram sociedades distintas. Os maias, entre os séculos III e XI, estabeleceram um complexo de cidades-Estado que funcionavam de forma autônoma graças a um eficiente sistema de servidão coletiva. Segundo informações, a civilização maia teria congregado mais de dois milhões de habitantes. Quando chegaram à América, os espanhóis encontraram boa parte desses centros urbanos abandonados.

A mais vistosa civilização mesoamericana foi constituída pelos astecas, que conseguiram formar um império que ia do sul da Guatemala, até a porção oeste do México. A capital Tenochtitlán abrangia uma área de treze quilômetros quadrados e congregava uma população composta por centenas de milhares de habitantes. As populações vizinhas eram obrigadas a pagar vários impostos que garantiam a hegemonia asteca.

Cada aldeia asteca era integrada por diversas famílias, que utilizavam as terras férteis de forma coletiva. Uma parcela considerável da produção agrícola dos aldeões era destinada ao Estado, que distribuía o alimento recolhido para os funcionários públicos, os sacerdotes, militares e a família do imperador. Do ponto de vista político, possuíam uma monarquia centralizada nas mãos do Tlacatecuhtli, responsável pela condução da política externa e dos exércitos.

Em termos gerais, percebemos que o continente americano contava com uma ampla diversidade de culturas que se desenvolveram de forma própria. Contrariando o ideal eurocêntrico do Velho Mundo, as populações pré-colombianas estabeleceram relações sociais complexas, criaram suas próprias instituições políticas e engendraram os seus saberes.






A civilização maia foi uma das mais complexas a viver na América antes da chegada dos conquistadores europeus. Ocupou uma região da América Central, em locais que correspondem hoje à planície de Iucatã, no México, e aos territórios da Guatemala, de Belize e de Honduras. Não é possível realizar uma datação exata da origem dos povos maias, mas os registros mais antigos datam do século I a.C., conhecendo a civilização seu apogeu econômico, cultural e militar entre os séculos III e XI. Quando os espanhóis chegaram à região no século XVI, a civilização maia já se encontrava em declínio.

A sociedade maia se baseava economicamente na agricultura do milho, produção realizada por camponeses que viviam nos arredores das cidades-Estado. Em relação à forma de organização do trabalho, esses camponeses estavam submetidos a uma espécie de servidão coletiva, sendo o produto do trabalho, realizado servilmente, apropriado pelos grupos sociais dominantes, compostos principalmente por guerreiros e sacerdotes, reproduzidos através de critérios de hereditariedade.

Essas características davam um caráter teocrático à organização política dos maias. O prestígio desses guerreiros e sacerdotes possivelmente estava ligado às suas ações de guerra e captura dos vencidos, utilizados muitas vezes em sacrifícios nos rituais religiosos. O comando desses grupos sociais dominantes cabia ao Halach Uinic, uma figura política que centralizava as funções de contatos externos e controle interno das populações, principalmente a administração das cidades-Estado e a cobrança de impostos.

Cidades-Estado como Palenke, Tikal, Copan, El Tajin (atual Vera Cruz), Xochicalco (atual Morelos) e Colula (atual Puebla) se transformaram em centros urbanos da civilização maia, deixando como registros suntuosos palácios e templos religiosos, onde a população adorava uma infinidade de deuses ligados a elementos da natureza, como a chuva, o sol, o milho, a lua etc.

Apesar de ter contado em seu auge com uma população de aproximadamente dois milhões de habitantes, os registros escritos da cultura maia foram quase totalmente destruídos, o que impede um conhecimento mais amplo sobre essa civilização. Entretanto, sabe-se da existência de um sistema de escritas baseadas em hieróglifos, mas que ainda não foram totalmente decifrados.


Deus maia Jum Kaaah, divindade ligada à vida

Porém, uma série de outros aspectos culturais é de conhecimento dos estudiosos dessa civilização. Destacam-se os conhecimentos na matemática, criando sistemas de cálculos e de expressão numérica nos quais a noção do zero exercia uma função de enorme importância. Esse tipo de conhecimento matemático permitiu também o desenvolvimento de um apurado conhecimento astronômico, levando à elaboração de complexos calendários, como o Tzolkin, o calendário religioso de 260 dias, e o Haab, o calendário civil de 365 dias, divididos em 18 meses de 20 dias, sendo cinco dias adicionais.

Utilizados combinadamente, esses calendários foram as formas mais precisas de acompanhamento do tempo da natureza já construídas pelos homens. Esses calendários possibilitaram ainda aos maias acompanharem movimentos celestes de milhares de anos, bem como os eclipses e os movimentos planetários.

Entretanto, quando os espanhóis chegaram à América Central, a civilização maia já estavam em franco declínio, com suas cidades-Estado arruinadas, cujas causas ainda são desconhecidas. Tal situação pode estar relacionada ao fortalecimento de outras civilizações da região, como os toltecas e os astecas, que possivelmente subjugaram os maias.


Civilização Nasca


Publicado por: Leandro Carvalho em As civilizações pré-colombianas0 comentário



Ao fundo, na montanha, hieróglifos nasca

Paralelamente às civilizações da Antiguidade Clássica (Roma e Grécia), existiam na América do Sul, antes de Cristo, várias civilizações. Dentre elas estavam os nasca, que ficaram conhecidos como povos pré-colombianos (ou seja, que viveram na América antes da conquista dos europeus no século XV).

A civilização nasca se desenvolveu no litoral sul do atual Peru e sua cultura foi prevalecente em torno da cidade de Cahuachi, considerado centro religioso e político. Os nasca foram grandes matemáticos e arquitetos, construíram pirâmides e grandes templos religiosos.

A sociedade nasca era teocrática (governada pelo poder religioso) e seu ápice cultural ocorreu entre os anos de 100 a.C. e 700 a.C. Porém, por motivos não esclarecidos, a população nasca abandonou a cidade de Cahuachi e construiu outras cidades em diferentes regiões do atual Peru.

Os nasca desenvolveram variados objetos de cerâmica, artigos de ouro e tecidos de algodão. Contudo, os gigantescos desenhos de animais, plantas e formas geométricas construídos com pedras representam um dos mais importantes e ainda intrigantes feitos realizados pelos nasca. Pela sua proporcionalidade, o conjunto de obras nasca somente pode ser visto do alto do céu.


Vista aérea: aranha nasca com 42 metros de comprimento

A arte nasca se estende por um perímetro de 50 quilômetros de comprimento por 15 quilômetros de largura, cruzando diferentes cidades na região. Os desenhos de maior tamanho são um pássaro com quase 300 metros; um lagarto de 180 metros; um macaco, um condor e um pelicano, todos com 135 metros; e uma aranha com 42 metros.


Vista aérea: macaco nasca com 135 metros de extensão e pássaro nasca com 300 metros de comprimento

Até os dias atuais, diversos pesquisadores não chegaram a um consenso em relação aos significados dos desenhos feitos entre os anos de 400 e 650 a.C. São várias as interpretações sobre os desenhos, desde religiosas até alienígenas. Muitos pesquisadores se perguntam como os nasca conseguiram desenhar enormes formas de animais e plantas com uma similaridade e com proporções tão precisas.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Material 8º ano - Grandes Descobrimentos e a América Pré-Colombiana


Introdução





Quando Colombo chegou à América, em 1492, encontrou o continente habitado há muito tempo por várias civilizações e povos. Os povos pré-colombianos apresentavam diferentes estágios de desenvolvimento cultural e material, classificados em: sociedades de coletores/caçadores e sociedades agrárias. Dentro desse segundo grupo, três culturas merecem maior destaque: os maias e os astecas, no México e América Central, e os incas na Cordilheira dos Andes, na América do Sul. Alcançaram notáveis conhecimentos de astronomia e matemática, além de dominar técnicas complexas de construção, metalurgia e cerâmica. Não conheciam a roda e o cavalo, mas desenvolveram técnicas eficientes de agricultura. Enquanto o fim da cultura maia é até hoje um mistério, sabemos que os povos astecas e incas decaíram perante à conquista espanhola.

A Burguesia foi a classe social que, no regime capitalista, teve a propriedade dos meios de produção e o poder econômico. Os reis fizeram um acordo com a Burguesia, mesmo assim houve muitas guerras. A guerra dos 100 anos, de 1337 à 1453, guerra entre a Inglaterra e a França. A guerra já estava quase ganha pela Inglaterra, quando Joana D’ arc ( heroína francesa ) notabilizou-se quando comandando um pequeno contigente de soldados franceses, derrotou os exércitos ingleses, correspondendo à tarefa que lhe havia sido confiada pelo rei Carlos VII. Posteriormente foi aprisionada pelos borguinhões, vendida aos ingleses e queimada em fogueira.

Em 1453 deu inicio a idade moderna que só terminaria em 1779. Os portugueses e espanhóis traziam das Índias a especiaria que é uma flor, um fruto, uma semente, uma casca ou um caule de planta, secos e com um forte aroma característico. Uma carga de especiaria era trocada por oito cargas de produto europeu, portanto quem fizesse esse comércio iria se tornar o país mais rico do mundo. Em 1942 os reis da Espanha bancaram a viagem de Cristóvão Colombo, com o objetivo de chegar as Índias, chegando em uma terra ele pensou que estava nas Índias, daí chamou os seus habitantes de índios, e na verdade tinha chegado a América, mais tarde Américo vespúcio corrigiu o erro, e a terra recebeu o nome de América em sua homenagem.

Os primeiros habitantes do continente foram os índios, que encontravam-se nos mais diferentes estágios de cultura. O contato dos colonizadores com os indígenas foi desastroso. Muitas tribos foram dizimadas e algumas civilizações em alto grau de desenvolvimento, destruídas.

Na América Pré-Colombiana os principais povos indígenas eram : os Incas, os Astecas e os Maias.

Os Incas

O território inca se estendia ao longo da Cordilheira dos Andes e incluía terras hoje pertencentes à Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Argentina e Chile. Os Incas constituíam um vasto império, integrado por povos de diferentes culturas, localizadas nas mais variadas regiões geográficas : a costa, as serras e as selvas. A maior parte da população concentrava-se nos vales férteis. No império Inca viviam 15 milhões de pessoas. A capital dos Incas era Cuzco no templo do sol. Todos os anos é feita uma festa do sol, chamada de INTIRAYMI, no Peru em Junho.

Os Astecas e os Maias

Os Astecas habitavam as terras do atual México ; os Maias habitavam a região onde hoje estão a Guatemala, parte de Honduras, El Salvador, Belize e a Península de Iucatã, no México. A organização política, econômica e social desses dois povos apresentava inúmeras semelhanças. Eram povos que tinham uma economia de base agrária, com aperfeiçoadas técnicas de produção, incluindo o uso de adubos e a construção de barragens e canais de irrigação. Eles trabalhavam em coletividade.

A principal diferença entre os Astecas e os Maias diz respeito à organização política. Enquanto os Astecas viviam submetidos a uma monarquia, exercida pelo chefe dos guerreiros, os Maias nem chegaram a construir um estado que abrangesse toda a sociedade.

Os astecas, maias e incas

Maias

As cidades maias

A civilização maia organizou-se como uma federação de cidades-estado e atingiu seu apogeu no século IV. Nesta época, começou a expansão maia, a partir das cidades de Uaxactún e Tikal. Os maias fundaram Palenque, Piedras Negras e Copán. Entre os séculos X e XII, destacou-se a Liga de Mayapán, formada pela aliança entre as cidades de Chichén Itzá, Uxmal e Mayapán. Esta tripla aliança constituiu um império, que teve sob o seu domínio outras doze cidades. O conjunto da cidade era considerado um templo. Os edifícios eram construídos com grandes blocos de pedra adornados com esculturas e altos-relevos, como os de Uaxactún e Copán.

Os ritos

Só podiam subir aos templos os sacerdotes, que formavam a classe mais culta. Os maias acreditavam descender de um totem e eram politeístas. A influência dos toltecas introduziu certas práticas cerimoniais sangrentas, pouco antes da decadência dos maias. Adoravam a natureza, em particular os animais, as plantas e as pedras. Cuidavam de seus mortos, colocando-os em urnas de cerâmica.

O calendário maia e a escrita

Os avançados conhecimentos que os maias possuíam sobre astronomia (eclipses solares e movimentos dos planetas) e matemática lhes permitiram criar um calendário cíclico de notável precisão. Na realidade, são dois
calendários sobrepostos: o tzolkin, de 260 dias, e o haab de 365. O haab era dividido em dezoito meses de vinte dias, mais cinco dias livres. Para datar os acontecimentos utilizavam a "conta curta", de 256 anos, ou então a "conta longa" que principiava no início da era maia. Além disso, determinaram com notável exatidão o ano lunar, a trajetória de Vênus e o ano solar (365, 242 dias).Inventaram um sistema de numeração com base 20 e tinham noção do número zero, ao qual atribuíram um símbolo. Os maias utilizavam uma escrita hieroglífica que ainda não foi totalmente decifrada.

A arte

A arte maia expressa-se, sobretudo, na arquitetura e na escultura. Suas monumentais construções — como a torre de Palenque, o observatório astronômico de El Caracol ou os palácios e pirâmides de Chichén Itzá, Palenque, Copán e Quiriguá — eram adornadas com elegantes esculturas, estuques e relevos. Podemos contemplar sua pintura nos grandes murais coloridos dos palácios. Utilizavam várias cores. As cenas tinham motivos religiosos ou históricos. Destacam-se os afrescos de Bonampak e Chichén Itzá. Também realizavam representações teatrais em que participavam homens e mulheres com máscaras, representando animais.

Astecas

O Império Asteca

Os astecas pagavam tributos à tribo tepaneca de Atzcapotzalco. Em 1440, a agressividade dessa tribo causou o surgimento de uma tríplice aliança entre as cidades de Tenochtitlán, Texcoco e Tlacopán, que derrotou os tepanecas e iniciou sua expansão territorial pela zona ocidental do vale do México. Sob o reinado de Montezuma I, o Velho, os astecas tornaram-se um povo temido e vitorioso, ampliando seus domínios em mais de 200 quilômetros. Axayácatl, o sucessor de Montezuma, em 1469, conquistou a cidade de Tlatetolco e o vale de Toluca.
O Império ampliou seus limites ao máximo sob o reinado de Ahuízotl, que impôs sua soberania sobre Tehuantepec, Oaxaca e parte da Guatemala. Em 1519, sob o reinado de Montezuma II, houve o primeiro encontro com os conquistadores espanhóis.

Os nobres

A sociedade asteca era rigidamente dividida. O grupo social dos pipiltin (nobreza) era formada pela família real, sacerdotes, chefes de grupos guerreiros — como os Jaguares e as Águias — e chefes dos calpulli. Podiam participar também alguns plebeus (macehualtin) que tivessem realizado algum ato extraordinário. Tomar chocolate quente era um privilégio da nobreza. O resto da população era constituída de lavradores e artesãos. Havia, também,
escravos (tlacotin).

A religião

A religião asteca era politeísta, embora tivesse poucos deuses. Os principais eram vinculados ao ciclo solar e à atividade agrícola. O deus mais venerado era Quetzalcóatl, a serpente emplumada, criador do homem, protetor da vida e da fertilidade. Os sacerdotes eram um poderoso grupo social, encarregado de orientar a educação dos nobres, fazer previsões e dirigir as cerimônias rituais. A religiosidade asteca incluía a prática de sacrifícios. O derramamento de sangue e a oferenda do coração de animais ou de seres humanos eram ritos imprescindíveis para satisfazer os deuses.

Incas

As fortalezas incas

Os edifícios incas se caracterizam pela monumentalidade e sobriedade. Suas cidades eram verdadeiras fortalezas, construídas com grandes muralhas de pedra. Os incas eram mestres em cortar e unir grandes blocos de pedra; a cidade-fortaleza de Machu Picchu é o exemplo mais espetacular dessa arte. Machu- Picchu foi descoberta em 1911, no topo de uma montanha de 2.400 m de altura, numa região inacessível da cordilheira dos Andes. Outras construções incas importantes ficam em Cuzco e Pisac. Cuzco, a capital do Império, tem uma rígida planificação urbana em forma quadriculada.

Formas de vida

A organização social inca era muito hierarquizada. No topo estava o Inca (filho do Sol), que era o imperador; depois a alta aristocracia, à qual pertenciam os sacerdotes, burocratas e os curacas (cobradores de impostos, chefes locais, juízes e comandantes militares); camadas médias, artesãos e demais militares; e finalmente camponeses e escravos. Os camponeses eram recrutados para lutar no exército, realizar as tarefas da colheita ou trabalhar na construção das cidades, segundo a vontade do Inca. A família patriarcal era a base da sociedade, mas até os casamentos dependiam da autoridade
máxima. O sistema penal era rígido e o sistema político extremamente despótico.

O trabalho agrícola

A terra era propriedade do Inca (imperador) e repartida entre seus súditos. As terras reservadas ao Inca e aos sacerdotes eram cultivadas pelos camponeses, que recebiam também terras suficientes para subsistir. A agricultura era a base da economia inca; a ela se dedicavam os habitantes plebeus das aldeias. Baseava-se no cultivo de um cereal, o milho, e um tubérculo, a batata. As técnicas agrícolas eram rudimentares, já que desconheciam o arado. Para semear utilizava um bastão pontiagudo. Os campos eram irrigados por meio de um sistema formado por diques, canais e aquedutos. Utilizava-se
como adubo o guano, esterco produzido pelas aves marinhas. Possuíam rebanhos imensos de lhamas e vicunhas, que lhes forneciam lã.

Cultura e religião

O idioma quéchua serviu de instrumento unificador do império inca. Como não tinham escrita, a cultura era transmitida oralmente. Com um conjunto de nós e barbantes coloridos, chamados quipos, os incas desenvolveram um engenhoso sistema de contabilidade. Na matemática, utilizavam o sistema numérico decimal. Os artesãos eram peritos no trabalho com o ouro. Mesmo sem conhecer o torno, alcançaram um bom domínio da cerâmica. Seus vasos tinham complicadas formas geométricas e de animais, ou uma combinação de ambas. A religião inca era uma mistura de culto à natureza (sol, terra, lua, mar e montanhas) e crenças mágicas. Os maiores templos eram dedicados ao Sol (Inti). Realizavam sacrifícios tanto de animais como de humanos.

No período anterior à chegada dos europeus, a arte de produzir objetos com metais preciosos. Mesmo levando em consideração que a arte de trabalhar os metais seja muito antiga - e tenha surgido, em todo o mundo, com técnicas semelhantes pela própria natureza dos materiais -, na América os primeiros indícios desta arte situam-se, em torno de 1200 a.C, nos Andes setentrionais: Colômbia e Equador. Também no Peru e norte do Chile foram encontradas evidências de que, em torno de 1000 a.C., já existia a fundição de metais.

Na América Central, a técnica de trabalhar metais remonta a 900 a.C. Os metais escolhidos são ouro, prata e platina, geralmente utilizados em liga de ouro e prata, cobre e estanho. As ligas mais freqüentes são o bronze e um composto de ouro e menor quantidade de cobre ou, às vezes, prata. Devido ao baixo ponto de fundição, a prata acarretou uma melhoria no acabamento dos objetos. A existência de ouro permitiu o florescimento da joalheria na cultura mochica, que habitava o Peru pré-colombiano. Existem muitas peças como o brinco mochica, que representa uma figura bicéfala com cabeças de pássaro e corpo de felino. Ele está datado entre os anos 200 e 700 d.C. e faz parte do acervo do Museu do Ouro do Peru.

Chavín de Huantar, antigo centro cerimonial da cultura Chavín (900-200 a.C.) localizado próximo de Callejón de Huaylas, na província de Huari, Peru. O estilo Chavín se caracteriza pela decoração com figuras de jaguar.

Mixtecas, povo ameríndio da família lingüística otomanque, habitante dos atuais estados mexicanos de Oaxaca, Guerrero e Puebla. A cultura mixteca floresceu no sul do México do século IX ao início do XVI e seus membros foram os artesãos mais famosos do México. Seus trabalhos em pedra e em diferentes metais nunca foram superados.

Entre os séculos XI e XII de nossa era, apoderaram-se do Monte Albán, que havia sido abandonado pelos zapotecas.

O transformaram em um cemitério, enriqueceram notavelmente seus monumentos funerários e adotaram conceitos arquitetônicos evoluídos como as gregas geométricas de pedras encaixadas que adornam os palácios. Os mixtecos influenciaram o declínio da civilização maia no sul, e permaneceram independentes dos astecas no norte. A população mixteca atual possui cerca de meio milhão de pessoas, distribuídas em 3 regiões principais: a Mixteca Alta (nas regiões frias da sierra Madre do Sul), a Mixteca Baixa (seguindo o curso do rio Atoyac) e a costa (estados de Oaxaca e Guerrero).

Geografia

Arqueólogos e historiadores agrupam as culturas pré-colombianas em zonas geográficas. A América Central, uma das regiões culturais de maior importância, corresponde aos atuais México, Belize, Guatemala, Honduras e El Salvador. Peru e Bolívia, Área Andina, constituem outra importante região cultural. A Zona Central é composta pela parte sul da América Central e norte da Venezuela, Colômbia e Equador. A Zona Periférica compreende o resto da América do Sul e as ilhas do Caribe. Apesar das diferenças culturais entre estas zonas, recentes pesquisas arqueológicas comprovaram a existência de interrelação entre elas.

Cronologia

Tradicionalmente, estabeleceu-se uma divisão cronológica de três períodos mais importantes: o Pré-Clássico ou de formação, (c. 1500 a.C.-c. 300 d.C.); o Clássico ou do florescimento (c. 300-c. 900); e o Pós-Clássico (c. 900-1540). Embora o termo clássico dê a entender que, neste período, alcançou-se o ponto máximo do desenvolvimento cultural, especialistas atuais negam a hipótese. A arte e a arquitetura de quatro civilizações pós-clássicas, a mixteca e asteca no México e a chimú e inca no Peru, são tão importantes quanto a clássica.

No período Pré-Clássico, a América era formada por clãs tribais, isolados e pequenos reinos cujas culturas se desenvolveram independentes umas das outras. Entretanto, há provas de difusão de algumas idéias religiosas e motivos visuais. A civilização olmeca, do México, e a chavín, do Peru, adoravam uma divindade felina e compartilhavam iconografia* semelhante.

Durante o período Clássico, surgiram impérios complexos onde as culturas, através do intenso comércio, eram difundidas e assimiladas com rapidez. O comércio não era importante, apenas, para o suprimento de bens. Servia, também, como meio de transmissão de idéias, técnicas e pensamentos artísticos. Apesar de muitos historiadores considerarem o Período Clássico como pacífico, estudos arqueológicos recentes demostraram que a maioria das civilizações foi guerreira. A riqueza produzida pelas guerras de conquista era utilizada na construção de cidades, centros cerimoniais, objetos funerários, e na criação de bens pessoais cada vez mais luxuosos e rituais suntuosos.

O período Pós-Clássico caracterizou-se pelas freqüentes guerras provocadas pelas pressões socio-econômicas, entre elas o aumento da população e o desenvolvimento tecnológico. As culturas e civilizações desta época são as mais bem documentadas porque os cronistas espanhóis registraram suas impressões e compilaram histórias dos povos vencidos.

Traços culturais

As civilizações pré-colombianas eram, basicamente, agrícolas. As crenças e ritos religiosos revelavam preocupação com a fertilidade da terra e produtividade das colheitas. O milho foi o principal alimento na América Central e a batata, na Área Andina. Estes dois produtos, transladados à Europa pelo conquistador espanhol, mudaram a história do velho continente, habituado a uma fome milenar. Até a relativa secularização, ocorrida no período pós-clássico, a religião desempenhou um papel fundamental na configuração e desenvolvimento da cultura pré-colombiana. Grande parte da arte e da arquitetura destes povos estava relacionada à astronomia, através da qual os ameríndios estabeleciam as épocas apropriadas para o plantio e a colheita.

Havia dois tipos de áreas urbanas. Uma, o Centro Cerimonial constituído, principalmente, de edifícios religiosos e administrativos. Acredita-se que nestes Centros, construídos ao redor de praças, moravam as autoridades seculares e religiosas com suas respectivas cortes. A maioria da população residia em pequenas fazendas, na periferia.

O outro tipo de área urbana das culturas pré-colombianas assemelha-se bastante ao que chamamos, hoje, de cidade. Ruas separavam as moradias das diferentes classes sociais e os templos e edifícios administrativos voltavam-se para a praça central. Os recentes trabalhos arqueológicos que estudam os traçados urbanos pré-colombianos esclareceram que tanto os Centros Cerimoniais, quanto as chamadas cidades, serviam, igualmente, de centros religiosos, governamentais e comerciais.

Olmecas

Povo mexicano que originou a mais antiga civilização (1500-900 a.C.) da Mesoamérica, situada nos atuais estados de Veracruz e Tabasco. A civilização Olmeca deixou estabelecidos padrões de cultura que influenciaram os séculos posteriores. Considerada cultura ‘madre’ do México, destacam-se as colossais cabeças com mais de 25 t de peso.

*Iconografia, na história da arte: O significado de uma obra se expressa, freqüentemente, por objetos ou figuras incorporados pelo artista. A iconografia identifica, classifica e explica estes objetos, bem como o significado de certas obras de arte. Diz-se, também, da documentação visual de obras de referência e/ou de caráter biográfico, geográfico e h

Material 8º ano - Os primeiros habitantes do Continente Americano - Outras Civilizações Pré-Colombianas


História da América: os habitantes da América pré-colombiana


Os primeiros habitantes do Continente Americano: a vida na América antes do sedentarismo e das cidades (11.000 a.C. até 7.000 a.C.).




Esse texto tem como base o livro do historiador brasileiro Ciro Flamarion Cardoso,América pré-colombiana, aqui trataraemos somente dos primeiros habitantes do continente Americano.
O povoamento da América se deu por descendentes dos homo sapiens sapiens do velho mundo, a rota mais antiga para a América foi a do estreito de Bering, houve um período Paleolítico na América e o povoamento se deu em diversas regiões e em diversos períodos, de formas diversas.
Tal povoamento iniciou com os proto-mongolóides (antecedentes dos mongolóides) que sofreram mutações e variações genéticas aqui no continente Americano, depois vieram os povos da Ásia, Austrália, Polinésia e Melanésia, por isso as mais de 2 mil línguas desenvolvidas aqui no continente.
Acredita-se em imigrações pelo mar e de negróides, mas as argumentações são frágeis, segundo o historiador Ciro Flamarion Cardoso.
Os humanos da Ásia meridional ao atravessarem o estreito de Bering trouxeram técnicas paleolíticas conservadoras em relação as técnicas de outros paleolíticos, por isso muitos pesquisadores acreditavam que houvesse grupos humanos aqui na América antes de 11.000 a.C. De qualquer modo as discussões estão aceitando mais tais hipóteses.

No período Paleolítico Superior [para o restante do mundo data de 40.000 a.C. e para a América data a partir de 11.000 a.C. e vai até 6.000 a.C.], houve grupos humanos com tecnologia de produção de projéteis de pedras e caçadores de animais grandes, depois houve uma regionalização tecnológica (adaptação com a região), os modelos desses projéteis mais generais e mais antigos eram de influência asiática, mas os modelos adaptados foram inventados na América como, por exemplo, o projétil pontaPlano da América do Sul e a ponta Llano da América do Norte. Mas nem todos os humanos eram caçadores de animais grandes (pouca técnica de caça), uns eram herbívoros, como no vale mexicano de Tehuacan onde viviam da coleta de plantas e de animais, mas sem uma caça especializada. Houve dois tipos básicos de vida: o da caça generalizada e o da caça especializada.
Por volta de 6.000 a.C. houve mudanças no clima, mais quente que levou o mar a subir e alagar lugares mais rasos surgindo crustáceos, peixes e moluscos nas regiões mais rasas, isso levou uma diversidade maior e regionalização do modo de vida. Somam as caças os recursos marinhos. As migrações misturam os modos de vida em diversos lugares: nos bosques a caça e a coleta; no Canadá, EUA e México a caça especializada; Peru e Chile os recursos marinhos e no México a coleta de vegetal.
Os grupos humanos de caçadores e coletores no período pré-agrícola são classificados como bandos e agrupavam-se até 25 pessoas com uma divisão social através do sexo e da idade: os homens caçavam e as mulheres coletavam. A base social era a do parentesco simples, sem genealogias longas ou culto aos antepassados. Os bandos chegavam a 500 pessoas em épocas boas e diminuindo em épocas difíceis.
Teremos outros textos dando sequência a esse.

Fonte: CARDOSO, Ciro Flamarion. América pré-colombiana. São Paulo: Brasiliense, 2004.




Outras Civilizações Pré-Colombianas




Quando os Europeus conquistaram a América encontraram um grande conjunto de indígenas: nas Antilhascontactaram com os Aruaques, na Venezuela e na Guiana com os Caraíbas, no Brasil com os Tupis, noGolfo do México com os Semínoles (Flórida) e a oeste com os Muscóguis e os Publos. Na América Central, asul do Império Asteca conheceram os Maias, na Cordilheira dos Andes os Chibchas. No Império Inca viviamos Karas, os Quechuas, os Aimarás e os Araucanos.

Todos estes povos não tinham contactos entre si, apresentavam características étnicas e linguísticasdiferentes, mas partilhavam pontos em comum como o desconhecimento do cavalo (exceto os Maias), daescrita e das armas de fogo. Os grandes impérios pré-colombianos não eram, como à partida se podepensar, os únicos focos populacionais bem estruturados. Os Aruaques das Antilhas, por exemplo,dispunham de um sistema muito produtivo - conucos, aplicado à cultura da mandioca.

No conjunto heterogéneo da América pré-colombiana, misturam-se diferentes povos produtores deexcecionais testemunhos da criação artística humana que vão desde a arte parietal dos primeiroshabitantes do continente, ou da arte dos índios das pampas argentinas ou das selvas amazónicas até àsgrandes criações dos Maias, Incas e Astecas.

Dos cerca de 40 000 anos de história independente dos índios americanos, sem contarmos com a arte doscaçadores primitivos, a arte e a cultura da Mesoamérica de 1500 a. C. até 1500 divide-se em 3 grandesperíodos: o pré-clássico, o clássico e o pós-clássico. Na primeira fase destaca-se a arte das aldeias dehorticultores e agricultores do vale do México, da cuenca do rio Guayas e na costa do Pacífico, no atualEquador, onde se produziam figurinhas de cerâmica de valor simbólico e religioso, ligadas a ritos defertilidade. Nas áreas da costa do Golfo do México e o callejón de Huaylas, no Perú, surgiram quase emsimultâneo duas civilizações: a Olmeca no México e a Chavín no Perú.

A fase clássica (200 a 900-1000) constitui o momento de maior esplendor artístico e cultural daMesoamérica, representado pela cultura de Teotihuacan, no centro do México, a cultura Zapoteca no valede Caxaca e a cultura Maia. O classicismo andino teve o seu grande desenvolvimento nas civilizaçõesMochica, Nazca e de Tiahuanaco na área do lago Titicaca.

O período pós-clássico corresponde aos últimos 500 anos da história pré-colombiana e representa, apesarda crise ecológica e política em volta do ano 1000, o renascer de formas artísticas e o estabelecimento denovas organizações políticas dominadas pelo militarismo e pela classe dos comerciantes. A civilizaçãoTolteca e Maia-tolteca, na Mesomaérica conduziram ao desenvolvimento político das Astecas, apesar dena área andina, as culturas Wari, Chimú ou Inca culminarem no Império Inca.

Além das sobejamente conhecidas civilizações Asteca, Maia e Inca, estes territórios, como foi referidoanteriormente, conheceram outras civilizações não menos importantes mas menos divulgadas como aOlmeca e a de Chavín. Os Olmecas - "habitantes do país da borracha" - estabeleceram-se no MéxicoCentral e Meridional do final do II milénio até 400 a. C. Este povo legou-nos uma cultura que apresenta umconjunto de características, que mais tarde estariam presentes nas grandes civilizações desta parte domundo: o conhecimento do calendário, o uso do zero nos cálculos, a utilização da pirâmide como suportedos templos e a prática de deformações cranianas e mutilações dentárias que reaparecem com os Maias.

Os Olmecas da pré-história ocupavam algumas áreas pertencentes aos atuais estados mexicanos de VeraCruz e de Tabasco, onde se destacavam os centros cerimoniais de San Lorenzo (1200-900 a. C.) e de LaVenta (900-400 a. C.). Outros sítios arqueológicos de grande relevância são: Tres Zapotes, Cerro de lasMesas e Tenochtitlan. Este povo exprimia-se artisticamente através de esculturas de vários formatos,onde se destacam, naturalmente as 14 colossais cabeças olmecas, que têm entre 1,60 a 3 metros epesam até 10 toneladas. Estas representam de uma forma realista guerreiros, senhores ou antepassados,onde estão sempre presentes os lábios grossos, o nariz largo, os olhos esbugalhados e um capacete sobrea cabeça. Também produziram peças mais pequenas que representam homens, deuses ou o homem-jaguar.

Praticamente na mesma época surgiu outra civilização na região andina, ainda mais duradoura (o seudeclínio começou no século III a. C.), designada Civilização de Chavín. A imagem mais característica destepovo e da sua arte é homem-felino, que seria acompanhado por outras figuras como o jaguar, a serpenteou a águia. O centro cerimonial deste povo fica em Chavín de Huantar, no Perú, onde se situava osantuário do deus Huari, provavelmente equivalente a La Venta ou Tres Zapotes. Neste santuáriosalientam-se o templo Novo ou Pirâmide Maior e o templo de Lanzón.

Material 8º ano POVOS ANDINOS


História da América: as “altas culturas” pré-colombianas
As “altas culturas” a os império da região da Zona Andina central pré-colombiana


A Zona Andina Central abrange o Peru, Bolívia, equador, Chile e Argentina. Há três faixas que dividem essa zona:
1- deserto costeiro no litoral do pacífico entre o mar e a Cordilheira dos Andes onde uma corrente de ventos era rica em plâncton e atraia peixes, moluscos e aves marinhas. As carnes dessas aves eram alimento e seus excrementos serviam como adubo. No deserto de junho até novembro o tempo era nublado com nevoeiro, de dezembro até maio era quente e quase não chovia;
2 – as terras altas na região da Cordilheira propriamente dita eram temperadas e frias com vegetação herbácea propícia ao pastoreio de lhamas e o vale coberto de bosque para ocupação humana como Cajamarca, Callejón de Huaylas, huánuco, Mantaro, Cusco e Titicaca;
3 – a região amazônica com vales com bosques e rios largos.
Na região Central Andina a exploração dos recursos ecológicos permitiu a construção de agrupamentos verticais nos Andes. Cada grupo étnico procurava aumentar sua propriedade controlando ao máximo a região construindo colônias residenciais permanentes, não houve um Estado ou colônias multi-étnicas. Esse tipo de residência impediu o desenvolvimento de comércio. A Zona Andina Central era igual a Meso-América em certos elementos como pirâmides escalonadas, aspectos religiosos culto ao jaguar-pássaro-serpente. Sua originalidade está no complexo agrícola próprio que associou o milho a plantas como a coca, batata e quinoa e domesticou o lhama. O culto aos mortos se reflete nos traços das múmias andinas. Foi desenvolvido em maior quantidade o uso de metais [ouro, prata, cobre e bronze] bem antes de outros lugares. Havia também um sistema de cálculos baseado em cordões chamado de quipus.
A difusão de aldeias e o surgimento dos primeiros templos e centros cerimoniais datam de 2500 e 1800 a.C. Divide-se em duas fases essa história: a fase pré-ceramica (2500-1800 a.C.) onde surgiram as primeiras pirâmides e templos peruanos [vale de Chillón na costa central peruana e em Chuquitanta] logo que a vida se sedentarizou, primeiro que na Meso-América. As culturas eram regionais e as aldeias tinham até 100 pessoas. Já a segunda fase [1800-900 a.C.] veio a difusão do assentamento em aldeias sedentárias nas terras altas dos Andes centrais, com cerâmica, tecelagem com tear. Domesticação do lhama e uso do milho e mandioca e do amendoim. Outros importantes centros foram La Florida [Lima], em Las Haldas na costa central e o Kotosh perto de Huánuca nas terras altas. Havia Estados regionais com várias comunidades aldeãs.
As primeiras culturas inter-regionais surgiram entre 900-200 a.C., com os primeiros elementos artísticos e religiosos e arquitetônicos que se expandiram até a costa norte peruana. O estilo é o Chavin, com o templo de Chavin de Huántar que se caracteriza por uma cerâmica representando um jaguar e vasilhas com gargalos, casas de pedra ou adobe, adornos de conchas e turquesas, enterros com oferendas e ossos pintados de vermelho e com deformações no crânio. O fato de o estilo Chavin estar em muitas regiões se explica pela expansão do culto ao felino, seja por força de armas ou conversão, permitindo assim uma política que poderia ser chamada de “império Chavin”. Mas esse estilo não existiu sozinho.



As primeiras cidades e o progresso dos Estados organizados têm datação de 200 a.C. até 600 d.C. As características desse período são: grande desenvolvimento tecnológico e artístico, surgimento de Estados organizados e agressivos, nascimento urbanístico andino, mas limitado nas terras altas do sul como Tiahuanaco, com praças e edifícios públicos cercados por bairros residenciais, ao todo chegou a ter 100 mil habitantes. E o desenvolvimento tecnológico e econômico mochica está na criação de amplos sistemas de irrigação, um apogeu da tecelagem, do algodão e da lã. A metalurgia era usada na agricultura e nas armas e para adorno. A agricultura, como em outras culturas, reinava sendo completada pela pesca e caça, esta ultima também era um esporte aristocrático. Era uma sociedade populosa e estatal.



(Guerreiros mochicas)

A cerâmica era produzida pelas mulheres e era a melhor do Peru, com uma boa variedade – da utilitária até a funerária, onde representava a vida cotidiana, personagens, guerreiros e divindade, leprosos, bócios, paralisia, tumores e cegueira. Podemos ver com isso o conhecimento da medicina e cirurgia nas imagens das cerâmicas como amputações, trepanação do crânio, mas havia também nas cultura curandeiras, música de trombeta, percussão e flautas.
A estrutura social e política mochica era violenta no aspecto judicial. Havia castigos severos no sistema judiciário como amputação do nariz, do lábio superior, dos pés; pena de cepo, de morte por lapidação ou exposição do condenado amarrado em poste para as aves de rapina. Os guerreiros eram representados com capacetes, escudo, faca e tacape. A administração era como um Estado, através de estradas e correio público. A arquitetura usava tijolos crus, mas não ouve verdadeira urbanização. Os mochicas eram bons ouvires, usavam turquesas, ametistas, conchas, ouro e prata. A religião conhecia o felino humanizado que aparece voando montado em pássaros, associado a vários animais humanizados ou não, e em luta com outros tipos de animais com conotação demoníaca.
Na costa sul desenvolve-se culturas como as de Nazca e de Paracas-Necrópoles, com figuras ligadas a algum culto astral ou comunicação com deuses celestes. Os cadáveres eram envolvidos em mantos, com os membros flexionados e enterrados com muita cerâmica e outras oferendas. Os tecidos eram de algodão e de lã de lhama. Em Paracas-Necrópoles as tumbas eram verdadeiras casas subterrâneas. Foram achadas centenas de múmias preparadas através da extirpação dos órgãos interno e de ressecamento pela fumaça e envolvidos em cestos depois de envoltas em tecidos.




(Reprodução de cidades em nazca)



(Firugas desenhadas na região de Nazca)

Nos planaltos do sul, em Titicaca, desenvolveu-se uma civilização urbana. Tiahuanaco era um grande centro cerimonial, situado em solo boliviano. A agricultura e o pastoreio eram as bases da economia. Assim como Chavin no passado, Tiahuanaco foi um centro de peregrinação religiosa. Na chamada “Porta do Sol” estava um personagem central humano, tratava-se do deus criador Viracocha. Além das cidades maiores – Tiahuanaco, Púcara, Huari -, havia a menores como Chakipampa, Acuchimay e nwimpukyu. Presume-se a presença de organizações estatais. No vale da costa meridional – Pisco, Ica, Nazca e Acari – surgiram também pequenas cidades, ao norte não há traços de urbanismo, mas muitas guerras que unificaram cada vale e os uniu.
Os primeiros impérios datam de 600-1000 d.C. Houve nesse período conquistas em larga escala com impérios efêmeros que romperam o tradicional isolamento das culturas andinas e permitiu a circulação de bens e idéias na Zona Andina central. O império de Tiahuanaco abrangia do lado Titicaca até o Chile, expandiu seu estilo artístico e militar. Já o império de Huari [600 d.C.-700 d.C.] era um centro urbano do vale do Mantaro, com longa tradição e vínculos culturais com Tiahuanaco. Sua expansão começou entre 600 d.C. e 700 d.C., formando uma liga de cidades. Huari foi a capital de um império que ia do Peru até Cajamarca. As expansões militar e artística difundiram na Zona Andina juntas. Porém houve uma desintegração desse império por causas desconhecidas. Teve a cidade santuário de Pachacamac na costa central do Peru, seu estilo artístico e as técnicas, apesar de não ter progressos eram semelhantes à Tiahuanaco, mas o militarismo e o urbanismo tiveram traços marcantes.



(Reprodução da cidade de Tiahuanaco)

O império inca [1000-1534 d.C.] veio com a destruição do império de Huari que havia levado a descentralização e ao surgimento de Estados independentes. Mas nem por isso o urbanismo deixou de intensificar-se e planificar-se, em especial em chamu e nos incas. Teve aumento da população e extensão de sistema de irrigação. O reino de chimu foi resultado da cultura do vale setentrional de Lambrayeque com elementos mochicas e Huari que dominou a costa setentrional do Peru e parte do Equador com a capital de Chan-Chan, maior centro urbano da Zona Andina Central. A população chegou a 80.000 pessoas, havia guarnições militares. A economia baseava-se no regadio e havia tributo, inspirado nos incas. A sociedade era bem diversificada e hierarquizada. Os Chamus fabricavam cerâmica negra derivada dos mochica e Huari. A metalurgia e o tecido eram avançados e produzidos em série em grande quantidade. A religião se concentrava no culto da lua e das estrelas, incluindo pedras associadas aos antepassados. Havia sacrifícios humanos de crianças e consagração as virgens à Lua. As múmias eram enterradas sentadas em fossas coletivas em oferendas e também apresentavam deformações no crânio. Os reinos e culturas menores eram Cuismancu na costa central com cidades como Cajamarca e Pachacamac. O Estado Chincha no vale da costa sul tinha fortificações, assim como o império Huari e chamu. Os Pukinas eram das terras altas do sul e derivavam de Tiahuanaco e Huari. E iam até a Bolívia e norte do Chile.
No vale de Cuzco formou-se uma confederação inter-étnica dominada pelo grupo chamado de quíchoa ou inca. A expansão militar unificou a totalidade da Zona Andina Central no imenso tawantinsuyu ou império inca e em seu apogeu se estendeu do Equador ao Chile. Até a chegada dos espanhóis. Sua estrutura econômica era agrária: a terra era preparada com um bastão de semear [taclla] denominado “arado de pé”, depois as mulheres quebravam os torrões com uma enxada [lampa]. Os vales andinos eram estreitos com poucos terrenos planos, isso levou ao cultivo e irrigação por meio de canais bem desenvolvidos. A alimentação eram à base de batata, milho, quinoa e oca. A desidratação da batata congelada e conservada levava ao preparo do chuñu. O lhama tinha diversos usos.
A agricultura e a vida social era baseada na aldeia, habitada por diversas famílias com vínculo de parentesco formando uma comunidade ou ayllu, este era um clã ou linhagem com tendência endogâmica (casavam-se apenas com membros do clã ou linhagem) e um sistema de descendência paralela. A família nuclear era a unidade de consumo e de produção. Cada ayllu tinha um chefe [kuraka] que organizava os trabalhos coletivos e resolvia os conflitos. A terra do ayllu, chamada de marka, era dividida em lotes familiares segundo o tamanho da família. O ciclo da vida agrícola baseava-se na ajuda mútua, chamada de ayni, com uma união de trabalho entre as famílias para semear e colher. Não havia tributos in natura, só prestação de serviço. As divindades de cada ayllu eram os waka. Os chefes dos ayllu concentrava a riqueza através da mita, mas tinha que redistribuir os bens, alimentando os trabalhadores. Havia limites à redistribuição dos bens e assim havia uma diferenciação social entre homens comuns [puriq] e os poderosos ou privilegiados [kapa].
Havia uma pirâmide social de poder entre as ayllus, onde surgiam chefes de confederações tribais e reinos, mas todos estes repetiam as obrigações da prestação e redistribuição bem organizados que existia com os chefes de clã. Nestas condições o comércio não tinha grande desenvolvimento. As mudanças surgiram quando o sistema de política que transferia populações mal submetidas ou mais rebeldes para regiões distantes de sua origem e cortando laços comunitários e reduzindo algumas pessoas a um estado de servidão fora da comunidade [a yana].
Em Cusco, capital conhecida pelo sítio Tambo Colorado, Sacsahuaaman, Machu Pichu, assim como Huari, a administração dos incas se apoiou na difusão do urbanismo com cidades como Tumipampa, Cajamarca, Huánuco, Jauja, foram planejadas. A cerâmica e a metalurgia foram inovadas tecnologicamente, a arte e a religião deixaram de ser regional, mas houve traços ainda regionais. O culto do Sol, deus inca, era obrigatório em todo o Tawantinsuyu. Havia redes de templos e um clero bem hierarquizado: os waka podiam ser rochas, múmias, fontes, cavernas, edifícios, etc., associados aos antepassados. A cultura intelectual era passada oralmente. As tradições mítico-históricas eram função de especialistas hereditários de cada linhagem, os chamados amautas. A língua, a quíchoa ainda hoje existente, foi difundida por toda a Zona Andina Central.



(Cidade inca de Machu-Pichu)

Na organização econômico-social das “altas culturas” pré-colombianas há uma diversidade muito grande. Na costa peruana mostra uma economia costeira associada a agricultura e a exploração do mar com grande desenvolvimento do artesanato especializado, comércio de longa distancia e esboço de uma propriedade privada, igual a meso-América. Sobre a tecnologia podemos ver uma deficiência em relação ao Oriente Próximo – ausência do arado, não uso de veículos de roda e pouco uso do metal como ferramentas -, talvez pelo fato de não ter ligação mais estreita com a pecuária. Mas se identificou um grande progresso considerável ao aspecto humano: esforço das civilizações pré-colombianas em aperfeiçoar a divisão social e técnica de trabalho, formas de controle e cooperação da mão-de-obra, diferente do Oriente Próximo e da África antes da colonização. Isso se explicaria pela possibilidade de tecnologia pouco avançada e por haver sociedades estratificadas e diversificadas com um bom desenvolvimento cultural.
Essa organização construída pelas “altas culturas” - o sistema de “reciprocidade” e de “distribuição” – também se diferenciam do modo de produção asiático, que tem como característica o controle da irrigação pelo Estado despótico, fraco desenvolvimento da propriedade privada, existência de estruturas rurais comunitárias com uma classe dominante encarnada na estrutura estatal que submete a comunidade aldeã e explora com tributos. Na América pré-colombiana há um maior caráter igualitário e clânico nas comunidades pré-colombianas como o ayllue calpulli.



Fonte: CARDOSO, Ciro Flamarion. América pré-colombiana. São Paulo: Brasiliense, 2004.

domingo, 29 de setembro de 2013

8º ANO EF - ELZA PEÇANHA DE GODOY - MATERIAL DE APOIO - VIDEO


8º ano EF - EE Elza Peçanha de Godoy - Material de apoio 4º bimestre

URBANIZAÇÃO

Urbanização do Brasil: Conseqüências e características das cidades



Urbanização é o aumento proporcional da população urbana em relação à população rural. Segundo esse conceito, só ocorre urbanização quando o crescimento da população urbana é superior ao crescimento da população rural.
Somente na segunda metade do século 20, o Brasil tornou-se um país urbano, ou seja, mais de 50% de sua população passou a residir nas cidades. A partir da década de 1950, o processo de urbanização no Brasil tornou-se cada vez mais acelerado. Isso se deve, sobretudo, a intensificação do processo de industrialização brasileiro ocorrido a partir de 1956, sendo esta a principal conseqüência entre uma série de outras, da "política desenvolvimentista" do governo Juscelino Kubitschek.
É importante salientar que os processos de industrialização e de urbanização brasileiros estão intimamente ligados, pois as unidades fabris eram instaladas em locais onde houvesse infra-estrutura, oferta de mão-de-obra e mercado consumidor. No momento que os investimentos no setor agrícola, especialmente no setor cafeeiro, deixavam de ser rentáveis, além das dificuldades de importação ocasionadas pelaPrimeira Guerra Mundial e pela Segunda, passou-se a empregar mais investimentos no setor industrial.
Êxodo rural
As indústrias, sobretudo a têxtil e a alimentícia, difundiam-se, principalmente nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Esse desenvolvimento industrial acelerado necessitava de grande quantidade de mão-de-obra para trabalhar nas unidades fabris, na construção civil, no comércio ou nos serviços, o que atraiu milhares de migrantes do campo para as cidades (êxodo rural).
O processo de urbanização brasileiro apoiou-se essencialmente no êxodo rural. A migração rural-urbana tem múltiplas causas, sendo as principais a perda de trabalho no setor agropecuário - em conseqüência da modernização técnica do trabalho rural, com a substituição do homem pela máquina e a estrutura fundiária concentradora, resultando numa carência de terras para a maioria dos trabalhadores rurais.
Assim, destituídos dos meios de sobrevivência na zona rural, os migrantes dirigem-se às cidades em busca de empregos, salários e, acima de tudo, melhores condições de vida.
População urbana
Atualmente, a participação da população urbana no total da população brasileira atinge níveis próximos aos dos países de antiga urbanização da Europa e da América do Norte. Em 1940, os moradores das cidades somavam 12,9 milhões de habitantes, cerca de 30% do total da população do país, esse percentual cresceu aceleradamente: em 1970, mais da metade dos brasileiros já viviam nas cidades (55,9%). De acordo com o Censo de 2000, a população brasileira é agora majoritariamente urbana (81,2%), sendo que de cada dez habitantes do Brasil, oito moram em cidades.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2005 o Brasil tinha uma taxa de urbanização de 84,2% e, de acordo com algumas projeções, até 2050, a porcentagem da população brasileira que vive em centros urbanos deve pular para 93,6%. Em termos absolutos, serão 237,751 milhões de pessoas morando nas cidades do país na metade deste século. Por outro lado, a população rural terá caído de 29,462 milhões para 16,335 milhões entre 2005 e 2050.




O processo de urbanização no Brasil difere do europeu pela rapidez de seu crescimento. Na Europa esse processo é mais antigo. Com exceção da Inglaterra, único país que se tornou urbanizado na primeira metade do século 19, a maioria dos países europeus se tornou urbanizada entre a segunda metade do século 19 e a primeira metade do século 20. Além disso, nesses países a urbanização foi menos intensa, menos volumosa e acompanhada pela oferta de empregos urbanos, moradias, escolas, saneamento básico, etc.
Em nosso país, 70 anos foram suficientes para alterar os índices de população rural e os de população urbana. Esse tempo é muito curto e um rápido crescimento urbano não ocorre sem o surgimento de graves problemas.
Favelização e outros problemas da urbanização
A urbanização desordenada, que pega os municípios despreparados para atender às necessidades básicas dos migrantes, causa uma série de problemas sociais e ambientais. Dentre eles destacam-se o desemprego, a criminalidade, a favelização e a poluição do ar e da água. Relatório do Programa Habitat, órgão ligado à ONU, revela que 52,3 milhões de brasileiros - cerca de 28% da população - vivem nas 16.433 favelas cadastradas no país, contingente que chegará a 55 milhões de pessoas em 2020.
O Brasil sempre foi uma terra de contrastes e, nesse aspecto, também não ocorrerá uma exceção: a urbanização do país não se distribui igualitariamente por todo o território nacional, conforme podemos observar na tabela abaixo. Muito pelo contrário, ela se concentra na região Sudeste, formada pelos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.






1º ANO HISTÓRIA - IMPÉRIO BIZANTINO E MUNDO ÁRABE - MATERIAL DE APOIO

  Material de apoio para ajuda-los na editoração dos trabalhos, bons estudos.












O Império Bizantino surgiu em meio à crise que passava o Império Romano no século IV, quando o imperador Teodósio dividiu o império em duas partes, o Império Romano do Ocidente com capital em Roma e o Império Romano do Oriente com capital em Constantinopla. No final do século V, as invasões dos povos bárbaros haviam destruído e fragmentado o império ocidental, enquanto no oriente o poder manteve-se centralizado.




A cidade de Constantinopla era a capital do Império Bizantino e se localizava no estreito de Bósforo entre o Mar de Mármora e o Mar Negro. Localizada entre a Europa e a Ásia, era o destino final de importantes rotas comerciais vindas da Ásia e o destino inicial de rotas comerciais para a Europa. Favorecia o intercâmbio cultural e comercial de todas as sociedades desenvolvidas da época.
No governo de Justiniano (527 – 565), o império expandiu seu território que visava recuperar o antigo esplendor vivido pelo Antigo Império Romano, realizando importantes conquistas no norte da África, derrotando os vândalos e posteriormente os ostrogodos na Península Itálica e por último, parte da Espanha após derrotar os visigodos.




Do século VII ao X o Império Bizantino perdeu progressivamente os territórios conquistados e sofreu fortes investidas de outros povos germânicos, de búlgaros e persas.
A recuperação e fortalecimento do Império ocorreram durante o reinado de Basílio II, que derrotou os búlgaros, no entanto, nesse mesmo século XI novas invasões ocorreram, destacando-se os turcos seldjúcidas no oriente médio a partir de 1071.




Governando de forma despótica, Justiniano controlou a vida política, econômica e também a religiosa exercendo forte influência sobre a Igreja, instituindo o “cesaropapismo” e combatendo todas as manifestações contrárias como as “heresias” preocupando a igreja e afetando seu poder.
Mesmo contando com essa aproximação do mundo romano, o Império Bizantino sofreu influência dos valores da cultura grega e asiática. Um dos traços mais nítidos dessa multiplicidade da cultura bizantina nota-se nas particularidades de sua prática religiosa cristã.
Divergindo de princípios do catolicismo romano, os cristãos bizantinos não reconheciam a natureza física de Cristo, admitindo somente sua existência espiritual. Além disso, repudiavam a adoração de imagens chegando até mesmo a liderarem um movimento iconoclasta.
Essas divergências doutrinárias chegaram ao seu auge quando, em 1054, o Cisma do Orienteestabeleceu a divisão da Igreja em Católica Apostólica Romana e Ortodoxa. Dessa forma, a doutrina cristã oriental começou a sofrer uma orientação afastada de diversos princípios do catolicismo tradicional contando com lideranças diferentes das de Roma.


Na Baixa Idade Média, o Império Bizantino deu seus primeiros sinais de enfraquecimento. O movimento cruzadista e a ascensão comercial das cidades italianas foram responsáveis pela desestruturação do Império.
A Quarta cruzada foi responsável pela desagregação do império 1204 a 1261, durante esse período grande parte do território bizantino ficou sob domínio dos mercadores de Veneza.
No século XIV, a expansão turco-otomana na região dos Bálcãs e da Ásia Menor reduziu o império à cidade de Constantinopla. Finalmente, em 1453, os turcos dominaram a cidade e deram o nome de Istambul, uma das principais cidades da Turquia.

Mundo Árabe




A civilização árabe surgiu e irradiou-se a partir da Península Arábica, localizada na Ásia entre o Golfo Pérsico, o Oceano Índico e o Mar Vermelho.
Eles se dividiam em:
•Árabes do litoral: povos sedentários que moravam em cidades próximas do litoral como Meca e Yathrib. Dedicavam-se ao comércio;
•Árabes do deserto: povos seminômades que vivam em oásis da península. Eram criadores de ovelhas, cabras e camelos e realizam saques e pilhagens.
Até o século VI, os árabes ligavam-se pelos laços de parentesco e por elementos culturais comuns. Falavam o mesmo idioma e possuíam a mesma religião politeísta, adorando centenas de divindades.

Na cidade de Meca havia um templo conhecido como Caaba que reunia as estátuas dos principais deuses. Lá também se encontrava a Pedra Negra venerada pelos árabes que diziam ter sida trazida do céu por um anjo. A cidade, além de centro religioso, era também o principal centro comercial dos árabes.


Em 630, Meca foi conquistada por Maomé (Mohamed), que estabeleceu uma nova religião, monoteísta, denominadaIslamismo. Logo, a nova crença se espalhou pela Arábia e os diversos povos foram se unificando em torno da nova religião. Por meio da identidade religiosa, criou-se outra organização política e social entre os árabes.
A religião islâmica prega a submissão total do ser humano a Alá, o deus único criador do universo. Essa submissão é chamada deIslão e aquele que tem fé em Alá é chamado de muçulmano.

Todos os princípios básicos do islamismo encontram-se reunidos no Corão ou Alcorão que além de normas religiosas inclui preceitos jurídicos, morais, econômicos e políticos que orientam o cotidiano da vida social.

Os princípios básicos do islamismo são:

•Crer em Alá, o único Deus e em Maomé (Mohamed), o seu grande profeta;
•Fazer cinco orações diárias com seu rosto voltado para a cidade sagrada de Meca;
•Ser generoso com os pobres dando-lhe esmolas;
•Cumprir o jejum religioso durante o Ramadan (mês sagrado);
•Ir em peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida.

Após a morte de Maomé, a religião islâmica sofreu várias interpretações, entre as quais se destacaram duas correntes, a dos sunitas que correspondem a aproximadamente 80% dos muçulmanos do mundo e a dos xiitas com os outros 20%.
Maomé e seus seguidores criaram o Estado muçulmano de governo teocrático que se expandiu por meio de conquistas militares. Essa expansão se deu em três fases:
•Primeira etapa (632 – 661): Conquistas da Pérsia, Síria, Palestina, Egito;
•Segunda etapa (661 – 750): Conquistas do noroeste da China, norte da África e de quase toda a Península Ibérica;
•Terceira etapa (750 – 1258): Conquistas na Península Balcânica (Europa).






Os árabes tiveram grande influência sobre a civilização ocidental. Eles se destacaram no comércio com o controle de rotas comerciais provenientes da Ásia, revolucionaram a atividade náutica com vários inventos como barco a vela, a bússola e espalharam para o ocidente a pólvora e o papel, na matemática introduziram o algarismo hindu e o numeral zero, desenvolveram a álgebra e a trigonometria e na medicina, descobriram novas técnica cirúrgicas, causas de doenças como varíola e sarampo e ainda contribuíram com várias palavras na língua portuguesa como álcool, algodão, azeite, esfirra, quibe, açougue, etc.